Cosme I de Constantinopla

Cosme I de Constantinopla (em grego: Κοσμάς Α΄ Ιεροσολυμίτης), também chamado de Cosme I de Jerusalém, foi o patriarca grego ortodoxo de Constantinopla entre 2 de agosto de 1075 e 8 de maio de 1081. Originalmente de Antioquia, ele foi educado em Jerusalém, onde morou por grande parte de sua vida, de onde tirou o seu epíteto. É possível que ele tenha sido indicado para o patriarcado diretamente a partir do mosteiro onde estava, em ou nas redondezas de Jerusalém.[1]

Cosme I de Constantinopla
Nascimento século XI
Morte Desconhecido
Cidadania Império Bizantino
Ocupação sacerdote
Religião cristianismo ortodoxo

Vida e obras

Cosme coroou o imperador bizantino Nicéforo III Botaniates, ainda que desaprovasse seu casamento com a ex-esposa do imperador anterior, Miguel VII Ducas. Contudo, ele não tomou nenhuma providência além de demover o sacerdote que realizou a cerimônia do casamento.[2] Posteriormente, ele utilizou sua influência para tentar convencê-lo a renunciar conforme sua popularidade declinava e o Império Bizantino entrava num período de instabilidade.

Cosme também coroou Aleixo I Comneno em 1081. Quando o novo imperador tentou repudiar a sua esposa, Irene Ducena, para se casar com a ex-imperatriz Maria de Alânia, Cosme bloqueou com sucesso a manobra, pois ela já tinha se casado por duas vezes antes. Cosme renunciou (ou foi forçado a fazê-lo) logo depois, pois a mãe de Aleixo, Ana Dalassena, não gostava da ligação de Irene com a família Ducas e ressentia essa interferência no imperador.[2] Ela posteriormente pressionou pela renúncia por que desejava colocar seu favorito no trono patriarcal, o que ela acabou conseguindo com a ascensão do pouco educado Eustrácio Garidas.[3] De acordo com Ana Comnena, Cosme renunciou voluntariamente com a condição de que lhe fosse permitido coroar antes a imperatriz Irene, o que ele fez e logo em seguida partiu.[2]

A mais importante ação sinodal tomada por Cosme foi a condenação, em 1076-1077, de certos pontos de vista heréticos defendidos por João Ítalo, um acadêmico ligado à família Ducas.[2] No aspecto geral, acredita-se que a aposentadoria de Cosme marque um período onde, entre Aleixo I e o imperador Manuel I Comneno, a Igreja tenha se movimentado para uma posição de dependência, identificação e subserviência ao estado, revertendo o grande movimento de auto-determinação que marcou o século XI.[4] João Escilitzes (continuatus) descreve em más tintas o patriarca, sugerindo que o imperador o tenha selecionado por sua falta de grandeza. Segundo ele, o imperador chegou a escrever que após a morte do patriarca anterior, Miguel VIII "escolheu outro, não dentre aqueles que estavam no Senado, nem dos que estavam na Grande Igreja, nem dentre quaisquer bizantinos afamados por suas palavras e atos, mas um certo monge Cosme que apareceu da Cidade Sagrada e foi honrado pelo imperador...mesmo sendo sem sabedoria ou gosto...".[5]

Ele foi proclamado santo pela Igreja Ortodoxa, com sua festa sendo celebrada em 2 de janeiro (calendário novo).

Ver também

Cosme I de Constantinopla
(1076 - 1081)
Precedido por:

Patriarcas grego ortodoxos de Constantinopla

Sucedido por:
João VIII 105.º Eustrácio Garidas

Referências

  1. Buckler, p. 290, note 5.
  2. Hussey, p. 140.
  3. Magdalino, p. 268.
  4. Magdalino, p. 303.
  5. Buckler, p. 290, note. 5.

Bibliografia

  • J.M. Hussey. The Orthodox Church in the Byzantine Empire. Oxford: University Press, 1986. (em inglês)
  • Paul Magdalianio. The Empire of Manuel Komnenos. Cambridge: University Press, 1993. (em inglês)
  • Norwich, John Julius. "Byzantium: The Decline and Fall". (New York: Alfred A. Knopf, 1996) p. 7. (em inglês)
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