Coreia gravídica
Coreia gravídica é um transtorno neurológico raro[1], caracterizado por movimentos anormais involuntários (coreia) de membros ou da cara em qualquer fase da gravidez.
| Chorea gravidarum | |
|---|---|
| Especialidade | neurologia, obstetrícia |
| Classificação e recursos externos | |
| CID-10 | G25.5, O99.3 |
| CID-9 | 646.80 |
| CID-11 | 113562578 |
| eMedicine | 1149725 |
| MeSH | D020150 |
Os movimentos são abrupto, breves, sem ritmo, não repetitivos e podem incluir caretas. É uma complicação da gravidez que pode ser associado a eclampsia e seus efeitos sobre os núcleos da base. É mais comum em mulheres que tiveram coréia de Sydenham. Afeta principalmente pacientes jovens, entre 15 e 30 anos.[2][3]
Atualmente está em declínio sua incidência, provavelmente como resultado do declínio se casos de febre reumática, uma das principais causas da coreia gravídica, graças a popularização dos antibióticos para tratar faringite estreptocócica e erisipela antes de causar complicações.
Fisiopatologia
Vários mecanismos patogênicos para a coreia gravídica foram estudados. Antecedente de febre reumática ou de coreia são os maiores fatores de risco. A teoria é de que os estrógenos e a progesterona podem sensibilizar os receptores de dopamina (presumivelmente no corpo estriado) e induzir a coreia em indivíduos que são vulneráveis a essa complicação em virtude da existência prévia de patologia nos gânglios basais.
A relação com a febre reumática foi reforçada por diversos estudos, que mostraram que as mulheres com gravidezes normais antes de febre reumática desenvolveram coreia em gravidezes subseqüentes.[4][5] Pelo menos, 35% dos pacientes têm uma clara história de febre reumática aguda e coréia de Sydenham; 4% das pessoas com a coreia gravídico tinha febre reumática aguda.
Tratamento
O tratamento medicamentoso está indicado para pacientes com coreia grave e incapacitante. Essa coreia é tratada com haloperidol ou [6][7][8] clorpromazina sozinha ou clorpromazina combinada com diazepam ou com pimozida. Clorpromazina é um dos neurolépticos que pode ter menos efeitos adversos do que o haloperidol.[9] Ácido Valpróico, hidrato de cloral, risperidona ou fenobarbital também podem ser usados.[10]
Veja também
Referências
- «Chorea gravidarum». Obstetrics and gynecology. 32. PMID 5742087
- «Chorea Gravidarum». Archives of Internal Medicine. 49. doi:10.1001/archinte.1932.00150100128011
- «Chorea Gravidarum». Archives of Internal Medicine. 49. doi:10.1001/archinte.1932.00150110134008
- «Two cases of chorea in pregnancy». Glasgow Medical Journal
- «Chorea complicating pregnancy». Northwest Med. 15
- «Rheumatic chorea controlled with haloperidol». The Journal of Pediatrics. 81. PMID 4643046. doi:10.1016/S0022-3476(72)80272-5
- «Treatment of Chorea Gravidarum with Haloperidol». Southern Medical Journal. 72. PMID 472859. doi:10.1097/00007611-197909000-00044
- «Control of chorea gravidarum with haloperidol». Obstetrics and gynecology. 59. PMID 7078886
- «Pimozide treatment of Sydenham's chorea». Neurology. 40. PMID 2296371. doi:10.1212/wnl.40.1.186
- Chorea Gravidarum~treatment no eMedicine