Amor (João Cândido)

Amor é uma obra de arte de João Cândido, produzida por volta de 1910. Trata-se de um bordado, na forma de uma toalha de rosto, que se tornou um símbolo da resistência de Cândido à repressão da Revolta da Chibata. A obra compõe o acervo do Museu Tomé Portes del Rei, em São João del-Rei, doado à instituição por Antônio Manuel de Sousa Guerra.[1]

Nessa obra, considerada ao mesmo tempo "ingênua" e "dramática",[1] produzida na horizontal sobre o tecido, a palavra "amor" aparece aberta sobre uma faixa, erguida por dois pássaros. Abaixo, há um coração perfurado. Em volta, há flores, borboletas e um beija-flor.[2][1]

O bordado foi realizado por João Cândido, quando esteve preso na Ilha das Cobras, entre 1910 e 1911. Foi preso com outros participantes da Revolta da Chibata. Amor faz parte de um conjunto de obras realizado por Cândido na prisão,[3] possivelmente como uma "terapia" para expressar o luto pela morte de seus companheiros na revolta, mantidos em situação precária no cárcere.[1]

Amor foi um dos destaques da 34a Bienal de Arte de São Paulo.[2]

Referências

  1. Carvalho, José Murilo de (outubro de 1995). «Os bordados de João Cândido». História, Ciências, Saúde-Manguinhos: 68–84. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/S0104-59701995000300005. Consultado em 14 de maio de 2023
  2. «34ª Bienal de São Paulo». 34.bienal.org.br. Consultado em 14 de maio de 2023
  3. Gortázar, Naiara Galarraga (20 de novembro de 2021). «João Cândido, o marinheiro (e bordador) revoltado que a Marinha não quer ver como herói». El País Brasil. Consultado em 14 de maio de 2023
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