Francisco de las Casas

Francisco de las Casas y Saavedra (1461–1536) foi um conquistador espanhol no México e Honduras.

Francisco de las Casas
Nome completo Francisco de las Casas y Saavedra
Nascimento 1461
Trujillo, Espanha
Morte 1536 (75 anos)
Espanha

Juventude

Francisco de las Casas nasceu em Trujillo, Espanha. Em 1513 las Casas casou-se com Maria de Aguilar, filha de Geronimo de Aguilar, e o casal vivia em Trujillo. Tiveram um filho, Gonzalo. Cortés refere-se a Francisco de las Casas como "mi primo" (meu primo) em sua quinta carta para a Coroa Espanhola. Maria também era prima de Cortés.

A serviço de Hernán Cortés

Em outubro de 1522, o rei Carlos V nomeou Hernan Cortés como governador da Nova Espanha. Francisco de las Casas viajou com Rodrigo de Paz, levando essa notícia da Espanha para o México, passando por Cuba, onde eles pararam para notificar o inimigo político de Cortés, Diego Velázquez de Cuéllar. Eles chegaram a Cidade do México em 1523 e a notícia que trouxeram causou celebração. Cortés recompensou Francisco de las Casas nomeando-o capitão e dando-lhe a cidade de Yanhuitlan em encomienda. Francisco foi eleito Alcaide Maior da Cidade do México em 1524.

Colônia de Honduras

Em janeiro de 1524, Cortés enviou o capitão Cristóbal de Olid para fundar uma colônia para ele em Honduras. Olid navegou com uma frota de vários navios e mais de 400 soldados e colonos. Seu primeiro destino foi Cuba, onde desembarcou para carregar os suprimentos que Cortés tinha preparado para ele, e onde o governador Velázquez o convenceu a reivindicar para si a colônia que havia fundado. Olid partiu de Cuba para a costa de Honduras, desembarcando em Triunfo de la Cruz onde ele inicialmente se fixou e se auto declarou governador.[1]

Hernán Cortés, porém, em 1524, soube da insurreição de Olid e enviou seu primo, Francisco de las Casas, junto com alguns navios para Honduras para destituir Olid e reivindicar a área para Cortés.[2] Las Casas, contudo, perdeu a maioria de sua frota numa série de tempestades ao longo da costa de Belize e Honduras. Seus navios chegaram a baía em Trujillo, onde Olid havia estabelecido o seu quartel general.

Quando Las Casas chegou ao quartel general de Olid, uma grande parte do exército de Olid estava fora, enfrentando a ameaça de um grupo de espanhóis comandados por Gil González Dávila. [3] Contudo, Olid decidiu lançar um ataque com duas caravelas. Las Casas revidou fogo e enviou grupos embarcados que capturaram os navios de Olid. Nessas circunstâncias, Olid propôs uma trégua que foi aceita por Las Casas, e este não desembarcou seus homens. Durante a noite, uma forte tempestade destruiu sua frota e cerca de um terço de seus homens morreu. Os que sobreviveram foram feitos prisioneiros após dois dias de cerco e sem comida. Após serem forçados a jurar lealdade a Olid, eles foram libertados. Porém, Las Casas foi mantido prisioneiro e logo se uniu a González, que tinha sido capturado pelos homens de Olid em terra.

Registros espanhóis contam duas histórias diferentes sobre o que aconteceu em seguida. Em uma versão, os homens de Olid rebelaram-se e juraram fidelidade a Las Casas, e Olid foi julgado e decapitado em Trujillo. Em outra versão, Olid escapa e se refugia em Naco[1], onde Las Casas o encontra e o mata em uma briga de faca.

Nesse meio tempo, Cortés tinha marchado por terra desde o México até Honduras, chegando em 1525. Cortés ordenou a fundação de duas cidades, Nuestra Señora de la Navidad, perto da moderna Puerto Cortés, e Trujillo[1], e nomeou Francisco de las Casas Governador. No entanto, ambos las Casas e Cortés navegaram de volta para o México antes do final de 1525, onde Francisco foi preso e enviado de volta à Espanha como um prisioneiro por Estrada e Alboronoz. Francisco voltou para o México em 1527, e retornou novamente para a Espanha com Cortés em 1528.

Últimos anos

Diz-se que, em Yanhuitlan, Cortés deu a Maria de Aguilar, esposa de Francisco, as sementes de amoreiras para iniciar a indústria da seda pela qual Yanhuitlan tornou-se famosa no período colonial.[4] Em 1567, Francisco contratou o pintor Andrés de Concha para pintar as imagens do retábulo na igreja de Yanhuitlan, Oaxaca, sua encomienda.

Referências

  1. International Court of Justice (2000). Affaire Du Différend Frontalier Terrestre, Insulaire Et Maritime (em francês). [S.l.]: United Nations Publications. p. 221. 601 páginas. ISBN 9210708598
  2. Duke University. Idolatry and the Construction of the Spanish Empire (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 242. 367 páginas. ISBN 9780549717997
  3. Francisco López de Gómara; Lesley Byrd Simpson (1964). Lesley Byrd Simpson, ed. Cortés: The Life of the Conqueror by His Secretary. Life of the Conqueror by His Secretary (em inglês). [S.l.]: University of California Press. p. 342. 425 páginas
  4. Ronald Spores; Andrew K. Balkansky (2013). The Mixtecs of Oaxaca: Ancient Times to the Present (em inglês). [S.l.]: University of Oklahoma Press. 328 páginas. ISBN 9780806150918

Bibliografia

  • Hernán Cortés, Letters from Mexico, traduzido e editado por Anthony Pagden, Grossman Publishers, New York, 1971
  • David Ewing Duncan, Hernando de Soto - A Savage Quest in the Americas - Book II: Consolidation, Crown Publishers Inc., New York, 1995
  • Thomas Scanlan, Colonial Writing and the New World, 1583-1671, New York, Cambridge University Press, 1999

Ligações externas


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