Batalha do Monte Maior

A batalha de Monte Maior (em italiano: Montemaggiore ou Monte Maggiore) foi travada em 4 de maio de 1041, sobre o Ofanto perto de Canas, na Itália bizantina, entre forças rebeldes lombardo-normandas e o Império Bizantino. O normando Guilherme Braço de Ferro liderou a ofensiva, que foi parte de uma revolta maior, contra Miguel Dociano, o catapano bizantino. Sofrendo pesadas baixas na batalha, os bizantinos foram posteriormente derrotados e as forças remanescentes retiraram-se para Bari. Dociano foi substituído e transferido para a Sicília como resultado. A vitória forneceu aos normandos valores acrescidos de recursos, bem como um onda renovada de cavaleiros juntando-se à rebelião.

Batalha de Monte Maior
Conquista normanda do sul da Itália
Data 4 de maio de 1041
Local rio Ofanto, perto de Canas
Coordenadas 41° 21' N 16° 13' E
Desfecho Vitória rebelde
Beligerantes
Império Bizantino
Guarda varegue
Rebeldes lombardo-normandos
Comandantes
Miguel Dociano Guilherme Braço de Ferro
Forças
Desconhecidas Desconhecidas
Baixas
Desconhecidas Desconhecidas
Monte Maior está localizado em: Itália
Monte Maior
Localização de Monte Maior no que é hoje a Itália

Antecedentes

A batalha foi travada em 4 de maio de 1041, menos de dois meses após a batalha de Olivento,[1] o primeiro confronto de uma revolta renovada de forças lombardo-normandas contra o Império Bizantino[2] instigada por Arduíno, o Lombardo.[3] A batalha em Olivento foi a primeira entre normandos e bizantinos desde a batalha de Canas de 1018, mas desta vez o resultado passou de vitória à derrota bizantina.[4] Enquanto os normandos de início apenas lutaram como mercenários na Itália, tomaram controle crescente durante a revolta de 1041, e começaram a tomar o território para si após a batalha de Monte Maior.[5] O sítio da luta foi o rio Ofanto, perto de Canas, mas o nome do Monte Maior é geralmente utilizado para referir-se ao evento.[6]

Batalha

A ofensiva normanda em Monte Maior estava sob Guilherme Braço de Ferro,[6] então eleito líder normando. Também estavam presente os dois irmãos mais novos de Guilherme, Drogo e Hunifredo.[2] O contingente normando ganhou considerável força após a anterior batalha de Olivento, com novos auxiliares lombardos e mercenários normandos de Salerno e Aversa, liderados por Rainulfo Drengoto, reforçando suas fileiras. Diz-se que o exército lombardo-normando incluía 2 000 cavaleiros normandos, um valor considerado exagerado pelos historiadores modernos, mais as formações de infantaria e cavalaria pesada lombardas. [7][8] O historiador Richard Humble considerou que havia 700 cavaleiros normandos e aproximados 1 300 infantes,[9] cerca do dobro do número estimado por Gordon S. Brown para a batalha anterior em Olivento.[7]

O catepano Miguel Dociano[8] encontrou-se com os normandos com um exército numericamente maior.[10] Seu exército incluía quiçá 18 000 homens segundo os Anais de Bari (em latim: Annales Barenses),[11] estimado por Brown como "vários milhares" (em Olivento).[4] O exército foi dividido em duas linhas, e consistiu em tropas novas da Ásia e soldados regressantes da Sicília. [12] As forças bizantinas também incluíam a guarda varegue nórdica,[8] liderada pelo futuro rei norueguês Haroldo Hardrada (r. 1046–1066),[10] e foi moralmente fortalecido pela presenta de dois bispos do rito bizantino de Troia e Ofanto.[7]

Os normandos atacaram os bizantinos em uma formação de ponta de lança, o que levou a primeira linha ser conduzida para dentro da segunda, e por sua vez causando confusão entre os bizantinos.[12] Guilherme sofria de febre e, inicialmente, assistiu a luta de uma colina, mas posteriormente juntou-se à batalha por ter sido superado pela emoção.[6] Grande parte dos soldados bizantinos, incluindo os bispos, afogaram-se no Ofanto tentando fugir.[7] Uma parcela sobretudo grande dos varegues também pereceu,[10] e os bizantinos foram posteriormente derrotados em batalha.[12] A vitória normanda foi atribuída em particular pela adição da cavalaria pesada normanda.[6][8]

Rescaldo

Com o exército bizantino esmagado,[1] Miguel Dociano retirou-se para o porto de Bari, onde requiriu novos reforços da Sicília.[7] Em vez disso, Dociano foi transferido para a Sicília, e substituído por Exaugusto Boiano.[13] A vitória e Monte Maior forneceu aos normandos sua primeira grande aquisição de butim de guerra, incluindo equipamento militar, cavalos, tendas, tecidos preciosos, bem como vasos de ouro e prata. O enriquecimento dos soldados atraiu mais cavaleiros à rebelião. A revolta lombardo-normanda de 1041 foi seguida por uma terceira e última batalha, a batalha de Montepeloso em setembro.[2][7]

Referências

  1. Jacques 2007, p. 680.
  2. Kleinhenz 2004, p. 1068.
  3. Brown 2003, p. 38–39.
  4. Brown 2003, p. 42.
  5. Rogers 2010, p. 68.
  6. Bradbury 2004, p. 160.
  7. Brown 2003, p. 43.
  8. Beeler 1971, p. 68.
  9. Humble 1989, p. 78.
  10. Blöndal 2007, p. 70.
  11. Jansen 2010, p. 493.
  12. Gravett 2007, p. 102.
  13. Rogers 2010, p. 322.

Bibliografia

  • Beeler, John (1971). Warfare in Feudal Europe: 730-1200. Ítaca, NI: Cornell University Press. ISBN 978-0-8014-9120-7
  • Blöndal, Sigfús; Benedikz, Benedikt S. (2007). The Varangians of Byzantium. Cambridge, NI: Cambridge University. ISBN 978-0-521-21745-3
  • Bradbury, Jim (2004). The Routledge Companion to Medieval Warfare. Nova Iorque, NI: Routledge. ISBN 978-0-415-22126-9
  • Gravett, Christopher; Nicolle, David (2007). The Normans: Warrior Knights and Their Castles. Oxford, RU e Nova Iorque, NI: Osprey Publishing Limited. ISBN 978-1-84603-218-9
  • Brown, Gordon S. (2003). The Norman Conquest of Southern Italy and Sicily. Jefferson, NC: McFarland & Company Inc., Publishers. ISBN 978-0-7864-1472-7
  • Humble, Richard (1989). Warfare in the Middle Ages. Estados Unidos: Mallard Press. ISBN 978-0-7924-5089-4
  • Jacques, Tony (2007). Dictionary of Battles and Sieges: A Guide to 8,500 Battles from Antiquity through the Twenty-first Century. Westport, CT: Greenwood Press. ISBN 978-0-313-33538-9
  • Jansen, Katherine L.; Drell, Joanna; Andrews, Frances (2010). Medieval Italy: Texts in Translation. Filadélfia, PA: University of Pennsylvania Press. ISBN 978-0-8122-2058-2
  • Kleinhenz, Christopher (2004). Medieval Italy: An Encyclopedia 2. Nova Iorque e Londres: Routledge. ISBN 978-0-415-93931-7
  • Rogers, Clifford J. (2010). The Oxford Encyclopedia of Medieval Warfare and Military Technology 1. Nova Iorque, NI: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-533403-6
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.