Cerco de Petra (549)

O 'cerco de Petra ocorreu em 549, quando o Império Bizantino, sob o imperador Justiniano I (r. 527–565), sitiou a fortaleza estratégica de Petra em Lázica, mantida pelo Império Sassânida. A guarnição de Petra sofreu pesadas baixas, mas permaneceu firme até que a chegada de um forte exército sob Mermeroes aliviou o cerco.

Cerco de Petra
Data 549
Local Petra, Lázica
Desfecho Cerco malsucedido
Beligerantes
Império Bizantino Império Sassânida
Comandantes
Dagisteu
João Guzes
Gubazes II
Guarnição: Mirranes
Reforços: Mermeroes

Antecedentes

O Império Bizantino e o Império Sassânida estavam em guerra desde 541 (a chamada Guerra Lázica) que pretendia decidir a soberania sobre Lázica, um país do Cáucaso à época governado pelo rei Gubazes II (r. 541–555). Em 547/8, o imperador Justiniano I (r. 527–565) investiu Dagisteu com o ofício de mestre dos soldados da Armênia e o enviou à linha de frente. Em 549, com apoio de tropas de Gubazes, reuniu suas forças e marchou contra a estratégica fortaleza de Petra, que estava sob posse dos persas.[1]

Cerco

Ruínas de Petra

O exército bizantino era composto por sete mil regulares e mil tzanos,[2] e estava sob o comando do mestre dos soldados da Armênia Dagisteu. A arquearia bizantina foi muito eficiente durante o cerco; ao suprimir os defensores da cidade, os sapadores conseguiram aproximar-se das muralhas de Petra. No entanto, as operações de mineração não tiveram sucesso.[3] De acordo com Procópio de Cesareia, a pequena guarnição sassânida sob "Mirranes" fez "exibição de valor como nenhum outro conhecido por nós fez". No final do cerco, mil homens da guarnição de 1 500 homens foram mortos e 350 ficaram feridos. Os defensores mantiveram todos os cadáveres dentro da fortificação para não informar os atacantes de suas perdas.[4] Dagisteu abandonou o cerco quando um exército sassânida de cavalaria e infantaria sob Mermeroes se aproximou. Este último supostamente insultou os bizantinos por causa de sua incapacidade de derrotar 150 homens "sem muro", referindo-se ao muro da cidade parcialmente destruído.[5][6]

Rescaldo

Sem suprimentos suficientes para seu exército, Mermeroes rapidamente consertou a parte caída da muralha de Petra com sacos de linho cheios de areia, guarneceu a fortaleza com três mil homens, deixou outros cinco mil sob Fabrizo em Lázica para abastecer a guarnição, e ele próprio dirigiu-se à Persarmênia com o resto do exército. A força combinada bizantino-laze, totalizando 14 mil soldados, derrotou Fabrizo em um ataque surpresa, capturando os suprimentos trazidos da Ibéria por Mermeroes para Petra. Outra força sob Corianes também foi derrotada depois que o último foi morto em ação. No entanto, os sassânidas de alguma forma conseguiram reabastecer a guarnição de Petra. Dagisteu mais tarde foi destituído de seus comandos devido à sua alegada má-liderança dos bizantinos em Petra, e foi substituído por Bessas.[5][6] Um ano depois, em 550, os bizantinos finalmente conseguiram retomar a cidade dos sassânidas após um longo cerco.[7]

Referências

  1. Martindale 1992, p. 380-381.
  2. Greatrex 2002, p. 117.
  3. Petersen 2013, p. 271.
  4. Procópio de Cesareia, As Guerras, II.XXIX
  5. Greatrex 2002, p. 118.
  6. Bury 2013, p. 114.
  7. Petersen 2013, p. 288, 542.

Bibliografia

  • Bury, J. B. (2013) [1889]. History of the Later Roman Empire, Vol. 2: From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian. Nova Iorque: Dover Publications, Inc. ISBN 0486143392
  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8
  • Petersen, L. I. R. (2013). Siege Warfare and Military Organization in the Successor States (400-800 AD): Byzantium, the West and Islam. Leida: Brill
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.