Caucano

Caucano (em grego medieval: καυχανος; romaniz.:kauchanos;[1] em búlgaro: Кавхан; romaniz.:kavhan; segundo alguns historiadores[2] o termo deve ser lido como kaphan) era um dos mais importantes oficiais do Primeiro Império Búlgaro. De acordo com a opinião majoritária, ele era a segunda pessoa mais importante em todo o estado búlgaro, logo depois do monarca, tinha diversas responsabilidades e concentrava muito poder e autoridade. O caucano era o comandante-em-chefe do exército búlgaro e um dos principais diplomatas do estado. Ele também era membro do "Conselho Boiardo" e um dos mais importantes conselheiros do monarca; por vezes, era também o seu regente ou mesmo co-governante. O caucano era um alto magistrado e substituía o monarca sempre que ele estivesse fora da capital. Finalmente, é provável que ele fosse também um juiz.

História

Assume-se atualmente que havia uma proeminente família boiarda na aristocracia búlgara e da qual o caucano era escolhido geração após geração - o chamado "povo do caucano". O título seria, portanto, hereditário e vitalício. De acordo com a maior parte dos historiadores, o título sobreviveu ao fim do Primeiro Império depois da conquista de Basílio II em 1018. A última pessoa a deter as prerrogativas e responsabilidades de um caucano foi Jorge, o Boitaco[1], que incitou a revolta de Constantino Bodino em 1072.

Durante o reinado de Samuel, o caucano era Domeciano, que foi capturado pelos bizantinos e terminou sucedido pelo irmão, Teodoro, durante o reinado de João Vladislau[1][3][4].

Outro famoso caucano foi Pedro, que realizou três missões à Roma e uma a Constantinopla durante o reinado de Bóris I. O mais famoso caucano e também o que trouxe mais benefícios à Bulgária foi Isbul. Ele ocupou a posição durante o reinado de três cãs: Omurtague (r. 815–831), Malamir (r. 831–836) e seu sobrinho Presiano (r. 836–852). Entre seus méritos estão a reconstrução de Plisca no reinado de Omurtague e a criação de uma nova administração estatal centralizada. Ele também coordenou uma ação para capturar espiões bizantinos e estava entre os iniciadores da paz de 30 anos do Tratado de 815, muito favorável à Bulgária. Isbul comandou os exércitos búlgaros na vitoriosa campanha contra os bizantinos no sul da Macedônia.

Referências

  1. Moravcsik, G. Byzantinoturcica II. Sprachreste der Türkvölker in den byzantinischen Quellen. Leiden 1983, ISBN 978-90-04-07132-2, с. 156
  2. Бешевлиев, B. Първобългарите. История, бит и култура. Пловдив 2008, ISBN 978-954-91983-2-4.
  3. Гюзелев, В., Кавханите и ичиргу боилите в българското канство-царство (VII-XI в.), Пловдив 2007, ISBN 978-954-91983-1-7, с. 79-80
  4. Андреев, Й., Лазаров, Ив., Павлов, Пл., Кой кой е в Средновековна България, София 1994, ISBN 954-01-0476-9, с. 99-100
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