Citânia de Sanfins
A Citânia de Sanfins localiza-se quase na sua totalidade na freguesia portuguesa de Sanfins de Ferreira e a parte sudoeste na freguesia de Eiriz, ambas no município de Paços de Ferreira, distrito do Porto.

| Tipo | |
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| Civilização | |
| Periódo | |
| Estatuto patrimonial |
Monumento Nacional (d) |
| Localização |
Sanfins Lamoso Codessos Q45 e Q1747689 |
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| Coordenadas |
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Está classificada como monumento nacional (Dec. Nº 35817, DG, 187, 1ª SÉRIE, 20 de agosto de 1946).[1][2]
É uma das mais importantes zonas arqueológicas da civilização castreja na Península Ibérica.[carece de fontes]
História
Surgiu por volta do século I a.C. e ocupa uma área de cerca de 15 hectares, numa colina integrada numa zona de montanhas de afloramentos graníticos, num local estratégico entre a região do Douro e do Minho.
Há vestígios da ocupação do local da Citânia, desde o século V antes de Cristo, embora a grande cidade tenha sido a do tempo dos Calaicos, criada entre os séculos II e I a.C.
Nessa época, estima-se que tenham lá vivido três mil pessoas, uma população que vivia essencialmente de trabalhar o ferro, com grande vocação guerreira, ficando outras actividades económicas, como a agricultura, a cargo de outros castros dos arredores, dela dependentes.
Era a cidade-sede de uma região mais vasta, que abrangia as actuais Valongo, Maia e Penafiel, e onde estava o poder político e militar. Os Romanos acabariam por lá chegar, poucos anos antes do nascimento de Cristo, mas com dificuldade.
Os primeiros estudos desta Citânia devem-se aos historiadores Francisco Martins Sarmento e a Leite de Vasconcelos. As escavações iniciaram-se em 1944 e prolongaram-se por mais de cinquenta anos.
Património
Muralhas
A Citânia estava protegida por várias linhas de muralhas. As muralhas defensivas adaptam-se de forma notável ao terreno, com uma planificação regular e arruamentos ortogonais.
Pedra Formosa
O edifício destinado aos banhos públicos destaca-se, do conjunto arqueológico da Citânia, pela sua técnica e por possuir a “Pedra Formosa da Citânia de Sanfins”.
- “Dizem que alguns dos povos das margens do rio Douro vivem à maneira dos Lacónios (Esparta). Untam-se com óleo duas vezes (por dia) em lugares especiais e tomam banhos de vapor, feito com pedras aquecidas pelo fogo e (depois) banham-se em água fria.” [3]
- As águas destes banhos, no dizer de Armando Coelho, são a mais alta nascente do Rio Ferreira.
Núcleo familiar
A Citânia possui mais de cento e cinquenta construções de planta circular e retangular, agrupadas em cerca de quarenta conjuntos de unidades familiares. Recentemente foi restaurado um núcleo familiar.
- “No dia a dia bebem cerveja e, raramente, vinho. O pouco que conseguem, depressa o consomem nas festas familiares... nesses banquetes sentam-se em bancos construídos ao redor dos muros, ocupando os lugares segundo a idade e a dignidade. A comida circula de mão em mão. Enquanto bebem, bailam e fazem coros ao som da flauta e da trombeta, dando saltos no ar e caindo de joelhos...” [4]
Bibliografia
- Paços de Ferreira - As origens do povoamento: do megalitismo à romanização - Estudos Monográficos, Armando Coelho Ferreira da Silva, 1986
Referências
- Citânia de Sanfins na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural
- Ficha na base de dados SIPA
- Estrabão, Geografia 3.3.6
- Estrabão, Geografia, 3.3.7
Ligações externas
- Sítio sobre a Citânia de Sanfins
- Citânia de Sanfins na base de dados Portal do Arqueólogo da Direção-Geral do Património Cultural