Cadastro territorial no Brasil

No Brasil, o cadastro territorial e o cadastro técnico multifinalitário (CTM) têm uma história, função e legislação próprias, com notoriedade distinta do desenvolvimento internacional.

História

Em 1950, o Brasil foi marcado pela consolidação de um modelo de desenvolvimento que deu as bases para a estrutura da rede urbana de hoje. O projeto desenvolvimentista do governo federal de Juscelino Kubitschek (1955-1959), teve incidência significativa no processo de reestruturação do espaço urbano e regional e foi como se desenvolve desde então. A cidade deve ser entendida em duas dimensões indissociáveis: como um espaço uno e dividido. Uno porque é uma totalidade e dividido, porque se expressa material e imaterialmente, pois física e socialmente é desigual.[1]

Função

Muitas cidades brasileiras de pequeno e médio porte tem sofrido com o crescimento desordenado e a informalidade da ocupação do solo urbano, fato que influencia na preservação do meio ambiente e na qualidade de vida dos moradores. Sendo assim, o CTM é fundamental para o planejamento e para tomadas de decisões, e deve estar sempre atualizado com detalhamento que ofereça aos técnicos, das diversas áreas do planejamento urbano, ter as informações de seu interesse. O cadastro imobiliário permite ter o conhecimento do espaço geográfico da cidade que é fundamental ao desenvolvimento da mesma. Com base nestes fatores, este torna-se ferramenta de apoio ao planejamento, pois transmite aos gestores a real situação em que se encontram seus municípios.[2]

Legislação

No Brasil, as diretrizes do CTM foram lançadas em 2009, quando o cadastro imobiliário urbano ainda não possui leis nacionais que orientavam o seu funcionamento. Porém, cada cidade pode ser responsável pela sua legislação sobre questões urbanas.[3]

Em 2021, foi instituído o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB),[4] o qual não se confunde com o "registro de imóveis", visto que a inscrição no CIB não implica em direito de posse ou de propriedade.

No Brasil, o cadastro de imóveis é dividido entre rural e urbano, sendo o primeiro certificado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) após agrimensura rural, ou seja, "georreferenciamento" do imóvel rural.[5]

Referências

  1. RODRIGUES, E. B (2005). A Cidade Brasileira : Desafio ao Planejamento e à Administração. In. Seminário de Cadastro Territorial Multifinalitário. Brasília, Ministério das Cidades
  2. OLIANI, Luiz Octávio (2016). Noções de Cadastro Territorial Multifinalitário – CTM. CREA-PR
  3. CARNEIRO, A.F. Cadastro imobiliário e registro de imóveis. Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB). Porto Alegre. 2003.
  4. «Receita Federal institui o Cadastro Imobiliário Brasileiro». MundoGEO. 25 de junho de 2021. Consultado em 27 de junho de 2021
  5. «Certificação de Imóvel Rural». INCRA. Consultado em 15 de janeiro de 2022
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.