Cronologia do caso Marcos Kitano

Este anexo reúne as datas de fatos importantes para o caso Marcos Kitano, em que Elize Matsunaga assassinou e esquartejou o próprio marido, o então CEO da empresa Yoki, Marcos Matsunaga. Depois de acusada, Elize logo confessou o crime, dando detalhes de como ocorrera. Porém, investigações e perícias revelaram pouco a pouco outras informações sobre o caso.

Cronologia

Antes do crime

Localização do município de Chopinzinho

Discussões entre o casal vinham acontecendo desde alguns anos antes do crime, sempre por motivos passionais. Elize acreditava estar sendo traída e confirmou o fato ao contratar um detetive particular para seguir Marcos Kitano. A descoberta da traição, segundo a própria assassina confessa, teria sido a motivação para o crime. Abaixo, a sequência de fatos que antecederam o homicídio:

  • Início de maio de 2012: Elize procura um advogado para discutir sobre um possível divórcio. A mulher desejava saber com o que ficaria caso se separasse de Marcos e que direitos lhe eram reservados.[1]
  • Na semana de 13 de maio de 2012: Elize contrata um detetive particular para seguir Marcos.[1]
  • 17 de maio de 2012: Elize viaja para a sua cidade natal, Chopinzinho, no interior do Paraná, para visitar sua mãe e apresentá-la à neta, filha do casal Matsunaga. À noite, Elize recebe informações do detetive particular, que confirma a traição. Ele a manda imagens em que Marcos se encontra com uma prostituta no centro de São Paulo.[1]
  • 18 de maio de 2012: Ainda em Chopinzinho, Elize recebe mais informações do detetive: Marcos havia jantado com a mulher com quem foi filmado no dia anterior.[1]
  • 19 de maio de 2012: Marcos Kitano busca Elize no aeroporto. A partir daí, começam os eventos registrados pelas câmeras de segurança do prédio onde a família morava.[1]

Assassinato

Marcos Kitano desce para buscar uma pizza

A sequência de fatos a seguir foi registrada por câmeras de segurança do prédio onde o casal vivia nos dias 19 e 20 de maio de 2012. Elas foram fundamentais para que o crime fosse desvendado e permitiram acompanhar os últimos momentos de Marcos Kitano vivo:

  • 19 de maio de 2012
    • Às 18h30: Marcos, Elize, a filha do casal e uma babá sobem de elevador até a cobertura onde o casal vivia. Eles acabavam de chegar do aeroporto, de uma visita que Elize fez à cidade de Chopinzinho.[2]
    • Entre 18h30 e 19h30: A babá deixa o apartamento, onde agora estão apenas o casal e a filha de um ano.[2] Segundo o depoimento de Elize à Polícia, foi nesse momento que ela revelou ter descoberto a traição, iniciando uma discussão entre ambos.[1]
    • Às 19h30: Marcos desce pelo elevador até o térreo para buscar uma pizza. Ele está aparentemente tranquilo e falando ao celular com seu pai. Essas foram as últimas imagens de Kitano vivo.[2]
    • Depois das 19h30: Segundo Elize, depois de Kitano voltar, o casal retomou a discussão. Marcos a teria ameaçado dizendo: "vou te mandar de volta para o lixo de onde você veio". Afirmou também que se ele pedisse o divórcio, a filha do casal ficaria com ele, alegando que a guarda não seria dada a uma "prostituta".[3]
    • Entre 19h30 e 11h30: Elize assassina Marcos Kitano com um tiro na cabeça à queima-roupa de cima para baixo[3] e esquarteja seu corpo em seis partes: cabeça, braços, tórax e pernas. Depois disso coloca os restos mortais em sacos plásticos que vão dentro de uma mala preta.[1]
  • 20 de maio de 2012
    • Às 11h30: Elize deixa o apartamento carregando as três malas onde estava o corpo de Marcos Kitano.[1]

Investigações e cobertura pela imprensa

O corpo de Marcos Kitano foi jogado na beira de uma rodovia em Cotia, próximo a São Paulo, no mesmo dia do crime, 20 de maio de 2012. As primeiras notícias sobre a descoberta do corpo vieram em 23 de maio de 2012. Em 4 de junho de 2012, 15 dias após o crime, deu-se a identificação do corpo, e a partir daí o caso começou a ter destaque na imprensa brasileira, que dava notícias sobre a evolução das investigações sob os títulos de "caso Yoki", o mais usado, e "caso Marcos Kitano".

