Antônio Bento (abolicionista)

Antônio Bento de Souza e Castro (São Paulo, 17 de fevereiro de 18438 de dezembro de 1898) foi promotor público, juiz e abolicionista brasileiro.

Antônio Bento
Antônio Bento (abolicionista)
Conhecido(a) por O Fantasma da Abolição[1]
Nascimento 17 de fevereiro de 1843
São Paulo
Morte 8 de dezembro de 1898 (55 anos)
Nacionalidade  Brasileiro

Primeiros anos

Filho de Bento Joaquim de Souza e Castro, médico homeopata, e D. Henriqueta Viana, nasceu na residência do casal na rua São José, (hoje rua Libero Badaró, centro velho da cidade de São Paulo).

Matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1864, formando-se em 1868. Foi promotor público das cidades de Botucatu e Limeira. Juiz na cidade de Atibaia, foi o responsável pela libertação dos escravos negros contrabandeados depois de 1831 para esta cidade.

Conhece Luis Gama em 1873, negro e líder do movimento emancipador dos escravos na então Província de São Paulo. Voltou a São Paulo em 1877, onde reorganiza a Confraria de Nossa Senhora dos Remédios, reduto dos Caifazes e local da redação do jornal abolicionista A REDEMPÇÃO.

Abolicionista

Com a morte de Luís Gama em 24 de agosto de 1882, Antônio Bento assume a liderança do movimento abolicionista paulista.[2] Dentre os membros deste movimento podemos citar Macedo Pimentel, Arcanjo Dias Baptista, cônego Guimarães Barroso, Hipólito da Silva, Carlos Garcia, Bueno de Andrada e Muniz de Sousa na Capital da província. No interior e na cidade litorânea de Santos tivemos o major Pinheiro, Santos Garrafão e o negro Quintino de Lacerda.

Trabalhavam até então no arbitramento das leis que garantiam a liberdade aos contrabandeados após a proibição inglesa e na propaganda abolicionista, principalmente nas lojas maçônicas. Antonio Bento pertenceu a Loja Piratininga, ainda existente. Também foi o editor do jornal abolicionista A Redempção, que circulou de 1887 a 1899.[3] Organizou o movimento dos Caifazes, que enviava emissários ao interior da Província de São Paulo para entrar em contato com os escravos das fazendas e lhe incentivarem a fuga e lhes garantir recursos para as viagens e refúgios.

Após a fuga os negros eram acomodados nas casas de Antonio Bento e seus irmãos de ideais. Eram enviados ao quilombo Jabaquara em Santos e de Santos enviados para a Província do Ceará (que já havia decretado a liberdade aos seres humanos da raça negra).

Com o crescimento da consciência de igualdade racial, e cedendo às pressões populares a milícia passou a se recusar a perseguir os negros em fuga. Muitas cidades decretaram antes da Lei Áurea a libertação dos escravos negros. Com isto, Antônio Bento conseguiu que alguns senhores contratassem os negros fugitivos como trabalhadores livres e assalariados, dando início ao retorno destes de Santos.

A atividade dos Caifazes foi tão ativa que no livro da historiadora Maria Helena Petrillo Berardi ('Santo Amaro', 1969) encontramos a declaração de Afonso de Freitas de que em dez anos "não existiria mais escravos em São Paulo".

Referências

  1. Benedito, Mouzar (2011). Luiz Gama - o libertador de escravos e sua mãe libertária, Luíza Mahin (PDF) 2 ed. São Paulo: Expressão Popular. p. 59-60. ISBN 85-7743-004-9. Cópia arquivada (PDF) em 27 de agosto de 2021
  2. Moritz., Schwarcz, Lilia (1987). Retrato em branco e negro : jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX. [São Paulo]: Cia. das Letras. ISBN 8585095180. OCLC 17804271
  3. «Jornal "A Redempção" ganha título de Patrimônio da Humanidade». www.saopauloglobal.sp.gov.br. Consultado em 27 de outubro de 2017
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