Pintassilgo-americano

O pintassilgo-americano (Spinus tristis[1] ou Carduelis tristis), também conhecido como pintassilgo oriental ou canário selvagem, é um pequeno pássaro migratório Norte-Americano.

Pintassilgo-americano

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Passeri
Família: Fringillidae
Género: Spinus
Espécie: S. tristis
Nome binomial
Spinus tristis
(Linnaeus, 1758)
Distribuição geográfica
Azul: Inverno, verde: o ano todo, amarelo: Verão
Azul: Inverno, verde: o ano todo, amarelo: Verão
Sinónimos
Carduelis tristis

Taxonomia

O pintassilgo americano é uma das várias espécies originalmente descritas por Linnaeus, 1758, 10ª edição da sua obra Systema Naturae.[2] Foi inicialmente incluído no género Spinus, um grupo onde se incluíam os lugres e os pintassilgos do Novo Mundo; em 1976, o género Spinus foi incluído no género Carduelis como subgénero, [3] mas atualmente é considerado um género autónomo.[1]

Os seus parentes mais próximos são o pintassilgo-capa-preta (Spinus psaltria), o pintassilgo de Lawrence (Spinus lawrencei) e os lugres. Embora partilhe o nome com os pintassilgos europeus, os dois estão em géneros diferentes e não são parentes directos.[4] A palavra latina carduelis (o nome do género dos pintassilgos europeus) deriva de carduus, que significa cardo, tristis, que é a palavra latina para triste.[5]

Subespécies

Há quatro subespécies de pintassilgo americano.

  • S. t. tristis é a mais comum. No verão, encontra-se do sul do Canadá até ao Colorado e a leste até à Carolina do Sul. No inverno, ocupa uma faixa que vai do sul do Canadá à Flórida e México Central;[6]
  • S. t. pallidus diferencia-se das outras subespécies por apresentar uma cor mais pálida, as marcas brancas mais visíveis e o capuz negro maior nos machos. É ligeiramente maior que o S. t. tristis. No verão, estende-se da Colúmbia Britânica ao Ontario ocidental e a oeste até ao Oregon. No inverno, abrange um território que vai do sul do Canadá e norte da California até ao México;[6]
  • S. t. jewetti é o mais pequeno e escuro. Encontra-se desde a vertente ocidental da Cordilheira das Cascatas, do sul da Colúmbia Britânica à California central, coincidindo em muitos locais com o território do C. t. pallidus;[6]
  • S. t. salicamans aparece a oeste da Serra Nevada no verão, e no inverno ocupa uma faixa que vai da Baja California aos desertos de Mojave e Colorado. No inverno, a plumagem de ambos os sexos é mais castanha que outras subespécies, e no verão o capuz negro dos machos é mais pequeno.[6]

Filogenia

A filogenia genética molecular (e o seu parentesco e aparição na Terra) foi estabelecida por Antonio Arnaiz-Villena et al. [7]

Características gerais

Fêmea de pintassilgo americano.

Caracteriza-se por mudar completamente de plumagem e por um acentuado dimorfismo sexual. No verão o macho tem uma plumagem amarela brilhante, para atrair as fêmeas durante a época de reprodução, e no inverno muda para uma plumagem entre verde oliva e castanha. As fêmeas têm uma plumagem amarela acastanhada mate que se torna mais brilhante no verão.

O pintassilgo americano é granívoro e está bem adaptado para o consumo de sementes, com o seu bico cónico e as suas patas ágeis para se agarrar aos caules das plantas enquanto se alimenta. É um pássaro social juntando-se em bandos para se alimentar e para migrar. Pode comportar-se territorialmente na época de construção do ninho, mas esta agressividade dura pouco tempo. A época de reprodução inicia-se em finais de Julho, altura em que há mais alimento. Tem uma ninhada por ano e geralmente é monógamo.

O seu habitat preferido são os prados. Gosta do contacto com os humanos e por isso encontra-se com frequência em áreas residenciais atraído pela comida que lhe põem.

Descrição

Macho com plumagem de inverno.

