Casa de Mirranes

A Casa ou família de Mirranes, também designada casa/família mirrânida ou casa/família de Miran/Meran (também grafado Mihrān/Mehrān), foi uma das principais famílias nobres iranianas (šahrdārān), uma das sete grandes casas do Império Sassânida que reivindicaram descender da dinastia arsácida da Pártia.[1] Um ramo da família formou a linha mirrânida dos reis da Albânia e a dinastia cosroida da Ibéria.[2]

História

A família é mencionada pela primeira vez em meados do século III numa inscrição trilíngue no Cubo de Zaratustra, que aborda as atividades políticas, militares e religiosas de Sapor I (r. 240–270), o segundo xá sassânida. A família permaneceu como os "marqueses" hereditários de Rei através do período sassânida.[3] Durante o século IV, os ramos alegadamente derivados dessa família tomaram a coroa de três reinos do Cáucaso: Ibéria (cosroidas), Gogarena e Albânia/Gardamana (mirrânidas).[4] Vários membros da família serviram como generais nas guerras romano-persas, onde são mencionados simplesmente como Mirã ou Mirranes (Μιρράνης) nas fontes gregas. De fato, Procópio de Cesareia, em sua História das Guerras, afirma que o nome Mirranes é um título equivalente a general.[5][3]

Notáveis membros do clã mirrânida incluem: Mir-Sapor, que participou no Concílio de Selêucia-Ctesifonte;[6] Vemir-Sapor (428–442), o primeiro marzobã da Armênia;[7] Sapor Mirranes, o marzobã da Armênia em 482;[8] Isdigusnas, general na Armênia contra revoltosos locais;[9] Isdigusnas, um dos vizires de Cosroes I (r. 531–579);[10] Fabrizo, general na Guerra Lázica;[11] Perozes, o comandante-em-chefe sassânida durante a Guerra Anastácia[12] e a Batalha de Dara;[13] Mirranes, o Servo de Mitra, que lutou contra os bizantinos na Armênia em 572;[14] Glones Mirranes, que lutou contra os bizantinos na Armênia em 572-573;[15] e Vararanes VI (590 591),[16] que liderou um golpe contra Cosroes II (r. 590–628) e brevemente usurpou a coroa de 590 a 591.[17]

Referências

  1. Yarshater 1968, p. XLII.
  2. Yarshater 1968, p. lVIII.
  3. Dodgeon 1991, p. XX.
  4. Toumanoff 1961, p. 38.
  5. Procópio de Cesareia, I.13.16.
  6. Shayegan 2003, p. 93-95.
  7. Grousset 1947, p. 182-184.
  8. Grousset 1947, p. 221-223.
  9. Pourshariati 2008, p. 71-74.
  10. Pourshariati 2008, p. 102.
  11. Martindale 1992, p. 1014.
  12. Procópio de Cesareia século VIb, II.2.19.
  13. Procópio de Cesareia, I.13-14.
  14. Grousset 1947, p. 242-245.
  15. Dodgeon 1991, p. 149-150.
  16. Yarshater 1968, p. 163.
  17. Shahbazi 1988, p. 514-522.

Bibliografia

  • Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3
  • Grousset, René (1947). Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3
  • Shahbazi, A. Sh. (1988). «Bahram VI Čobin». Enciclopédia Irânica Vol. III, Fasc. 5. Nova Iorque: Columbia University Press
  • Shayegan, M. Rahim (2003). «Hazarbed». Enciclopédia Irânica Vol. XII, Fasc. 1. Nova Iorque: Universidade de Colúmbia
  • Toumanoff, Cyril (1961). «Introduction to Christian Caucasian History, II: States and Dynasties of the Formative Period». Traditio 17
  • Yarshater, Ehsan (1968). The Cambridge History of Iran, Vol. 3 : The Seleucid, Parthian, and Sasanian periods. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-20092-9
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.