Desalmadamente

O último trabalho de originais que Lena d'Água editara a solo, Tu Aqui, remontava a 1989.[1][2] O seu regresso à música e, sobretudo, aos discos começou a ser cozinhado lentamente nos anos anteriores. O primeiro passo terá sido o convite dos They're Heading West para tocar na Casa Independente em Lisboa, corria o ano de 2016.[3][2] Seguiu-se Benjamim, que incluiu uma participação de d'Água num concerto no CCB, no final desse ano.[3][2]

Depois, chegou a passagem pelo Festival da Canção 2017, a convite de Pedro da Silva Martins.[4] Interpretada ao lado dos They're Heading West e Benjamim, "Nunca me fui embora" chegou à final nacional do concurso, mas nesse ano o grande vencedor foi Salvador Sobral.[5]

As canções do disco foram todas compostas por Pedro da Silva Martins, mais conhecido como parte integrante dos Deolinda.[6][7][8] Os arranjos e a interpretação ficaram a cargo de António Vasconcelos Dias, João Correia, Sérgio Nascimento, Mariana Ricardo, Francisca Cortesão (quarteto que compõe os They're Heading West) e Benjamim. Foram estes quatro últimos que assinaram a produção do disco.[6][8]

O single de apresentação, "Grande Festa", antecipou o lançamento do disco.[9] O vídeo contou com a realização de Joana Lages e direção de fotografia de Manuel Pinho Braga. [3]

O álbum foi genericamente aclamado pela crítica, sendo considerado o melhor disco português do ano para a revista BLITZ, integrando também outras listas especializadas como Antena 3, Altamont, Arte Sonora, Threshold Magazine, Rádio Radar, entre outras.[10][11][12][13][14][15]

Valeu a Lena d'Agua duas estatuetas nos Prémios Play, em 2020: Melhor Artista Feminina e Prémio da Crítica.[16] A artista foi igualmente nomeada para os Globos de Ouro, em 2021, na categoria de Melhor Intérprete, galardão que acabaria nas mãos de Bárbara Tinoco.[17]

Desalmadamente foi ainda reconhecido, por unanimidade, com o Prémio José Afonso, em 2020.[7][18] Sobre o álbum, o júri declarou: "brilhantes composições de Pedro da Silva Martins, e onde Lena D’Água demonstra uma capacidade vocal impressionante. Além de premiar o disco, premeia-se também a carreira da cantora Lena D’Água e a sua enorme capacidade de se reinventar”.[7]

Inicialmente lançado em CD e nas plataformas digitais, o disco acabou por ser reeditado em vinil no ano seguinte e teve, ainda, uma edição exclusiva em vinil transparente, para a edição de 2021 do Record Store Day.[19][20] Eis o alinhamento da versão CD (o vinil mantém a ordem das canções):[21]

• Desalmadamente no Discogs