Francisco Paulo de Almeida

Francisco Paulo de Almeida, primeiro e único Barão de Guaraciaba (Lagoa Dourada, 10 de janeiro de 1826 Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1901), foi proprietário rural e banqueiro brasileiro. Distinguiu-se por ter sido financeiramente o mais bem-sucedido negro do Brasil Monárquico. Possuiu diversas fazendas. Com uma fortuna estimada à época em setecentos mil contos de réis. Foi proprietário do emblemático Palácio Amarelo na cidade de Petrópolis.[1][2]

Francisco Paulo de Almeida
Barão de Guaraciaba
Francisco Paulo de Almeida
Nascimento 10 de janeiro de 1826
  Lagoa Dourada (MG)
Morte 9 de fevereiro de 1901 (75 anos)
  Rio de Janeiro (RJ)
esposa Brasília de Almeida
Pai António José de Almeida
Mãe Galdina Alberta do Espírito Santo
Ocupação cafeicultor e banqueiro

Biografia

Filho de António José de Almeida e de sua primeira esposa, Galdina Alberta do Espírito Santo.[3] Foi casado com Brasília de Almeida (1844-1889).

Iniciou sua vida como ourives, especializado na confecção de botões de colarinho.[3] Era exímio violinista e suplementava sua renda tocando em enterros.[3] Depois tornou-se tropeiro e em 1860 comprou sua primeira fazenda no Arraial de São Sebastião do Rio Bonito.[3]

Palácio Amarelo, Petrópolis: antiga propriedade do Barão do Guaraciaba.

Concentrou seus negócios cafeeiros nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba). Foi proprietário de várias fazendas de café, dentre elas, Fazenda Veneza (Conservatória, Rio de Janeiro), posteriormente de propriedade de Lily Marinho, e Fazenda do Pocinho da Família Almeida e Souza (Barra do Piraí/Vassouras, Rio de Janeiro).

O historiador Carlos Alberto Dias Ferreira, autor do livro Barão de Guaraciaba: Francisco Paulo de Almeida: um negro no Brasil Império-Escravagista, afirma sobre o barão:[4]

Foi sócio-fundador do Banco Territorial de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais.[3]

Agraciado com o o título nobiliárquico de barão em 16 de setembro de 1887.[5] Foi o primeiro barão negro do império, se notabilizando pela beneficência em favor das Santas Casas.[carece de fontes?]

Após a Proclamação da República, adquiriu o Palácio Amarelo, atual sede do legislativo da cidade de Petrópolis, e foi importunado pelo legislativo, até vender seu imóvel.[3]

Descendência

Foram seus filhos:

  • Mathilde de Almeida (e Souza).
  • Adelaide de Almeida.
  • Cristina de Almeida.
  • Adelina de Almeida.
  • Seberlina de Almeida.
  • Paulo de Almeida.
  • Artur de Almeida.
  • Mário de Almeida.
  • Francisco de Almeida.
  • Raul de Almeida.
  • Paulo de Almeida Guaraciaba

Seus filhos homens foram enviados à França para estudar, com sua morte retornaram ao Brasil e alguns adotaram o sobrenome Guaraciaba.[3]

Referências

  1. Caio Barretto Briso - Jornal O Globo. «Um barão negro, seu palácio e seus 200 escravos». 16 de novembro de 2014. Consultado em 16 de novembro de 2014
  2. Marcus Lopes (15 de julho de 2018). «A história esquecida do 1º barão negro do Brasil Império, senhor de mil escravos». BBC Brasil. Consultado em 7 de novembro de 2018
  3. FERREIRA, Carlos Alberto Dias. Francisco Paulo de Almeida – Barão de Guaraciaba: inserção de um negro nas atividades econômicas, sociais e políticas do Brasil no século XIX. In: Simpósio Nacional de História, 25., 2009, Fortaleza. Anais do XXV Simpósio Nacional de História – História e Ética. Fortaleza: ANPUH, 2009. CD-ROM.
  4. Ferreira, Carlos Alberto Dias (2015). Barão de Guaraciaba: Francisco Paulo de Almeida: um negro no Brasil Império-Escravagista. [S.l.]: All Print Editora. 190 páginas. ISBN 9788541108287 Consultado em 12 de setembro de 2020
  5. José Smith de Vasconcelos e Rodolfo Smith de Vasconcelos (1917). «Archivo nobiliarchico brasileiro - verbete Guaraciaba (Barão de)». Lausanne: Imprimerie La Concorde

Ligações externas

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