A Casa da Rua 92

A Casa da Rua 92 apresentou a Hollywood o estilo e as técnicas do documentário.[3] Baseado em fatos reais, o filme começa com um aviso: "Esta história é adaptada dos arquivos de espionagem do FBI" e, a partir daí, mostra as meticulosas técnicas de pesquisa empregadas por aquele órgão para desbaratar uma quadrilha nazista em operação dentro dos Estados Unidos.

Para enfatizar o tom documental da película, o diretor Hathaway trabalhou com um elenco formado por coadjuvantes e atores de teatro, ao invés de grandes astros; inseriu narrações em off objetivas e explanatórias; utilizou cartões para explicar as origens dos fatos; e empregou agentes do FBI como extras.[4] O diretor também combinou filmagens realizadas pelo próprio FBI (de alemães suspeitos de ser espiões) com locações em Nova Iorque e Washington, D. C..[3][4]

Ao alternar a narrativa sóbria com um andamento nervoso, espiões excêntricos e uma fotografia típica do filme noir, Hathaway entregou um grande sucesso de público e crítica.[4]

A Casa da Rua 92 tornou-se pioneiro no emprego de técnicas de documentário em filmes sobre crime e espionagem.[3] Também inspirou uma série de semidocumentários, entre eles 13 Rue Madeleine (1946) e Kiss of Death (1947), do próprio Hathaway, além de Boomerang! (1947), dirigido por Elia Kazan.[4] A Academia premiou todo esse esforço com o Oscar de Melhor História Original.

O filme assinala a estreia no cinema de E. G. Marshall, no papel de atendente do necrotério. Assim como aconteceu em 13 Rue Madeleine, seu trabalho seguinte, ele não recebeu créditos.

Bill Dietrich é um estudante teuto-americano que torna-se alvo de cooptação por parte de um grupo de espiões nazistas. Diante do assédio, ele propõe a George A. Briggs, chefe de uma unidade do FBI, tornar-se agente duplo. Bill recebe a missão de infiltrar-se na quadrilha e descobrir a identidade do líder da organização, conhecido apenas como Mr. Christopher. Entre os conspiradores estão o erudito Coronel Hammersohn, a bela proprietária da casa onde fica o centro de operações, Elsa Gebhardt, e o pusilânime escriturário Charles Ogden Roper, que tenta contrabandear segredos da bomba atômica para a Alemanha.[5]