Flash Crash de 2010

O Flash Crash de 2010,[1][2] conhecido simplesmente como Flash Crash[3] foi uma quebra trilionária nas bolsas de valores norte-americanas que teve início às 14h32 EDT e durou aproximadamente 36 minutos.[4]:1 O S&P 500, Dow Jones Industrial Average e o Nasdaq Composite caíram bruscamente e subiram ao patamar anterior rapidamente.[4] O Dow Jones teve a maior queda intraday da história,[4] despencando 998,5 pontos (aproximadamente 9%), apenas para reaver boa parte da queda alguns minutos mais tarde.[5][6][4][5][7][8] Um relatório do CFTC de 2014 descreveu o episódio como um dos mais turbulentos da história do mercado financeiro norte-americano.[4]:1

O índice DJIA em 6 de maio de 2010 (11:00 - 16:00 EST)

De acordo com um artigo de 2015 do Wall Street Journal, novas regulamentações surgiram a partir do Flash Crash para prevenir incidentes futuros semelhantes,[9] mas, segundo o relatório, estas foram ineficientes, sendo que em 2015 ocorreu sinistro semelhante.[9] No mesmo ano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos condenou Navinder Singh Sarao, trader responsável pela quebra, em 22 crimes relacionados a fraude e manipulação do mercado.[10][10] O CFTC concluiu que Sarao foi significativamente responsável pela quebra da bolsa.[10] Sarao lançava ordens milionárias e rapidamente as cancelava com o uso de softwares de investimento, a fim de enganar robôs de investimentos participando do mercado, em especial os de alta frequência, responsáveis por boa parte do volume negociado.[10] John Bates, jornalista da Traders Magazine, escreveu que o pequeno investidor de 36 anos trabalhando para a firma de seus pais teria sido culpado da mesma forma que "um raio é culpado por iniciar um fogo", e que as regulamentações criadas a partir do incidente pouco fizeram para prevenir casos semelhantes.[10][3] As ordens de Sarao eram, segundo reportagem da Bloomberg, basicamente "apostas de 200 milhões de dólares que o mercado iria falhar", e que eram modificadas cerca de 19 mil vezes por Sarao antes de serem canceladas.[10]

Em 2014, o CTFC concluiu que robôs de investimento de alta frequência não causaram o Flash Crash, mas contribuíram para ele ao exigir retorno imediato do mercado.[4]:1

Referências

  1. Interactive Intraday Chart of the SP500 Index on May 6, 2010 Arquivado em 20 de fevereiro de 2017, no Wayback Machine., University of Toronto, 5-6-2010
  2. Phillips, Matt (11 de maio de 2010), «Nasdaq: Here's Our Timeline of the Flash Crash», Wall Street Journal
  3. Bates, John (24 de abril de 2015), «Post Flash Crash, Regulators Still Use Bicycles To Catch Ferraris: Blaming the Flash Crash on a UK man who lives with his parents is like blaming lightening for starting a fire», Traders Magazine Online News, consultado em 25 de abril de 2014
  4. Kirilenko, Andrei; Kyle, Albert S.; Samadi, Mehrdad; Tuzun, Tugkan (5 de maio de 2014), The Flash Crash: The Impact of High Frequency Trading on an Electronic Market (PDF), consultado em 24 de abril de 2015
  5. Whitman, Jane (7 de maio de 2010), «The markets' wild ride», Montreal Gazette, consultado em 9 de maio de 2010
  6. Lin, Tom C. W. (2013), «The New Investor 60», UCLA Law Review, 678, SSRN 2227498Acessível livremente
  7. Lauricella, Tom; McKay, Peter A. (7 de maio de 2010). «Dow Takes a Harrowing 1,010.14-Point Trip». The Wall Street Journal. Consultado em 9 de maio de 2010. Cópia arquivada em 9 de maio de 2010
  8. Twin, Alexandra (6 de maio de 2010). «Glitches send Dow on wild ride». CNN Money. Consultado em 8 de maio de 2010. Cópia arquivada em 9 de maio de 2010
  9. Weinberg, Ari I. (6 de dezembro de 2015). «Should You Fear the ETF? ETFs are scaring regulators and investors: Here are the dangers—real and perceived». Wall Street Journal. Consultado em 7 de dezembro de 2015
  10. Brush, Silla; Schoenberg, Tom; Ring, Suzi (22 de abril de 2015), «How a Mystery Trader with an Algorithm May Have Caused the Flash Crash», Bloomberg News, consultado em 25 de abril de 2015
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