Farmácia Estácio

A Farmácia Estácio situa-se, presentemente, no Rossio, em Lisboa e foi instituída por Emílio Augusto Faria Estácio (1854-1919), farmacêutico da Universidade de Coimbra e Joaquim José Gonçalves Ferreira, capitalista. Os sócios da Farmácia Estácio fundaram a farmacêutica Companhia Portuguesa Higiene juntamente com a Fábrica a Vapor de Produtos Químicos e Farmacêuticos. A Farmácia Estácio no Porto, situada na Rua Sá da Bandeira, encerrou e o seu interior foi recuperado e, actualmente, encontra-se em exposição no Museu da Farmácia, no Porto.

Farmácia Estácio na Rua Sá da Bandeira no Porto

História

Emílio Estácio, em 1883 fundou a Farmácia Estácio no Rossio, em Lisboa e em 1891 a Companhia Portuguesa de Higiene passou a ser proprietária desta farmácia e os novos sócios passaram a ser António de Matos Casaca, João Augusto dos Santos e Silvério de Castro Abranches Melo Borges[1].

A 1918, Emílio Estácio, afastado da Companhia, estabeleceu-se com uma farmácia na Rua de Santa Marta, com o nome de Estácio & Filhos e no ano de 1924 a Companhia Portuguesa de Higiene, abre uma sucursal da Farmácia Estácio no Porto, tendo como Director Técnico, um dos sócios, João Augustos dos Santos.[2]

Entretanto em 1926, a Farmácia Estácio do Porto, deixa de ser propriedade da Companhia Portuguesa de Higiene[3] e em 1943 surge o primeiro registo da Farmácia Estácio, no Grémio Nacional das Farmácias.[4]

Laboratórios

A Farmácia Estácio era, igualmente, proprietária dos Laboratórios Estácio no Porto e em 1935 já fabricavam produtos galénicos e injectáveis[5][6][7][8], sob a direcção técnica de Manoel Rodrigues Ferro, assistente da Faculdade de Farmácia do Porto[4].

Arquitetura

Na arquitetura da farmácia, estão representados os bustos de ilustres farmacêuticos e químicos, que ocuparam cargos de destaque, no início do século XX, nomeadamente, Agostinho da Silva Vieira, António Joaquim Ferreira da Silva, Moraes Caldas, Flores Loureiro, Manoel Nepomuceno e Roberto Frias.[9]

Balança falante

No final dos anos 1940, surgem anúncios à balança falante da Farmácia Estácio, tornando-se um ex-libris da baixa portuense dessa época, chegando mesmo a formar-se filas de pessoas à porta da farmácia. O cliente subia para a balança e o seu peso era-lhe transmitido por um funcionário “escondido” no piso inferior. Nos anos 1970, a afluência era de tal ordem que existia um funcionário destacado unicamente para este serviço[10].

Porém, a 1975, a Farmácia Estácio é atingida por um fogo de grandes proporções na Rua Sá da Bandeira no Porto e destruiu grande parte do seu interior, incluindo a célebre balança[9].

Ver também

Ligações externas

Referências

  1. Machado, Carina; Martins, Paulo (2015). História das Farmácias. Portugal: Tinta da China
  2. «Necrologia - Página 155». Revista de Chimica Pura e Applicada. Série II / Anno 4 / Número 5-9. Sociedade Portuguesa de Química. 1919
  3. Índice Nacional Terapêutico. [S.l.]: Tupam. 2007
  4. Machado, Carina; Martins, Paulo (2015). História das Farmácias. Portugal: Tinta da China
  5. Lopes, Dina; Morais, Maria João; Moura, Boaventura (2013). Regulamentação farmacêutica nos PALOP. Lisboa: Infarmed
  6. Pivello, Vera Lúcia (2017). Farmacologia - Como agem os medicamentos. Portugal: Atheneu
  7. Rang, Dale (2016). Farmacologia. Portugal: Elsevier
  8. Souza, Gilberto Barcelos de (2012). Manual de drogas injectáveis. Portugal: Medfarma
  9. Porto, Museu da Farmácia (2010). «Museu da Farmácia». Associação Nacional das Farmácias. Consultado em 24 de Fevereiro de 2018
  10. Varela, Onofre (30 de Dezembro de 2013). «Testemunho sobre a balança falante da Farmácia Estácio». Correio do Porto. Consultado em 24 de Fevereiro de 2018
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