Ernesto Gonçalves

Ernesto Marçal Martins Gonçalves (Funchal, 30 de junho de 1898 Funchal, 1982) foi um advogado e professor liceal que se destacou como político e como publicista, autor de múltiplas publicações de carácter histórico centradas no estudo da história da Madeira.[1][2] Publicou parte da sua obra sob o pseudónimo de Bernardo Gomes Ferreira.[1][3]

Ernesto Gonçalves
Nascimento 30 de junho de 1898
Funchal
Morte 1982
Funchal
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação advogado, escritor, historiador

Biografia

Nasceu na freguesia do Monte, cidade do Funchal. Concluiu o ensino secundário no Liceu do Funchal, matriculando-se seguidamente no curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, transferindo-se posteriormente na Faculdade de Direito de Lisboa, onde concluiu o curso.

Em 1919, enquanto aluno da Faculdade de Coimbra, foi director da revista Ícaro, que dirigiu e publicou juntamente com Cabral do Nascimento.

Terminado o curso fixou-se inicialmente em Lisboa, onde exerceu advocacia. Ingressou nos grupos políticos pró-monárquicos, tendo sido director da revista Acção Realista, nela publicando artigos de cariz político e sobre temas económicos e sociais.

No início da década de 1930 regressou à ilha da Madeira, desapontado com o insucesso dos movimentos pró-monárquicos nos quais estivera envolvido. No Funchal continuou a exercer advocacia, para além de leccionar no Liceu Jaime Moniz. Foi durante muitos anos vogal da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal.

Dedicou-se aos estudos de história da Madeira e à genealogia, deixando uma vasta bibliografia dispersa por várias publicações periódicas, mas com destaque para o Arquivo histórico da Madeira e para a revista Das artes e da história da Madeira.[1]

Embora na sua maioria os seus artigos versem temas de cariz histórico, também publicou textos ficcionados, entre os quais Páginas de Coimbra, Temporal (conto) e Folhas de cadernos antigos.[4] Também proferiu conferências, algumas das quais se encontram publicadas, entre as quais O destino da Pátria Portugalense e A família.

Obras

Entre as suas obras publicadas contam-se os seguintes trabalhos:[1]

  • Raul Brandão;
  • Alguns versos de Duarte de Brito;
  • Duarte de Brito;
  • Nossa Senhora do Monte: Séculos XV,XVI e XVII;
  • O Duque D. João, terceiro Senhor da Madeira;
  • Apontamentos;
  • Estudo da "Relação de Francisco Alcoforado";
  • Estudo da "Relação de Francisco Alcoforado";
  • Ainda acerca da ode de António Dinis da Cruz e Silva dedicada a João Fernandes Vieira;
  • Saudades da terra;
  • Folhas de cadernos antigos;
  • Portugal e a Ilha;
  • Poetas madeirenses do "Cancioneiro Geral": Duarte de Brito;
  • Álvaro Manso de Sousa;
  • Actualidades: D. Gabriela Pestana Figueira;
  • Para o conhecimento dum percursor de Colombo;
  • João Afonso do Estreito;
  • Gil Enes: Mestre da Sé;
  • Algumas poesias das despedidas de António Nobre;
  • António Nobre na Madeira;
  • Três sonetos de Camilo Pessanha;
  • Histórias de Bisbis: dois diálogos e algumas cantigas da tradição oral do povo madeirense: Recolha e notas;
  • Quatro contos, um romance e algumas cantigas da tradição oral do povo madeirense;
  • Algo mais acerca da "Relação de Francisco Alcoforado";
  • Folhas de cadernos antigos.
  • Os madeirenses na Restauração de Portugal;
  • João Gomes da Ilha e Duarte de Brito;
  • As Poesia de João Gomes da Ilha;
  • Gomes Leal e António Nobre;
  • Os "Homens bons" do concelho do Funchal em 1471.
  • Nunes Pereiras de Nossa Senhora do Monte;
  • Genealogias: Teles, do Campanário;
  • Giz, do Campanário;
  • Jardins, do Arco da Calheta

Referências

  1. Biblioteca Municipal do Funchal: Ernesto Gonçalves (1898-1982).
  2. Luís Peter Clode, Registo bio-bibliográfico de autores madeirenses, pp. 231-232. Funchal: Caixa Geral de Depósitos, 1983.
  3. Emanuel Janes, «Ernesto Gonçalves» in Revista Saber, n.º 8 (Jun. 2004), pp. 26-27. Funchal, Edição Extra de Aniversário, 2004 (ISSN 0873-7290).
  4. Nelson Veríssimo (org., pref. e notas), Narrativas literárias de autores madeirenses: séc. XX: Antologia, pp. 111-116. Funchal, DRAC, 1990.

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