  • 23 de maio de 2012: São descobertos os restos mortais de um "homem asiático" na beira de uma estrada em Cotia. A primeira grande rede de televisão a noticiar o fato foi a Rede Bandeirantes, destacando o caso como um "crime macabro".[4][5]
  • 1 de junho de 2012: Policiais militares da região começam a ser investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa como suspeitos do crime. Nesse momento, ainda não havia a informação de que o corpo era de Marcos Kitano.[6]
  • 4 de junho de 2012: O corpo é identificado como sendo de Marcos Kitano, dado como desaparecido desde o dia do crime.[6] À noite, depois de análises das imagens das câmeras de segurança do prédio em que morava o CEO, deu-se como suspeita Elize Matsunaga, que foi detida sob prisão temporária de cinco dias (posteriormente estendida como prisão preventiva). A informação foi divulgada por Jorge Carrasco, diretor do DHPP. Tal prisão foi motivada pelo fato de Marcos entrar no apartamento, porém não sair e de Elize deixar o prédio com três malas.[7] A partir desse dia, o caso começou a ter ampla cobertura da mídia. O DHPP ainda trabalhava com a hipótese de o CEO ter sido assassinado por policiais militares, e as investigações avançavam em sigilo.[7] Elize ficou detida na 97ª DP.[8]
  • 5 de junho de 2012: O advogado da família do empresário, Luiz Flávio Borges D’Urso, afirma acreditar que o crime foi praticado por mais de uma pessoa. Ele disse: "é pouco provável que uma única pessoa tenha realizado toda a preparação, execução, o homicídio, o esquartejamento e a manutenção dos pedaços".[9] O delegado responsável pelo caso, Mauro Dias, diz que a polícia agora foca-se na hipótese de crime passional. Segundo ele, existiam evidências de uma traição por parte do empresário.[8][10] No apartamento do casal, a polícia encontra sacos plásticos iguais aos que continham o corpo de Marcos. Também é encontrada uma grande quantidade de armas, sendo uma do mesmo calibre que matou o empresário, uma calibre .380.[11] Elize é transferida da 97ª DP até a cadeia de Itapevi, na grande São Paulo.[8][12]
  • 6 de junho de 2012: Elize presta depoimento ao DHPP e confessa o crime.[13] A mulher, que até então tinha negado qualquer envolvimento com o assassinato, deu detalhes de como cometeu o crime. Apesar de não ter citado nenhuma outra pessoa, a polícia ainda suspeitava da participação de alguém para ajudá-la a esquartejar e abandonar o corpo.[13] Elize contou à polícia que o assassinato ocorreu depois de uma briga que ambos tiveram causada por uma traição de Marcos. Ela disse que atirou na cabeça do marido e deixou o seu corpo num quarto da casa por dez horas para, então, esquartejá-lo quando já estivesse em situação cadavérica e portanto, com o sangue coagulado. Ela disse que o levou para o banheiro da empregada, cortou os membros inferiores, superiores e o decapitou com uma faca de 30cm que estava na cozinha.[14] A polícia encontrou as provas da traição de Marcos: fotos e vídeos que o detetive contratado por Elize tinha feito.[15] Começou a ser feita, no final da noite, a reconstituição do crime para comprovar a versão de Elize.[16]
  • 7 de junho de 2012: Peritos concluem a reconstituição do crime e confirmam a versão de Elize sobre como matou o CEO e o esquartejou. A reconstituição foi acompanhada pela mulher e durou aproximadamente seis horas.[16] A Secretaria de Segurança Pública solicitou a prorrogação da prisão temporária de Elize.[16] Após ouvir o depoimento da babá que foi ao apartamento quando o empresário já estava morto, o delegado responsável pelo caso afirmou que o caso estava "praticamente encerrado".[17]
  • 8 de junho de 2012: A filha do casal fica sob a guarda de uma tia de Elize. A família de Marcos Kitano diz que não pretende entrar na justiça para disputar a guarda da filha do casal, que à época tinha apenas um ano de idade.[18] A Polícia Rodoviária Federal disse ter parado Elize na rodovia SP-127 e a multado por estar com o licenciamento do veículo vencido há quase um mês. Segundo a PRF, o carro não foi revistado porque tratava-se de uma abordagem administrativa. O Jornal Nacional noticiou que Elize seguia rumo ao estado do Paraná, mas que desistiu da viagem após ser abordada e voltou em direção a São Paulo, deixando o corpo do empresário numa estrada em Cotia.[19] A defesa de Elize disse que o crime não foi premeditado e que a mulher temia perder a guarda da filha. O advogado de Elize, Luciano de Freitas, disse que considera a prisão de Elize até o julgamento desnecessária. Ele disse: "se ela quisesse ter fugido, ela teria fugido nesses quinze dias".[20]

