Clube de Regatas Guanabara

Clube de Regatas Guanabara é um clube social dedicado principalmente e aos esportes náuticos e aos esportes aquáticos, situado no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.[1] Durante a década de 1910, o clube possuía um departamento de futebol profissional, hoje extinto.

CR Guanabara
NomeClube de Regatas Guanabara
Fundação5 de julho de 1899 (124 anos)
LocalizaçãoRio de Janeiro, Brasil
Website«Página oficial»
Entrada
Piscina Olimpica Centenária
Rampa

História

A Enseada de Botafogo, em 1899, era um paraíso com praias tranquilas, onde cardumes de sardinhas, tainhas, anchovas, golfinhos, arraias, e outras espécies festejavam a vida entre as montanhas verdejantes. A população e as habitações entre a montanha e o mar, ao contrário de hoje, eram ainda rarefeitas. As notícias de guerras, pestes e movimentos políticos chegavam pelo Jornal do Commercio e pela Revista da Semana. Uma vida sem rádio e TV, sem automóvel e sem ônibus, onde os caminhos eram conduzidos por coches e bondes de tração animal, e os céus pertenciam apenas às garças e gaivotas, enquanto Santos Dumont voejava por Paris em seus balões dirigíveis. Naquela época a juventude, temerosa da tísica (tuberculose), procurava no remo uma forma de alargar o peito e desenvolver a resistência pulmonar, o remo fixava-se como o esporte mais popular e fazia das regatas o principal acontecimento social esportivo do fim do século XIX.

Fundaram-se agremiações como o Botafogo de Regatas em 1885, o Gragoatá e o Icarahy em Niterói, o Flamengo em 1896, o Natação e Regatas, o Boqueirão do Passeio em 1897, e em 1898 o Vasco da Gama, semente que viria germinar, um ano depois no dia 05 de julho de 1899, o Guanabara.

A história do Guanabara começa com o desmonte do Morro do Senado, para aterrar a faixa costeira da Saúde no centro da cidade, onde situava-se, na ilha das Moças, a sede do Clube de Regatas Vasco da Gama. Criou-se um impasse na escolha da nova sede, surgindo, então, uma dissidência na escolha do local: O presidente, Gonçalves Couto, com seu grupo queria a nova sede no bairro de Botafogo, nas vizinhanças da raia oficial do Pavilhão de Remo, onde eram disputadas as regatas da antiga União de Regatas Fluminense; já os outros sócios preferiam um local no centro da cidade, junto ao antigo calabouço.

Reunidos em Assembléia, a maioria dos sócios do Vasco da Gama, empregados do comércio no Centro, optaram pela nova sede no centro, próximo ao Passeio Público, junto ao Boqueirão, e ao Natação e Regatas, por considerarem a grande dificuldade de deslocamento do centro para o bairro de Botafogo, o que obrigatoriamente se daria em bondes puxados por parelhas de burros.A decisão da maioria causou a renúncia do Presidente do Vasco da Gama, que com toda a sua diretoria, solidarizada, fundaram um novo clube no bairro de Botafogo em 5 de Julho de 1899, com o nome de Grupo de Regatas Guanabara, que mais tarde tomou o nome de Clube de Regatas Guanabara. Depois de vinte anos em um barracão de dois andares, montado em pinho de riga, com garagem de barcos no térreo, administração e alojamentos no 2º andar, um grupo de associados abnegados dedicou-se a construção de uma nova sede.

Um imponente prédio com dois andares na frente, entrada pela Av. Pasteur e três andares nos fundos, com ampla garagem de barcos a remo, salão de festas, administração e vestiários, sucedeu ao Velho Barracão de Pinho de Riga.

Na época de sua inauguração em 1922, foram consideradas as melhores e mais modernas instalações de clubes de remo do Rio de Janeiro servindo de palco para as mais importantes festividades sociais e Congressos Desportivos.

Nossa história se funde à história dos desportos aquáticos e náuticos do nosso país. Em 1932 teve inicio a construção da piscina olímpica, inaugurada em 13 de Janeiro de 1935, a 1ª Piscina Olimpica do Brasil, servindo de sede, naquele ano, do Campeonato Sul Americano de Natação, Saltos e Pólo Aquático, onde se destacaram as jovens nadadoras Piedade Coutinho e Maria Lenk, e palco da quebra de 5 recordes mundiais. A construção da nossa piscina avançou para o mar, sitiando as águas saudáveis e salgadas da Enseada de Botafogo, que sem a necessidade de tratamento químico e com maior densidade, facilitava a flutuação e portanto atraía nadadores, de todas as partes do país e da América Latina, para tentativas de quebra de recordes.

Assim, em 1939 com Maria Lenk surgiram os dois primeiros recordes 200m e 400m borboleta, respectivamente com os tempos de 2min56s00 em 8/11/1939, e de 6min15s80 em 11/10/1939; a seguir em 20/9/1961, com Manoel do Santos, caiu o record mundial de 100m livre com o tempo de 53s60; depois foi a vez de Luiz Alberto Nicolau bater dois recordes mundiais de 100m borboleta nos dias 24/04/1962 com o tempo de 58s40 e 27/04/1962 com o tempo de 57s00; e em 19/02/1962, José Sylvio Fiolo bateu o recorde mundial de 100m peito com o tempo de 1min06s40.

No remo, desde o tempo de sua fundação as guarnições do Guanabara venceram inúmeras vezes os Campeonatos do Rio de janeiro, brasileiros e Sul Americanos, regatas locais e internacionais, em Buenos Ayres, Montevidéo e Porto Alegre, destacando-se os barcos dois/com, dois/sem, quatro/com, quatro/sem e skiff.

A Vela brasileira também teve o seu apogeu nas nossas águas. Em 1938 o Guanabara disputou a sua primeira regata com um Sharpie com o nome de " Pato Donald". Nas décadas de 40 e 50 do século XX a vela no Brasil teve um grande impulso com o Dr. Pimentel Cândido Duarte, que mandou construir vinte veleiros e os entregou aos competidores formando uma flotilha que conquistou muitas vitórias levando o C.R. Guanabara ao primeiro plano da vela nacional.

Após 1950, com o aterro feito para alargamento da Praia de Botafogo e abertura do túnel do Pasmado para facilitar o acesso direto à Copacabana, surgiu a necessidade da derrubada da sede construída em 1922, dando-se início à construção da atual sede do Clube. A primeira parte da nova Sede Social foi inaugurada em 1958, com a presença, dentre outras autoridades, do Presidente da CBD Dr. João Havelange.

O Guanabara, como é chamado, teve, através dos tempos, também várias equipes vitoriosas no remo e no iatismo.[2]

Estatísticas

Participações

Participações em 2018
Competição Temporadas Melhor campanha Estreia Última P Aumento R Baixa
Série B1 do Carioca17º colocado (1916)19161916

Remo

Pólo Aquático

  • Campeonato Carioca de Pólo Aquático: 1916, 1922, 1923, 1930, 1931, 1933, 1948, 1951, 1971, 1972, 1994 e 2002.

Ligações externas

Referências

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