Desastre ferroviário da Ponte de Papa-Galos

O Desastre ferroviário da Ponte de Papa-Galos foi um acidente ocorrido em 8 de Setembro de 1901, entre o Apeadeiro de Alcáçovas e a estação de Casa Branca, em Portugal. A Ponte de Papa-Galos, originalmente conhecida como Papa-Gallos ou Ponte dos Gallos, desabou à passagem de um comboio, provocando três mortos e três feridos.[1]

Desastre ferroviário da Ponte de Papa-Galos
Desastre da Ponte de Papa-Gallos
Desastre da Ponte dos Gallos
Desastre ferroviário da Ponte de Papa-Galos
Descrição
Data 8 de Setembro de 1901
Hora 18:30
Local Alentejo
Coordenadas 🌍
País Portugal Portugal
Linha Linha do Alentejo
Operador Caminhos de Ferro do Sul
Tipo de acidente Descarrilamento e desabamento de uma ponte
Estatísticas
Comboios/trens 1
Mortos 3
Feridos 3

Acidente

O desastre ocorreu por volta das 18 horas e 30 minutos do dia 8 de Setembro de 1901,[1] quando um comboio estava a passar pela Ponte de Papagalos, no lanço entre Alcáçovas e Casa Branca.[1] De acordo com o periódico Diário Illustrado, nesse momento partiu-se um dos veios de um vagão carregado de trigo, levando ao descarrilamento do vagão, e consequentemente ao desabamento da ponte,[2] fazendo cair três carruagens e quatro vagões para a ribeira.[1]

O comboio envolvido era uma composição mista, composta por três carruagens, de primeira segunda e terceira classes, e vários vagões, e tinha saído de Faro às seis horas da manhã,[1] tendo parado como normal em Alcáçovas antes de seguir viagem até Casa Branca.[2] Naquele momento trazia apenas seis passageiros a bordo,[2] evitando que o acidente tivesse atingido maiores proporções.[1] Dois passageiros morreram no local, e um terceiro morreu já no Hospital de Évora, tendo o desastre provocado também três feridos graves,[1] dos quais dois eram funcionários, sendo um guarda-freio e outro condutor.[2] Os primeiros socorros às vítimas foram prestadas ainda no local pelos restantes empregados e pelos outros passageiros, e foram organizados dois comboios especiais, um de socorro oriundo de Casa Branca, e outro do Barreiro com operários e ferramentas para realizar obras no local.[2] Na sua edição de 11 de Setembro, o jornal Diário Illustrado reportou que se tinha previsto o reestabelecimento da circulação ferroviária ainda na tarde do dia anterior, e que o director interino dos Caminhos de Ferro do Sueste, o conselheiro Justino Teixeira, iria regressar ao local do acidente para averiguar o estado da ponte e tomar medidas no sentido de melhorar as condições de segurança da circulação.[3]

Na sequência do acidente, o jornal O Occidente alertou para as más condições em que se encontravam os caminhos de ferro, e exortou o governo para proceder a uma rigorosa análise tanto das infraestruturas de via como do material circulante.[1]

Ver também

Referências

  1. «Desabamento da Ponte de Papa-Gallos no Caminho de Ferro do Sul». O Occidente. Ano XXIV (818). Lisboa. 20 de Setembro de 1901. p. 202. Consultado em 19 de Agosto de 2023 via Hemeroteca Municipal de Lisboa
  2. «Grande desastre na linha ferrea do Sul - Uma ponte desabada - Mortos e feridos» (PDF). Diário Illustrado. Ano 31 (10:242). Lisboa. 10 de Setembro de 1901. p. 1. Consultado em 19 de Agosto de 2023 via Biblioteca Nacional Digital
  3. «Ainda o desastre na linha ferrea do Sul» (PDF). Diário Illustrado. Ano 31 (10:243). Lisboa. 11 de Setembro de 1901. p. 1. Consultado em 19 de Agosto de 2023 via Biblioteca Nacional Digital


This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.