Brasilina

A brasilina ou brazilina (também conhecida como Natural Red 24 e CI 75280) é um corante vermelho natural obtido a partir da madeira de Paubrasilia echinata (pau-brasil), Biancaea sappan, Coulteria violacea e Haematoxylum brasiletto[1][2]. A brasilina tem sido usada desde pelo menos a Idade Média para tingir tecidos, e também tem sido usada para fazer tintas e pigmentos. A cor específica produzida pelo pigmento depende do seu modo de preparo: em uma solução ácida, a cor da brasilina aparecerá amarela, mas em uma preparação alcalina, ela será vermelha. A brasilina está intimamente relacionada com a hematoxilina, precursora do corante azul-preto, que possui um grupo hidroxilo a menos. Brasileína, o agente corante ativo, é uma forma oxidada da brasilina.[3][1]

Brasilina
Skeletal formula of brazilin
Space-filling model of the brazilin molecule
Nomes
Nome IUPAC
(6aS,11bR)-7,11b-Diidro-6H-indeno[2,1-c]cromeno-3,6a,9,10-tetrol
Outros nomes
Brazilina; Natural Red 24; CI 75280
Identicadores
Número CAS
Modelo 3D (JSmol)
ChEBI
ChEMBL
ChemSpider
ECHA InfoCard 100.006.799
PubChem <abbr title="<nowiki>Compound ID</nowiki>">CID
Propriedades
Fórmula química
C16H14O5
Massa molar 286.283 g·mol−1
Exceto quando dito o contrário, os dados são dados para os materiais em seus estados padrãoestados padrão (a 25 °C, 100 kPa).
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Referências do Infobox

Fontes de brasilina

Brasilina é obtida da madeira de Paubrasilia echinata, Biancaea sappan, Coulteria violacea e Haematoxylum brasiletto[1]. O pau-brasil-da-índia é encontrado na Índia, Malásia, Indonésia e Sri Lanka, este último sendo o maior fornecedor da madeira à Europa durante o início da Idade Média. Posteriormente, com a descoberta do pau-brasil (Paubrasilia echinata) no novo mundo, o corante aumentou de popularidade com a indústria de tingimentos, o que levou à superexploração. O pau-brasil agora é classificada como espécie em perigo.[4]

Extração e preparação

Existem muitos meios de se extrair e preparar a brasilina. Uma receita comum, desenvolvida na idade média, envolve moer a madeira do pau-brasil, transformando-o em serragem. Então, o pó pode ser imerso em lixívia ou soda (o que produz uma cor vermelho-púrpura profunda), ou em uma solução quente de alume (o que produz uma cor vermelho alaranjado). Ambos os preparos extraem a cor melhor do que água pura. No extração com soda, alume é adicionado (ou, ao extrato com alume, soda é adicionada), de forma a se fixar a cor, que precipitará da solução. O precipitado pode ser seco e granulado, sendo um tipo de laca.

Como muitos pigmentos laca, as cores exatas produzidas dependem do pH da mistura e do fixador utilizado. Os mordentes de alumínio usados com a brasilina produzem cores vermelhas tradicionais, enquanto que o uso de um mordente de estanho, na forma de SnCl2 ou SnCl4 adicionado ao extrato, é capaz de produzir cor rosa.

Uma preparação alternativa, que produz uma cor vermelha transparente, envolve a imersão do pó de pau-brasil em clara de ovo ou uma solução de goma arábica. Alume é adicionado para ajudar a desenvolver e fixar a cor, que pode ser usada como tinta ou pigmento transparente.

Tal como acontece com a hemateína, a brasilina pode ser utilizada para coloração de núcleos celulares em preparações histológicas quando combinada com alumínio. Os núcleos ficam então tingidos de vermelho ao vez de azul.

Referências

  1. «Brazilwood, sappanwood, brazilin and the red dye brazilein: from textile dyeing and folk medicine to biological staining and musical instruments.». Biotech Histochem. 90. PMID 25893688. doi:10.3109/10520295.2015.1021381
  2. Gagnon, Edeline; Bruneau, Anne; Hughes, Colin E.; de Queiroz, Luciano Paganucci; Lewis, Gwilym P. (2016). «A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae)». PhytoKeys (em inglês). 71. PubMed Central (PMC). pp. 1–160. doi:10.3897/phytokeys.71.9203. Consultado em 20 de maio de 2023
  3. «Vibrational spectroscopic study of brazilin and brazilein, the main constituents of brazilwood from Brazil». Vibrational Spectroscopy. 28. doi:10.1016/S0924-2031(01)00138-2
  4. «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. doi:10.2305/iucn.uk.1998.rlts.t33974a9818224.en. Consultado em 22 de junho de 2019

Outras referências

  • Índice Merck, 12 ª edição. 1392
  • «Natural Dyes». HerbalGram. 32
  • Thompson, Daniel V. The Materials and Techniques of Medieval Painting, Dover Publications, Inc. Nova York, NY. 1956

Ligações externas

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