Apolônio Díscolo

Apolônio Díscolo (em grego: Απολλώνιος ο Δύσκολος, em latim: Apollonius Dyscolus; floresceu no século II) é considerado um dos maiores gramáticos gregos.

 Nota: Para outros significados, veja Apolônio.
Apolônio Díscolo
Apolônio Díscolo
Nascimento século II
Alexandria
Morte século II
Alexandria
Filho(a)(s) Élio Herodiano
Ocupação gramático
Obras destacadas Na sintaxe

Vida e obra

Nasceu em Alexandria, filho de Mnesiteu. Não são conhecidas as datas de seu nascimento e morte. Seu filho Élio Herodiano dedicou um trabalho a Marco Aurélio, onde menciona que Apolônio teria vivido entre o início e o meio do século II.

Apelidado de ὁ δύσκολος, que significa "o ranzinza, ou intratável, ou difícil de agradar", por causa de sua personalidade irascível e muito analítica, viveu nos reinados de Adriano e Antonino Pio. Passou a maior parte de sua vida em sua cidade natal de Alexandria, onde morreu, e é também dito que visitou Roma e atraiu a atenção de Antonino. Foi o fundador da gramática científica e é denominado por Prisciano grammaticorum princeps. Escreveu extensivamente sobre as partes do discurso. Dos vinte livros citados na Suda, quatro ainda existem: sobre a sintaxe, ed. J. Lallot, 1997,[1] e três tratados menores: sobre advérbios, sobre conjunções, e sobre pronomes, ed. Richard Schneider, 1878.[2]

Ele e seu filho Élio Herodiano exerceram enorme influência sobre todos os gramáticos posteriores.

Em sua obra sobre a sintaxe, o gramático propõe este nível de análise linguística como composto da análise, que compreende a definição das partes da oração, e a síntese, que corresponde a sua disposição em um todo coerente. Considera o nível da oração como tendo fenomenologia análoga à de outros níveis linguísticos, pois as palavras se combinam para formar a frase como as letras se unem em sílabas e estas, por sua vez, se agrupam em palavras. Tal como vogais têm valor por si mesmas e as consoantes não, verbos e nomes determinam sentidos, enquanto outras classes, como preposições e conjunções, as acompanham. Apolônio propõe uma ordem para as partes da oração segundo sua primazia: nome, verbo, particípio, artigo, pronome, preposição, advérbio e conjunção. Trata-se da mesma ordem anteriormente proposta em Techné Grammatiké, de Dionísio Trácio. Nome e verbo são particularmente enfatizados como classes de grande importância, pois toda outra classe de palavra se relaciona com um dos dois.[3]

Notas

  1. Apolônio Díscolo, De la construction (syntaxe), vol. 1: Introduction, texte et traduction par Jean Lallot, Paris: Librairie philosophique J. VRIN 1997.
  2. Apollonii Scripta minora a Richardo Schneidero edita, in Grammatici Graeci pars II Vol. I fasc. 1, Lipsiae: in aedibus B.G. Teubneri 1878. O Περὶ ἀντωνυμίας é encontrado nas páginas 3-116; Περὶ ἐπιρρημάτων 119-210; e Περὶ συνδέσμων 213-258. A edição anterior dos últimos dois tratados foi por August Immanuel Bekker em sua Anecdota Graeca vol. II (1816) (Περὶ συνδέσμων pp. 477-526, e Περὶ ἐπιρρημάτων pp. 527-625).
  3. Apolonio Díscolo, Sintaxis, Vicente Bécares Botas(trad.), Editorial Gredos, p. 48-49, 1987

Referências

    Leituras adicionais

    • Andreas U. Schmidhauser, "Apollonius Dyscolus. De pronomine pars generalis", tese PhD, Universidade de Genebra, 2007. Texto crítico abrangente com tradução em inglês.

    Ligações externas

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