Espaço de Retzius

O espaço retropúbico é o espaço extraperitoneal entre a sínfise púbica e a bexiga urinária. O espaço retropúblico é o espaço pré-peritoneal, atrás da fáscia transversal e em frente ao peritônio.[1]

É também conhecida como a "Caverna de Retzius" ou "Espaço de Retzius", em homenagem ao anatomista sueco Anders Retzius (1796-1860).[2]

Este espaço é um marco utilizado em diferentes procedimentos urológicos e cirúrgicos.

Estrutura

O espaço está localizado na região da pelve e fica rodeado das seguintes estruturas:[3]

  • Anteriormente: sínfise púbica
  • Lateralmente: Músculos internos do obturador e obturador púbico
  • Posteriormente: Bexiga urinária
  • Assoalho: Vagina anterior nas mulheres, e uretra proximal nos homens.

Função

O espaço retropúbico é um espaço anatômico.

Pressão compartimental

O espaço retropúbico é diretamente adjacente à cavidade abdominal, e é afetada com mudanças na pressão intra-abdominal, o que altera a fisiologia da urinação e continência.[4] Normalmente, pressões intra-abdominais variam entre 5 e 7 mmHg, e podem atingir 10 a 15 mmHG cronicamente em alguns casos, como nos casos de grávidas e obesos.[5] A pressão interna é fortemente relacionada aos índices de massa corporal e o histórico de procedimentos cirúrgicos. Essa pressão elevada de grávidas e obesas é comumente referida como hipertensão abdominal crônica.[6] Essa pressão é retransmitida para o compartimento retropúbico adjacente e pode afetar as estruturas internas.

Significância clínica

O espaço retropúbico é um marco cirúrgico de grande significância em muitos procedimentos ginecológicos e urológicos. O acesso ao espaço é feito pela separação do músculo reto abdominal em uma linha média, e dissecando sem rodeios o tecido na direção da sínfise pubiana, até atingir o peritônio.[7]

Exemplos de cirurgias envolvendo o espaço retropúbico incluem:

  • O procedimento com eslinga. as eslingas são consideradas a primeira linha de tratamento para mulheres com incontinência de esforço.[8]
  • Esfíncteres urinários artificiais são considerados a primeira linha de tratamento de certos tipos de incontinência em homens.[8]
  • A colposuspensão de Burch é um procedimento retropúbico usado no tratamento da incontinência urinária em mulheres[7]

Veja também

Referências

  1. «Anatomia da Bexiga Aplicada a Cistectomia Radical Robótica». Urominas. 24 de setembro de 2018. Consultado em 2 de junho de 2019
  2. Psichogios, Christos I.; Chatziioannou, Achilles N.; Klapa, Ioanna H.; Psichogios, Dimitris I.; Antoniou, Aristides G. (2019). «Leiomyoma of the Retzius space in a male patient: A case report and a diagnostic approach to Retzius space diseases». Journal of Clinical Ultrasound (em inglês). 47 (1): 51–54. ISSN 1097-0096. doi:10.1002/jcu.22654
  3. «Volume 1, Chapter 86. Abdominal Operations for Urinary Stress Incontinence». www.glowm.com. Consultado em 27 de fevereiro de 2020
  4. Cundiff, Geoffrey W (2004). «The Pathophysiology of Stress Urinary Incontinence: A Historical Perspective». Reviews in Urology. 6 (Suppl 3): S10–S18. ISSN 1523-6161. PMC 1472864Acessível livremente. PMID 16985860
  5. Sanchez, N. C.; Tenofsky, P. L.; Dort, J. M.; Shen, L. Y.; Helmer, S. D.; Smith, R. S. (março de 2001). «What is normal intra-abdominal pressure?». The American Surgeon. 67 (3): 243–248. ISSN 0003-1348. PMID 11270882
  6. Wilson, Alison; Longhi, James; Goldman, Charles; McNatt, Stephen (julho de 2010). «Intra-abdominal pressure and the morbidly obese patients: the effect of body mass index». The Journal of Trauma. 69 (1): 78–83. ISSN 1529-8809. PMID 20622581. doi:10.1097/TA.0b013e3181e05a79
  7. «Volume 1, Chapter 86. Abdominal Operations for Urinary Stress Incontinence». www.glowm.com. Consultado em 27 de fevereiro de 2020
  8. F.C. Burkhard, J.L.H.R. Bosch, F. Cruz, G.E. Lemack, A.K. Nambiar, N. Thiruchelvam, A. Tubaro Guidelines Associates: D. Ambühl, D.A. Bedretdinova, F. Farag, R. Lombardo, M.P. Schneider. «EAU Guidelines on Urinary Incontinence in Adults» (PDF). European Association of Urology
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