Cálculo com múltiplas variáveis
Cálculo com múltiplas variáveis (também conhecido como cálculo multivariável) é a extensão do cálculo em uma variável ao cálculo em diversas variáveis: as funções as quais são diferenciáveis e integráveis envolvem várias variáveis ao invés de uma única variável.
Não é mais que a extensão do cálculo infinitesimal a funções escalares e vetoriais de várias variáveis, com tudo o que esta generalização implica.

Cálculo diferencial em campos escalares e vetoriais
Funções de Rn em Rm. Campos escalares e vetoriais
Formulando as definições para campos vetoriais, estas também sendo válidas para campos escalares. Seja
um campo vetorial que faz corresponder a todo ponto P definido biunivocamente por sua vetor posição um vetor onde o ponto O é a origem de coordenadas.
- com e . Quando temos um campo escalar. Para temos um campo vetorial. Utiliza-se a norma euclidiana para encontrar a magnitude dos vetores.
Limites e continuidade
Sejam e Escrevemos:
- ,
- ou ainda,
- cuando
- para expressar o seguinte:
onde é a norma euclideana de .
Expresando-o em função das componentes de
ou, de forma equivalente,
Dizemos que uma função é contínua em .
- a)
- b)
- c)
- (produto escalar de com ).
- d)
Sabemos que a) e b) no teorema se verificam se e são funções escalares. Portanto, se
- temos
- Aplicando a desigualdade triangular e a desigualdade de Cauchy-Schwarz temos
- , como queríamos demonstrar.
- , como queríamos demonstrar.
Sejam e duas funções tais que a função composta está definida em , sendo
- é contínua em e é contínua em é contínua em .
Sejam e . Então,
- como queríamos demostrar.
Derivada de um campo escalar em relação a um vetor

Seja . Seja um vetor cuja origem é a origem das coordenadas e cujo extremo e um vetor arbitrário de . Definimos a derivada de f em em relação a como
Derivadas parciais
- Se derivamos a expressão anterior em relação a uma segunda variável, , teremos . Na prática, calcularemos derivando em relação a e supondo constante.
Definição de campo escalar diferenciável
Dizemos que f é diferenciável em
- .
- deve ser uma aplicação linear, que definimos como a diferencial de f em a.
- A equação anterior é a fórmula de Taylor de primeira ordem para .
Teorema de unicidade da diferencial
é diferenciável em com diferencial
- a)
- b)
- como queríamos demonstrar.
- Expressando em função de seus componentes na base
- como queríamos demonstrar.
Regra da cadeia
Seja um campo escalar e . Definimos a função composta como , então
Diferencial de um campo vetorial
Seja um campo vetorial. Seja e um vetor qualquer. Definimos a derivada
Expressando em função de seus componentes, temos
Dizemos que é diferenciável , aplicação linear que verifica:
- .
- Esta é a fórmula de Taylor de primeira ordem para .
A matriz de é sua matriz jacobiana.
Diferenciabilidade implica continuidade
Se um campo vetorial é diferenciável em é contínuo em .
- Se deduze facilmente da fórmula de Taylor de primeira ordem já vista.
Regra da cadeia para diferenciais de campos vetoriais
Seja um campo vetorial definido e diferenciável em . Sua diferencial resulta ser
Condição suficiente para a igualdade das derivadas parciais mistas
ambas derivadas parciais existem e são contínuas em .
Aplicações do cálculo diferencial
Cálculo de máximos, mínimos e "pontos de sela" para campos escalares
Um campo escalar tem um máximo em existe uma n-esfera
Um campo escalar tem um mínimo em existe uma n-esfera
Um campo escalar tem um ponto de sela
- .

Para saber se é um dos casos anteriores:
- Obtemos
- Obtemos a matriz hessiana de f. Seja esta .
- é definida positiva tem um mínimo local (mínimo relativo) em .
- é definida negativa tem um máximo local (máximo relativo) em .
- é indefinida tem um ponto de sela em .
No exposto anteriormente, supomos que é contínua
Ver também
Referências
- Apostol, Tom M., Calculus, volumen 2, editorial reverté, S. A., ISBN 84-291-5003-X