Estefânia de Quinzanis

Estefânia de Quinzanis foi uma beata, virgem, estigmática e irmã da Ordem Terceira de São Domingos que se dedicou assiduamente à contemplação da Paixão do Senhor e à formação cristã de meninas.

Estefânia de Quinzanis
Estefânia de Quinzanis
Estefânia de Quinzanis
Virgem; Estigmática
Nascimento 1457
Brescia, Itália
Morte 2 de janeiro de 1530 (73 anos)
Soncino, Cremona, Itália
Veneração por Igreja Católica
Beatificação 14 de dezembro de 1740
por Papa Bento XIV
Festa litúrgica 2 de janeiro
Padroeiro teólogos
Portal dos Santos

Vida e obras

Estefânia nasceu em 1457, em Brescia, na Itália, filha de Lorenzo de Quinzanis e sua esposa, que eram piedosos, mas pobres.[1]. Seu pai se tornou membro da Ordem terceira de São Domingos quando Estefânia era muito pequena. Enquanto o acompanhava na visitas ao mosteiro na cidade vizinha de Soncino, ela se encontrou com o frade estigmático Beato Mateus Carrieri, O.P., que a instruiu no catecismo. Carrieri lhe disse que ela seria sua herdeira espiritual, uma afirmação que ela não conseguiu entender por muitos anos[2]. Ela começou a receber visões de santos dominicanos a partir dos sete anos, idade que ela fez os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência, e ganhou um anel como símbolo de seu casamento com Cristo[2] Carrieri morreu quando Estefânia tinha 14 anos; pouco depois surgiu numa visão de Estefânia, e ela recebeu os estigmas.[2]

Estefânia então começou a trabalhar como serva para viver, mas continuou sua formação na Ordem terceira e, aos quinze, fez sua profissão no priorado dominicano de Soncino. Sua devoção aos pobres e doentes a levou a fundar a comunidade das Irmãs da Ordem terceira ali, servindo como primeira prioresa.

Seus conselhos eram procurados por muitos, inclusive pela Santa Angela Merici, fundadora das ursulinas, e também o Beato Agostinho Fangi, O.P., assim como sua irmão terceira e mística, a Beata Osana de Mântua.[3]. Ela participou de diversos estágios da Paixão de Cristo, o que foi testemunhado por 21 testemunhas em 1497 num depoimento ainda existente[2]. Fontes afirmam que embora Estefânia fosse "feia", ela tinha um cabelo magnífico e, irritada com esta única beleza, o arrancou pelas raízes[4]

Estefânia tinha um devoção particularmente intensa por São Tomás de Aquino. E, para superar a tentação de pensamentos contra a pureza, ele uma vez se atirou sobre um monte de espinhos para imitar o Doctor Angelicus. Exaurida por esta penitência, ela rezou para São Tomás e, de acordo com a lenda, foi amarrada por anjos com uma corda, que eles amarraram tão forte à volta de sua cintura que ela gritou de dor.[2]

Embora Estefânia não tenha tido nenhum treinamento formal em teologia, conseguia discutir teologia mística em níveis muito profundos. É considerada, por isso, a padroeira dos teólogos. Dizia-se que era capaz de ler os corações e mentes das pessoas à sua volta e que tinha o dom da profecia e da cura. Viveu em um jejum quase contínuo e acertou a previsão da data de sua própria morte, que ocorreu de causas naturais em 2 de janeiro de 1530[3], dizendo:

In manus tuas Domine, commendo spiritum meum! ("Em tuas mãos ó Senhor, entrego o meu espírito!")

Foi beatificada pelo Papa Bento XIV em 14 de dezembro de 1740.

Referências

  1. Bornstein, Daniel; Ann Matter, Maiju Lehmijoki-Gardner (2005). Dominican Penitent Women. [S.l.]: Paulist Press. 251 páginas
  2. Rabenstein, Katherine (março 1999). «Blessed Stephana de Quinzanis, OP». Saints O' the Day for January 2. Consultado em 26 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 1 de abril de 2007
  3. Jones, Terry. «Stephana de Quinzanis». Saints.SQPN.com. Consultado em 26 de fevereiro de 2012
  4. Dunbar, Agnes (1905). A Dictionary of Saintly Women. [S.l.]: Bell. 232 páginas
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