O pintassilgo americano é um pequeno fringilídeo que mede entre 11 e 13 cm de comprimento e com uma envergadura entre asas de 19 a 22 cm. Pesa entre 11 e 20 gramas. O bico é pequeno, cónico e rosado a maior parte do ano, mas torna-se alaranjado na muda da primavera, em ambos os sexos.[8] A forma e o tamanho do bico ajudam-no na extracção de sementes de cardos, girassóis e outras plantas que compõem o seu regime alimentar.[9]

A sua plumagem muda duas vezes, na primavera e no outono. O dimorfismo sexual que afecta a cor da plumagem é mais notório depois da muda da primavera, quando o macho se cobre de cores vivas para atrair a fêmea.[9] Cada muda é completa e não progressiva,[10] mudam todas as penas à excepção das da cauda e das asas, que são cor de azeitona ou pardas nas fêmeas e negras nos machos, com bandas brancas sempre presentes.[8] Uma vez completa a muda da primavera, o macho exibe uma plumagem amarela limão brilhante, originada pelos pigmentos carotenoides das plantas que ingere.[11] Tem um capuz negro e o ventre branco.[12] A fêmea apresenta tons amarelos sobre plumagem castanha ou cor de azeitona.[10] Depois da muda de outono a plumagem torna-se mate, com o ventre cor de camurça, o dorso castanho oliva e a cabeça amarela pálida. A plumagem de outono é parecida em ambos os sexos, mas o macho distingue-se por um babeiro amarelo.[13] Em algumas regiões os pintassilgos perdem todos os traços de amarelo durante o inverno e apresentam tons cinzento bronze ou cor de azeitona.

As crias e juvenis não têm a mesma cor dos adultos. Apresentam plumagem castanha mate na parte inferior e amarela pálida na superior, As asas e a cauda são negras com marcas cor de camurça e não brancas. A cor é igual nos dois sexos.[13]

O pintassilgo americano emite uma série de chilreios melodiosos que começam com uma nota longa. Os adultos emitem dois tipos de chamamentos para defender o ninho: um destina-se aos outros pintassilgos para o ajudarem a distrair um possível predador e outro é para prevenir e tranquilizar as crias.[14]

Referências

  1. Frank Gill & David Donsker (Eds) (8 de janeiro de 2017). «Finches, euphonias» (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2017
  2. Linnaeus, Carolus (1758). Systema Naturae (em latim). Holmiae: Laurentii Salvii. p. 320. OCLC 174638949 Acesso a 11-02-2013.
  3. Thirty-third Supplement to the American Ornithologists' Union Check-list of North American Birds. American Ornithologists' Union. Consultado em 14 de março de 2012
  4. BayScience Foundation Carduelis tristis(American Goldfinch). Consultado em 14 de março de 2012
  5. Ferreira, A Gomes. Dicionário Latim-Português. Porto: Porto Editora Texto "." ignorado (ajuda)
  6. American Goldfinch Carduelis tristis. The birds of North America online. Consultado em 15 de março 2012.
  7. Zamora, J; Moscoso J, Ruiz-del-Valle V, Ernesto L, Serrano-Vela JI, Ira-Cachafeiro J, Arnaiz-Villena A (2006). «Conjoint mitochondrial phylogenetic trees for canaries Serinus spp. and goldfinches Carduelis spp. show several specific polytomies» (PDF). Ardeola. 53(1): 1–17
  8. American Goldfinch. Cornell Lab of Ornithology.
  9. E. Hayakawa American Goldfinch Arquivado em 1 de março de 2013, no Wayback Machine.. Hinterland Who's Who.
  10. K. McGraw, G. Hill, R. Parker American Goldfinch.
  11. K. McGraw, G. Hill, R. Parker, «The physiological costs of being colourful: nutritional control of carotenoid utilization in the American goldfinch, Carduelis tristis», em Animal Behaviour, 2005, volume 69, 653-660.
  12. American Goldfinch (Carduelis tristis). Michigan Department of Natural Resources.
  13. Unitt, Philip; Perretta, Nicole (Winter 2001). The American, Lawrence's, and Lesser Goldfinches.
  14. R. Knight, A. Temple, « Nest defence in the American Goldfinch », em Animal Behaviour, 1987, volume 34, pp 887-897.
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