Ferrovias Nacionais do Zimbábue

As Ferrovias Nacionais do Zimbábue (NRZ; em inglês: National Railways of Zimbabwe) é uma empresa estatal do Zimbábue que opera o sistema ferroviário nacional do país.[1] Está sediada na cidade de Bulavaio.[2] Além da sede, possui um centro administrativo-comercial em Harare e um centro de manutenções em Gweru.[3]

Ferrovias Nacionais do Zimbábue
Criação
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Em 2008, possuía uma malha viária de 3.394 km, sendo uma das mais longas de toda a África. Estavam eletrificados naquele ano 313 km, que ligavam Gweru a Harare. Os trilhos suportam uma carga por eixo de 18,6 toneladas, sendo em sua totalidade na bitola do Cabo (1.067 mm).

Histórico

O percurso histórico da NRZ inicia-se com a criação da Companhia Ferroviária da Bechuanalândia (em inglês: Bechuanaland Railway Company) em 24 de maio de 1893. Teve seu nome alterado para Ferrovias da Rodésia Ltda (RR; em inglês: Rhodesia Railways Limited) em 1º de julho de 1899.[4]

Paralelamente em 13 de abril de 1897 funda-se a Companhia Ferroviária da Maxonalândia (MRC; Mashonaland Railway Company). Em 1º de março de 1905 a pequena empresa Mina de Ouro Airshire & Companhia Ferroviária Lomangundi (Ayrshire Gold Mine & Lomangundi Railway Company) — que havia sido fundada em 1900 — funde-se com a MRC. Fato similar ocorreria com a Ferrovia Beira & Maxonalândia (também fundada em 1900), mas que fundiu-se 1 de outubro de 1927 com a MRC. Por fim, a própria MRC seria absorvida pela empresa Ferrovias da Rodésia Ltda em 31 de março de 1937.[4]

Em 1938, a empresa possuía 236 locomotivas a vapor, 2 automotoras a vapor, 360 carros de passageiros und 4364 vagões de carga.[5]

Em 1 de abril de 1947 a Ferrovias da Rodésia Ltda (RR) torna-se uma estatal, conservando o nome Ferrovias da Rodésia (perde-se o Limited).[4]

A rota de Plumtree (Zimbábue) a Mafikeng (África do Sul), atravessando o Botsuana (que estava concessionada às RR), foi vendida às Ferrovias da África do Sul em dezembro de 1959.[4]

O Zambia Railway Board (atual empresa Ferrovias da Zâmbia-ZR) foi fundado e a rede de rotas na Zâmbia foi desmembrada em 1 de julho de 1967. Na mesma data, o trecho Harare-Mutare do Caminho de Ferro de Machipanda foi entregue à administração dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique.[4]

Em 1 de julho de 1979 as RR tornam-se as Ferrovias do Zimbábue-Rodésia (Zimbabwe Rhodesian Railways) e, no ano seguinte (em 1 de maio), ganha o seu nome atual, Ferrovias Nacionais do Zimbábue (NRZ).[4]

Em 1983 é iniciada a eletrificação de um troço de 305 km entre Harare e Dabuka. O primeiro comboio elétrico circulou em 22 de outubro de 1983, com a conclusão das obras ocorrendo em dois anos depois.[6]

Em 1987, a NRZ renunciou à propriedade das linhas interiores do Botsuana (ato resquício do perído colonial), dando origem à estatal ferroviária daquele país, as Ferrovias da Botsuana (ou Botswana Railways).[6]

Em 1996, o governo do Zimbábue estabeleceu uma concessão privatizada à empresa New Limpopo Projects Investments Ltd (NLPI), para a construção de uma nova ligação entre Bulavaio e Beitbridge, proporcionando assim uma ligação ferroviária mais direta com a África do Sul. A NLPI fundou a empresa Beitbridge Bulawayo Railway Ltd para operar a nova ligação. A linha foi inaugurada em 15 de julho de 1999.[6]

Em 1997 ocorre a desregulamentação da indústria de transporte, que removeu o monopólio do setor detido pela NRZ, fato que fez a empresa entrar em profunda decadência e acumular prejuízos crescentes.[6]

Entre de maio e julho de 2017 foi iniciado um processo de licitação para recapitalização/privatização da empresa. Seis empresas submeteram suas propostas com sucesso. A vencedora do processo foi a Diaspora Infrastructure Development Group (DGIG), um consórcio entre empresas zimbabuenses e sul-africanas. Posteriormente a licitação foi cancelada devido a irregularidades.[7]

Principais linhas operadas

Ramais operados

  • Ramal de Chinhoyi: conecta a cidade de Harare à vila de Chinhoyi;[8]
  • Ramal Maryland-Kildonan: um sub-ramal do ramal Harare-Chinhoyi, que sai da vila de Maryland e vai para a vila de Kildonan;[8]
  • Ramal de Bindura: um sub-ramal do ramal Harare-Chinhoyi, que sai da cidade de Harare e vai para a aldeia de Shamva;[8]
  • Ramal Gweru-Masvingo: conecta a cidade de Gweru à cidade de Masvingo;[8]
  • Ramal de Shurugwi: um sub-ramal do ramal Gweru-Masvingo, que sai da cidade de Gweru e vai para a aldeia de Shurugwi;[8]
  • Ramal de Incisa: na cidade de Incisa;[8]
  • Ramal de Redcliff: na localidade de Redcliff;[8]
  • Ramal Nandi-Mkwasine: conecta a aldeia de Mbizi à aldeia de Mkwasine;[8]
  • Ramal de Noelvale: na cidade de Zvishavane.[8]

Referências

  1. Corporate information. NRZ. 2017.
  2. Public Relations. NRZ. 2017.
  3. Freight cargo business enquiries. NRZ. 2017.
  4. Günter Krause. Eisenbahnmuseum Livingstone (Sambia) und die Zambesi Saw Mills Railways. 2ª Edição. 2018.
  5. World Survey of Foreign Railways (em inglês). [S.l.]: Transportation Division, Bureau of foreign and domestic commerce, Washington D.C. 1938. p. 351
  6. NRZ History. NRZ. 2016.
  7. «Zimbabwe cancels deal with Transnet to recapitalize state rail firm». Reuters. 17 de outubro de 2019
  8. System Map. NRZ. 2017.
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