Estação Ferroviária de Barquinha

A estação ferroviária de Barquinha, por vezes chamada informalmente da Barquinha[4] ou de Vila Nova da Barquinha,[5] é uma interface da Linha da Beira Baixa, que serve o Concelho de Vila Nova da Barquinha, no Distrito de Santarém, em Portugal.

Barquinha
Identificação: 51045 BAA (Barquinha)[1]
Denominação: Estação Satélite de Barquinha
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: D [2]
Linha(s): Linha da Beira Baixa (PK 110+098)
Altitude: 45 m (a.n.m)
Coordenadas: 39°27′41.72″N × 8°26′6.88″W

(=+39.46159;−8.43524)

(mais mapas: 🌍; IGeoE)
Município: Vila Nova da Barquinha
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Entroncamento
terminal
  R   Tancos
Abrantes
    Tancos
C.Branco
Entroncamento
Lis-Apolónia
   
Entroncamento
'terminal
    Almourol
Badajoz

Equipamentos: Sala de espera Telefones públicos Parque de estacionamento
Inauguração:
Website:

Descrição

Comboio de mercadorias aproximando­‑se da estação de Barquinha, em 2020; em segundo plano, o Armazém Regulador N.º 3, anexo à estação, já encerrado.

Localização e acessos

Esta interface tem acesso pelo Largo Gago Coutinho, na localidade de Vila Nova da Barquinha.[6]

Infraestrutura

Esta interface apresenta quatro vias de circulação, identificadas como I, II, I+IA, e IIA, com comprimentos variando entre 401 e 573 m; as duas primeiras são acessíveis por plataforma de 229 m de comprimento e 45 cm de altura; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[7]

O edifício de passageiros situa-se do lado sul-sudoeste da via (lado direito do sentido ascendente, para Braga).[8][9]

Situa-se junto a esta interface, ao PK 108+690, a zona neutra de Barquinha que isola os troços da rede alimentados respetivamente pelas subestações de tração de Abrantes e de Entroncamento.[7]

Serviços

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional, tipicamente com cinco circulações diárias em cada sentido, entre Entroncamento e Guarda, Castelo Branco, ou Covilhã; diariamente passam sem parar nesta interface três circulações, em cada sentido, de tipo intercidades.[10]

História

Ver artigo principal: Linha da Beira Baixa § História
Anúncio de 1872 da Companhia Real, para bilhetes a preços reduzidos até Elvas. Uma das estações incluídas nesta promoção foi Barquinha.

Durante o período do governo cabralista, na década de 1840, foram feitos os primeiros planos para lançar a construção de vias férreas em Portugal, tendo em 1845 sido proposta uma linha de Lisboa a Madrid, que deveria atravessar o Rio Tejo junto à povoação da Barquinha.[11] Segundo o traçado, elaborado pelo engenheiro belga Dupré, nas proximidades de Barquinha também seria feita uma estação de entroncamento, de onde sairia uma segunda linha para o Porto.[12] No entanto, estes esforços foram gorados devido à Revolução da Maria da Fonte, que derrubou o regime de Costa Cabral, tendo a Companhia das Obras Públicas sido extinta.[12] Só na década de 1850 é que se retomou a ideia de construir uma via férrea entre as duas capitais ibéricas, tendo permanecido a ideia de fazer o ponto de entroncamento entre as linhas para o Porto e para Espanha na área de Barquinha.[13] Em 21 de Julho de 1860 o Conselho Superior de Caminhos de Ferro apresentou o seu parecer para o plano para o segundo lanço do chamado Caminho de Ferro do Leste, entre a ribeira de Santarém e a margem do Rio Tejo em Constância, com três variantes ao percurso original, uma delas entre Ponte da Pedra e as povoações de Barquinha e Tancos.[14] Esta última iria trazer vários benefícios, incluindo fazer a via férrea passar pela povoação de Barquinha.[14] O lanço entre o Entroncamento e Barquinha apresentava uma das maiores inclinações no percurso entre Lisboa e Abrantes, com a via a vencer em apenas quatro quilómetros um acréscimo de altitude de cerca de 15 m, de 31 m para 46 m acima do nível médio do mar.[14] Assim, foi desta forma que a linha foi construída,[14] tendo o lanço entre Santarém e Abrantes entrado ao serviço em 1 de Julho de 1861, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[15]

Em Janeiro de 2011, esta estação apresentava duas vias de circulação, com 417 e 401 m de comprimento; as duas plataformas tinham ambas 229 m de extensão, e 45 cm de altura[16] — valores mais tarde alterados para os atuais.[7]

Em 2018 esta estação foi alvo de obras de conservação e modernização, incidindo na via (balastro, travessas e carris) e nas passagens de nível.[4]

Ver também

Referências

  1. (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  4. Estação ferroviária da Barquinha mais seguraRede Regional (2018.08.09)
  5. «Apeadeiros CP». Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha
  6. «Barquinha - Linha da Beira Baixa». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 27 de Junho de 2015
  7. Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  8. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  9. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  10. Horário Comboios : Lisboa / Covilhã ⇄ Guarda / Vilar Formoso (em vigor desde 11 de dezembro de 2022)
  11. «80 Anos de Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1173). 1 de Novembro de 1936. p. 507-509. Consultado em 27 de Junho de 2015
  12. ABRAGÃO, Frederico de Quadros (1 de Março de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1637). p. 115-120. Consultado em 27 de Junho de 2015
  13. ABRAGÃO, Frederico de Quadros (16 de Junho de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1644). p. 253. Consultado em 17 de Dezembro de 2023 via Hemeroteca Digital de Lisboa
  14. ABRAGÃO, Frederico de Quadros (1 de Setembro de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1649). p. 393-394. Consultado em 17 de Dezembro de 2023
  15. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 15 de Abril de 2014
  16. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85

Ligações externas

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