Asócia

Asócia ou Asótza[1] (em armênio: Աշոցք; romaniz.:Ashots’k’), Abóci (Aboc'i), Palacácio (Palakac'io) e então Caiculi (Qaiquli) foi cantão da província histórica de Gogarena, na Armênia.[2]

Vida

Armênia em 150. Gogarena situa-se ao norte

Fazia parte da Armênia desde o tempo da dinastia orôntida (r. 331–200 a.C.), porém a fraqueza orôntida permitiu a Ibéria dos farnabázidas (r. 302 a.C.–189 d.C.) incorporá-la e adicioná-la ao recém-criado Ducado de Samchevilde. Com a ascensão dos artaxíadas (r. 189–12 a.C.) na Armênia, entretanto, a balança do poder muda e Asócia é recuperada.[3] Com essa reconquista artaxíada, Asócia e outras regiões ao norte da Armênia foram organizadas na chamada Marca Mósquia que foi colocada sob o príncipe de Gogarena com o título de vitaxa. Na primeira metade do século I, com o temporário declínio da monarquia armênia, essas regiões tornam a ser iberas, mas logo na segunda metade do século já são recuperadas.[4] O geógrafo do século VII Ananias de Siracena considerou-a como parte da província de Airarate,[5] forma como Ananias designa a Armênia sob controle do Império Bizantino.[6]

Em meados do século IV, tornou-se principado autônomo;[7] segundo as fontes, podia arregimentar 500 cavaleiros ao exército real.[8] Após 363, rompeu seus laços com a Armênia e foi incorporado a Ibéria.[9] Segundo Moisés de Corene, seus príncipes descendiam de Haico através de Guxar.[10] Segundo Cyril Toumanoff, o primeiro príncipe conhecido, Tatzates, era guxárida, mas o príncipe conhecido seguinte, Maiactes, devia pertencer a um dos ramos dos mirânidas de Gogarena.[11] Outro príncipe, Afraates, esteve ativo em meados do século V.[12] No século VIII, foi reincorporada em Gogarena[7] e em 772, o futuro príncipe Asócio IV (r. 806–826) compra-a.[13] Em 830/876, era apanágio de Gurgenes V, filho de Asócio I (r. 813–826) da Ibéria.[14] Antes de 876, ele concedeu-a para seu cunhado Asócio V, o futuro rei da Armênia (r. 884–890); Toumanoff considera que pode ter sido a devolução do dote de sua esposa, irmã de Asócio.[15]

Referências

  1. Cappelletti 1841, p. 81.
  2. Toumanoff 1963, p. 440 nota 16.
  3. Toumanoff 1963, p. 185; 470.
  4. Toumanoff 1963, p. 470-471.
  5. Toumanoff 1963, p. 468.
  6. Hewsen 1992, p. 212.
  7. Toumanoff 1963, p. 190.
  8. Toumanoff 1963, p. 240.
  9. Toumanoff 1963, p. 474.
  10. Toumanoff 1963, p. 110, nota 173; 187, nota 175; 468.
  11. Toumanoff 1963, p. 191, nota 199.
  12. Lázaro de Parpi século V, II.23.
  13. Toumanoff 1963, p. 324 nota 81; 453 nota 63.
  14. Toumanoff 1963, p. 489.
  15. Toumanoff 1963, p. 489, nota 235.

Bibliografia

  • Cappelletti, Giuseppe (1841). L' Armenia Vol. I. Florença: Stamperia E Fonderia Fabris
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press
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