Basílica Hilariana

Basílica Hilariana (em latim: Basilica Hilariana) é uma antiga basílica romana que ficava localizada onde hoje está o pátio interno do Ospedale Militare del Celio, no rione Celio, no Largo della Sanità.

Mosaico da Basílica Hilariana

História

O complexo da basílica já havia sido identificado em parte em 1889, foi escavado em grande escala entre 1987 e 1989 e só foi completamente revelado em 1997, durante as obras de re-estruturação do hospital. A basílica, que remonta ao período antonino (século II), foi identificada como sendo um local de culto a Cibele e Átis e como sede da colégio dos "dendróforos" (em latim: Collegium dendrophorum Matris deum magnae et Attidis)[1], nome pelo qual eram conhecidos os funcionários que transportavam troncos de árvore em rios, que a utilizava também para seus serviços religiosos. Foi financiada e dedicada por um rico comerciante e magister vitalício do colégio chamado Mânio Publício Hilário, como revelam uma base com uma inscrição dedicatória[2] a ele e um busto, provavelmente seu retrato, recuperado no interior[3].

A forma original era característica dos templos de colégios, conhecidos através dos diversos exemplos em Óstia Antiga e caracterizado por um pátio central em torno do qual ficavam dispostos os vários escritórios necessários para manter o colégio. À rua, que corria num nível mais alto em relação ao nível do piso da basílica, se chegava através de uma pequena escada no vestíbulo e pavimentado com um mosaico figurativo (atualmente no Antiquário Comunal do Célio)[3], uma representação contra o infortúnio consistindo de algumas figuras de animais dispostas em torno de um olho humano perfurado por uma lança[4]. No vaso quadrado que ficava neste pátio provavelmente ficava o pinheiro sagrado de Cibele[3][5] ou de Átis[6] (em latim: Arbor Sancta) e que era levado em procissão uma vez por ano pelos dendróforos em homenagem à divindade, um ritual que se acreditava propiciar a fertilidade e regeneração do ciclo da vida[3][6].

A basílica tinha um piso superior, do qual nada restou. O complexo foi extensivamente reformado no século III d.C., quando a vista do espaço do pátio (com um mosaico geométrico preto-e-branco) era restrita aos quartos que o ladeavam. Já a partir do século IV, quando o monumento provavelmente ainda era sede dos dendróforos, alguns recintos foram ocupados por oficinas de uma lavanderia-tinturaria[5]. Estas últimas invadiram áreas do edifício (enquanto outras foram abandonadas) no século V, quando, com toda a probabilidade, o complexo foi confiscado dos dendróforos e seu uso foi proibido. O abandono definitivo ocorreu no século VI[3].

Como as ruínas ficam em uma área militar, é preciso autorização para visitar as ruínas[6].

Referências

  1. Platner, Samuel Ball; Ashby, Thomas (1929). A Topographical Dictionary of Ancient Rome (em inglês). London: Oxford University Press. p. 80
  2. CIL VI, 641, 30973
  3. «Basilica Hilariana al Celio» (em italiano). 060608
  4. «Basilica Hilariana» (em italiano). ArcheoRoma
  5. «Ospedale del Celio» (em italiano). Roma Segreta
  6. «Basilica Hilariana» (em italiano). Scoprendo Roma
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