Coprologia

Coprologia ou escatologia é um ramo da biologia e da medicina que estuda as fezes. Mais especificamente, trata-se do estudo das fezes humanas com objetivo de auxiliar no diagnóstico e prognóstico de doenças do sistema digestivo (renomeado "sistema digestório"). A palavra deriva do grego σκωρ, sko̱r (genitivo σκατος, skatos), que significa "fezes"; e λóγος, logos, que significa "estudo". O termo, em grego antigo abrange um espectro maior para o termo, chegando a se referir, de modo abstrato, ao final ou término de algum tipo de processo ou evento, enquanto que κόπρος, kópros, literalmente significa "fezes" (ou até mesmo algo considerado moralmente inconveniente ou desagradável).

 Nota: Para o ramo da Teologia que estuda sobre o conceito do "Fim dos Tempos", veja Escatologia.

Perspectiva geral

Conceito médico

Os estudos relacionados à coprologia/escatologia permitem determinar um vasto leque de informações biológicas sobre uma criatura, incluindo sua dieta (bem como seu habitat), saúde, e doenças tal como tênias. Porque, as fezes, são o resultado do processo de digestão dos alimentos ingeridos e absorção dos nutrientes, resultando em que um mínimo de substâncias nutritivas cheguem até o ceco. Progressivamente, o número de bactérias cresce, e o teor líquido se reduz, até a formação das fezes normais, que, ao serem eliminadas, são moldadas pelo esfíncter anal.

Conceito psicológico

Na psicologia, uma "escatologia" é um tipo de obsessão na qual pode ocorrer excreção ou excremento, ou o estudo de tais obsessões.

Conceito sexológico

Ver artigo principal: Coprofilia e Coprofagia

No contexto sexual, "escatologia" se refere a atos sexuais conduzidos com o uso de excremento do ser humano, ou outros tipos.

Conceito literário

Ver artigos principais: Coprolalia e humor negro

Em literatura, "escatologia" comumente descreve trabalhos que fazem referência particular a excreção ou para excremento, assim como a piadas ou humor de banheiro.

Análise clínica

O exame de fezes pode ter as seguintes finalidades:[1]

Os resultados do processo de digestão podem ser estudados através do exame coprológico funcional incluindo o exame químico, o qual é constituído por avaliação macroscópica, microscópica e química[2]; por este método, podem-se determinar a presença de aceleração ou diminuição do trânsito intestinal, bem como detectar insuficiências digestivas de origem gástrica, bilear, do intestino delgado ou cólon.

A pesquisa de sangue oculto é importante na avaliação das anemias crônicas, detectando por metodologia química ou imunológica a presença de sangue, misturado às fezes e em quantidades indetectáveis a olho nu. Este exame é auxiliar no diagnóstico do câncer do cólon, e na avaliação de lesões sangrantes da mucosa das porções baixas do trato digestivo.

O diagnóstico etiológico dos parasitas intestinais é fundamental para seu tratamento rápido e adequado.

Diversos parasitas e comensais do tubo intestinal humano podem ser detectados através do exame parasitológico de fezes, dentre eles a Giardia lamblia, a Entamoeba histolytica e diversos helmintos (conhecidos popularmente como vermes), tais como a Taenia solium e Taenia saginata (conhecidas como solitárias) e os ancilostomídeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale), causadores do popular amarelão.

O estudo bacteriológico permite a detecção, por metodologias microbiológicas padronizadas, de diversas bactérias enteropatogênicas associadas a surtos de diarreia alimentar — como as Salmonellas e Shighellas —, ou a endemias mundiais, como o Vibrio cholerae.

Proposta para leitura

Provavelmente o estudo mais compreensivo de escatologia foi o documentado por John Gregory Bourke sob o título (em Inglês) Scatalogic Rites of All Nations (1891). Uma versão abreviada do trabalho foi publicada como Escatologia Portátil, editado por Louis P. Kaplan e com prefácio por Sigmund Freud; Nova Iorque: William Morrow and Company (1994).

Ver também

Ligações externas

Referências

  1. Lima, O. et al. Métodos de Laboratório Aplicados à Clínica. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan. Sétima edição 1992.
  2. KAMOUN, P., FrEJAVILLE, J.P. 500 Exames - Manual de Exames de Laboratório Rio de Janeiro, RJ: Livraria Atheeu. 1999.
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