Ver também

Referências

  1. Eler, André; Júlia Carvalho, Carolina Rangel, Fabrício Lobel, Rafael Foltran e Victor Caputo (junho de 2012). Fim do conto de fadas (flash). São Paulo, São Paulo: Editora Abril. Revista Veja (2273): 84-90. ISSN 0100-7122
  2. André Caramante (6 de junho de 2012). «Mulher de executivo da Yoki confessa ter matado e esquartejado o marido». Folha de S. Paulo. Consultado em 8 de junho de 2012
  3. Contardo Calligaris. «Uma linda mulher». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de julho de 2012
  4. «Cotia: corpo é de empresário da Yoki». Band. 5 de junho de 2012. Consultado em 8 de junho de 2012
  5. «Mulher encontra mão dentro de saco plástico». Band. 27 de maio de 2012. Consultado em 11 de junho de 2012
  6. «Justiça decreta prisão de esposa de executivo da Yoki esquartejado em SP». Tribuna Hoje. 4 de junho de 2012. Consultado em 4 de junho de 2012
  7. Marcelo Mora (4 de junho de 2012). «Executivo é esquartejado e mulher tem prisão decretada, diz polícia». G1. Consultado em 4 de junho de 2012
  8. «Mulher de executivo da Yoki é transferida para presídio». Terra. 5 de junho de 2012. Consultado em 12 de junho de 2012
  9. «Yoki: crime não foi ação de apenas uma pessoa». Band. 5 de junho de 2012. Consultado em 6 de junho de 2012
  10. Fábio Matos (5 de junho de 2012). «'Tudo indica ser crime passional', diz delegado que investiga esquartejamento». IG São Paulo. Consultado em 5 de junho de 2012
  11. Michelle Barros (5 de junho de 2012). «Esposa é suspeita de assassinar empresário em São Paulo». Jornal da Globo. Consultado em 21 de junho de 2012
  12. «Mulher de executivo morto e esquartejado será ouvida nesta quarta». Correio. 6 de junho de 2012. Consultado em 11 de junho de 2012
  13. Folhapress (6 de junho de 2012). «Mulher de executivo da Yoki confessa ter matado o marido». Paraná Online. Consultado em 11 de junho de 2012
  14. «Yoki: Mulher conta detalhes de crime». O Diário. 6 de junho de 2012. Consultado em 6 de junho de 2012
  15. Metro São Paulo (6 de junho de 2012). «Caso Yoki: polícia acha provas de traição». Band. Consultado em 6 de junho de 2012
  16. Folhapress (7 de junho de 2012). «Polícia reconstitui assassinato de executivo da Yoki». Paraná Online. Consultado em 8 de junho de 2012
  17. Fábio Matos (7 de junho de 2012). «Após ouvir babá, delegado diz que caso Yoki está 'praticamente encerrado'». IG. Consultado em 7 de junho de 2012
  18. IG (8 de junho de 2012). «Filha do empresário da Yoki morto ficará com tia». Correio do Estado. Consultado em 8 de junho de 2012
  19. «Mulher foi parada em estrada com corpo de executivo da Yoki no carro». Terra. 8 de junho de 2012. Consultado em 8 de junho de 2012
  20. JN (8 de junho de 2012). «Defesa de Elize Matsunaga diz que ela não premeditou assassinar o marido». Jornal Nacional. Consultado em 12 de junho de 2012
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