Jacente

No campo da arte tumular, o jacente é a figura esculpida em alto-relevo do falecido deitado sobre sua sepultura.

Tumba com jacente de Lopo Fernandes Pacheco na Sé de Lisboa (séc. XIV). O cavaleiro é representado segurando a bainha da espada, com um cão a seus pés.

Esse tipo de escultura funerária foi comum na Europa cristã a partir da Idade Média.[1] A estátua do tumulado, que podia ter os olhos abertos ou fechados, era geralmente esculpida como se estivesse de pé. A figura era acompanhada de elementos como almofadas na cabeça, anjos, animais simbólicos ou domésticos (por exemplo cães). Quanto ao gestual, o tumulado podia ser representado com as mãos juntas em atitude de oração, lendo um livro, segurando um cetro (reis), báculo (bispos) ou espada.[1] Inicialmente, as esculturas representavam o falecido de maneira idealizada, mas a partir dos finais do século XIII os escultores começaram a buscar uma semelhança física com o defunto.[1] Também surgiram no final do século XIV representações do corpo do morto em decomposição - figuras denominadas transi.[1]

No Renascimento e séculos seguintes passou a ser comum a representação do defunto ajoelhado, rezando, em atitute piedosa (orante).[1]

Exemplos

Na França, a igreja da Abadia de São Dinis serviu de necrópole real e abriga a maior coleção de tumbas e jacentes do mundo.[2]

Em Portugal, túmulos medievais e renascentistas com jacentes de reis e rainhas existem no Mosteiro de Santa Cruz e Mosteiro de Santa Clara-a-Nova (Coimbra), Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha e Mosteiro de São Dinis (Odivelas). Também há túmulos antigos com jacentes de nobres e bispos em várias igrejas e mosteiros do país, como a Sé de Lisboa, o Mosteiro de São João de Tarouca, a Sé de Évora, o Mosteiro de Grijó, a Sé de Braga e muitas outras.

No Brasil não há, obviamente, jacentes antigos, mas o membros da Família Imperial brasileira foram sepultados em túmulos com jacentes na Catedral de Petrópolis.

Referências

  1. BIDEAULT, Maryse. Gisant na Enclipopaedia Universalis (em francês)
  2. Les incontournables no sítio da Abadia de São Dinis (em francês)

Ver também

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