Banho refrigerante

Um banho refrigerante é uma mistura usada em laboratório quando se necessita temperaturas baixas, por exemplo para a realização de reações químicas a baixa temperatura (como quando se deseja o controle cinético da reação), quando se deseja recuperar os líquidos altamente voláteis de uma destilação, ou em armadilhas frias. Geralmente consiste de um sólido que se funde ou sublima à baixa temperatura, ou de um líquido que ferve à baixa temperatura, misturado com alguma outra substância que modula a temperatura do banho ou melhora a condução do calor.

Uma montagem experimental típica para uma reação aldólica. Ambos os frascos estão submersos em um banho refrigerante de gelo seco/acetona (-78 °C), cuja temperatura é monitorada por um termopar (o cabo á esquerda).

Tipos


Misturas comuns de banhos de refrigeração
Mistura T (°C)
CaCl2.6 H2O/gelo 1:2.5 –10
NaCl/gelo 1:3 –20
CaCl2.6 H2O/gelo 1:0.8 –40
Acetona/CO2 –78
Metanol/N2 –98
N2 líquido –196

O banho refrigerante mais simples e barato é a mistura gelo/água, que mantém uma temperatura de 0 °C. Para temperaturas menores, é comum usar três tipos de banhos refrigerantes:

Gelo

Uma mistura de gelo e um sal inorgânico, como cloreto de sódio ou cloreto de cálcio podem proporcionar temperaturas próximas a -40 °C. A temperatura depende da quantidade e do tipo de sal utilizado, com base no efeito de abaixamento do ponto de fusão.[1]

Gelo seco

Uma mistura de gelo seco e um solvente orgânico pode prover temperaturas de até -78 °C.[2]

Nitrogênio líquido

O nitrogênio líquido, usado isoladamente, ou em mistura com um solvente orgânico, pode prover temperaturas até o ponto de ebulição do N2 puro, −196 °C. A temperatura depende do ponto de fusão do solvente orgânico.

Vantagens e desvantagens

Vários fatores influenciam a escolha da composição de um banho de resfriamento. A primeira é a disponibilidade — o gelo seco e o nitrogênio são comparativamente baratos, mas, muitas vezes, o gelo seco pode ser armazenado com mais facilidade.

A toxicidade e a inflamabilidade da composição também são importantes. Por exemplo, muitos solventes usados com gelo seco são inflamáveis. Este problema é atenuado porque, na temperatura de trabalho, a pressão de vapor da maioria desses solventes não é perigosa.[3] Em muitos casos, é preferido um solvente relativamente não tóxico, como acetona ou éter dietílico em vez de outro mais tóxico como o bromometano. Quando o banho de resfriamento não é mais necessário, os solventes residuais também precisam ser armazenados ou descartados para eliminação.

Em geral, considera-se que o nitrogênio líquido é o melhor refrigerante, pois não é tóxico, barato e não deixa resíduos. No entanto, tem a desvantagem de estar frio o suficiente para se condensar o oxigênio do ar. A co-condensação de solventes orgânicos e oxigênio é uma mistura potencialmente explosiva e deve ser evitada.[3]

Referências

  1. Mauricio Gomes Constantino, Gil Valdo José da Silva, Paulo Marcos Donate; Fundamentos de Química Experimental Vol. 53; EdUSP, 2004. pg 58
  2. Do W. Lee, Craig M. Jensen "Dry-Ice Bath Based on Ethylene Glycol Mixtures" Journal of Chemical Education 2000, volume 77, page 629.
  3. Alvin B. Kaufman and Edwin N. Kaufman. «Cold Traps». Ohio State University. Consultado em 30 de junho de 2008. Cópia arquivada em 30 de junho de 2008
  • Jonathan M. Percy, Christopher J. Moody, Laurence M. Harwood (1998). Experimental Organic Chemistry: standard and microscale. [S.l.]: Blackwell Publishing. ISBN 978-0632048199
  • Wilfred Louis Florio Armarego, Christina Li Lin Chai (2003). Purification of Laboratory Chemicals 5th Edition ed. [S.l.]: Butterworth-Heinemann. ISBN 978-0750675710

Ver também

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