Ordem jônica

A Ordem Jônica é uma das ordens arquitetônicas clássicas. Suas colunas possuem capitéis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior que seu diâmetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples. Possui vinte e quatro linhas verticais.

Capitel Jónico

Origem

Na arquitetura grega, os templos eram as edificações que despertavam o maior interesse, construídos não só para reunir pessoas em seu interior para cultos religiosos, como também para proteger da chuva ou do sol as esculturas de suas divindades. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico da entrada - pronau - e o dos fundos - opistódomo.

O núcleo do templo grego era formado pelo pronau, pelo naos (recinto onde ficava a imagem da divindade) e pelo opostódomo. Esse núcleo era cercado pelo peristilo (colunata, ou série de colunas). Em cidades mais ricas, o peristilo chegou a ser formado por duas séries de colunas em torno do núcleo do templo.

O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas do peristilo e as paredes do núcleo do templo. As colunas do templo sustentavam um entablamento horizontal, formado por três partes: a arquitrave, o friso, e a cornija. As colunas e o entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica ou da ordem jônica.[1]

A Ordem Jônica surge a leste da Grécia oriental e seria, por volta de 450 a.C., adotada também por Atenas. Desenvolvendo-se paralelamente ao dórico apresenta, no entanto, formas mais fluidas e uma leveza geral, sendo mais utilizado em templos dedicados a divindades femininas. A coluna possui uma base larga, tem geralmente nove módulos de altura, o fuste é mais elegante e apresenta vinte e quatro caneluras. O capitel acentua a analogia vegetal da coluna pela criação de um elemento novo entre o coxim e o ábaco de caráter fitomórfico. Este elemento dispõe de dois “rolos” consideravelmente projetados para os lados, as volutas. O friso passa a ter elemento único decorado em continuidade.

O Erecteion de Atenas, talvez o mais belo dos templos jônicos, levantando em honra de um lendário herói ateniense chamado Erecteu, terminou sua construção em 406 a.C., estando localizado sobre a Acrópole da cidade. A ordem jónica percorreu uma lenta evolução desde a sua criação (séc. VI a.C.) até à sua constituição final no período clássico. A ordem jónica é caracterizada pela existência de: uma base seguida ou não de um plinto ; tem igualmente um fuste delgado, na generalidade feito por uma só pedra, que possui mais caneluras, do que as existentes na ordem dórica; estas apresentam-se mais profundas e semicirculares, não possuem quaisquer arestas vivas e a sua ênfase mostra-se pouco notória; do mesmo modo apresenta um capitel muito característico com faces iguais duas a duas (normalmente são quatro volutas ou espirais unidas por linhas curvas); apresenta ainda uma arquitrave composta por três faixas progressivamente salientes e um friso contínuo e decorado.

O estilo jónico revela uma ligação entre o interior e o exterior do templo e entre as paredes, os suportes e os balaústres; nota-se igualmente a existência de colunas esbeltas, decorativas, conectadas com o símbolo feminino e apresentando-se menos rigorosas. Temos como exemplos de templos estritamente ligados com a ordem jónica: o Templo de Atena Níké, o Tesouro de Delfos e o Parténon. A junção da ordem dórica e da ordem jónica originou o que designamos por propileus, ou seja, a entrada monumental dos antigos edifícios gregos

Ver também

Referências

  1. Graça, Proença, História da Arte, Editora Ática, 2010
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.