Gozilo

Gozilo (em latim: Gozilus; fl. 861–874), também conhecido como Cozil (Chozil), Cozilão (Chozilo), Cezilão (Chezilo), Cotzeles (em grego medieval: Κοτζέλης; romaniz.:Kotzéles), Cotzilis (em grego medieval: Κοτζίλης; romaniz.:Kotzilis; em eslovaco: Koceľ; em eslovena e servo-croata: Коцељ; transl.: Kocelj), foi um governante eslavo da Panônia Superior, conhecida pela historiografia como Principado de Balatão. Ele foi um vassalo da Frância Oriental intitulado conde (comes) e acredita-se que governou entre 861/864 e 876.

Gozilo
Conde dos eslavos
Duque
Gozilo
Estátua de Gozilo na Assembleia Nacional da Sérvia, em Belgrado
Príncipe de Balatão
Reinado 861/864-876
Antecessor(a) Pribina
Sucessor(a) -
 
Nascimento ca. 820
Morte ca. 880
Pai Pribina
Território de Gozilo

Vida

Gozilo foi o filho de Pribina, um duque eslavo instalado pelos francos na Panônia Superior em ca. 838[1] ou 840;[2] Bowlus acredita que nasceu em ca. 820.[1] Em 861, fez uma doação significativa ao Mosteiro de Frisinga, mostrando que tinha uma sólida posição social e política.[3] Segundo Bowlus, esse documento indica que Pribina morreu, e Gozilo sucedeu-o.[4] Luís, o Germânico (r. 817–873) instalou Gozilo como governante da Panônia Superior em 864,[5] em sua sede em Mosapurgo-Zalavar, no lago Balatão.[6] Ele tinha a "Panônia Superior" (em latim: Pannonia inferioris) em 865, quando o arcebispo Adaluíno de Salzburgo visitou suas terras duas vezes.[7] Em 867, no caminho da Morávia para Roma, Cirilo e Metódio encontraram-se com Gozilo e ao conseguiram ganhar muito influência sobre ele, Gozilo decidiu apresentar e promover a liturgia eslava da Igreja Velha. Gozilo honrou os irmãos missionários, supostamente aprendeu o glagolítico e apresentou-lhes os 50 alunos que deveriam ensinar. Além disso, como eles não queriam aceitar ouro e prata, Gozilo e Rastislau (r. 846–870) supostamente libertaram 900 prisioneiros.[6]

Em 869, pediu que enviassem Metódio à Panônia como legado[8] e defendeu-se contra pretensões do arcebispo salzburguense. Por algum tempo entregou seu território à diocese de Metódio, que havia sido nomeado arcebispo da Morávia, com sede em Sírmio, por Adriano II (r. 867–872), que enviou mensagens para , entre outros, Gozilo, cujo território ficava dentro de sua jurisdição.[9] Nesse contexto, menciona-se na Vida de Clemente (em latim: Vita Clementis) e Vida de Metódio (em latim: Vita Methodii) que Gozilo enviou uma carta a Adriano solicitando que Metódio fosse enviado a ele ou consagrado bispo da Panônia, o que Adriano respondeu enviando Metódio com uma resposta para Rastislau, Gozilo e Zuentibaldo I (r. 867–894); na carta que Metódio levou consigo estava escrito que a liturgia eslava era permitida, desde que os textos fossem lidos primeiro em latim. Após receber a carta, Gozilo enviou-o a Roma com 20 discípulos para que o papa consagrasse-o bispo panônio.[6]

A Panônia foi mantida por Gozilo e os marqueses bávaros em 871; ele gozou independência, como visto em suas conversas com o papa.[9] Cerca de 873, Gozilo recebeu uma carta do papa João VIII (r. 872–882) alertando-o a prestar atenção à indissolubilidade do sacramento do casamento em seu domínio. Em 874, após o conflito morávio, continuou a governar o vale do Drava, presumivelmente sob Carlomano da Marca da Panônia.[10] Gozilo desaparece das fontes depois de 874,[1] e estava morto ou foi removido de seu ofício em ca. 876.[11] Pensa-se que foi o arconte de nome incerto enviado como vassalo franco contra uma revolta de croatas dálmatas e caiu no campo de batalha. Após sua ausência, o independente Principado de Balatão foi organizado dentro da Frância.[6]

Títulos

  • "Conde dos Eslavos" (comes de Sclavis nomine Chezul)[3]
  • "Duque" (Chezil dux), postumamente entre 876 e 880[12]

Referências

  1. Bowlus 1995, p. 203.
  2. Bowlus 1995, p. 325.
  3. Hellenike 1999, p. 92.
  4. Bowlus 1995, p. 139.
  5. Goldberg 2006, p. 273–274.
  6. Lilie 2013.
  7. Bowlus 1995, p. 156.
  8. Bowlus 1995, p. 184.
  9. Bowlus 1995, p. 185.
  10. Bowlus 1995, p. 176.
  11. Bowlus 1995, p. 192; 201.
  12. Bowlus 1995, p. 207.

Bibliografia

  • Bowlus, Charles R. (1995). Franks, Moravians, and Magyars: The Struggle for the Middle Danube, 788-907. Filadélfia, Pensilvânia: University of Pennsylvania Press. ISBN 978-0-8122-3276-9
  • Goldberg, Eric Joseph (2006). Struggle for Empire: Kingship and Conflict Under Louis the German, 817-876. Ítaca, Nova Iorque: Cornell University Press. ISBN 0-8014-3890-X
  • Hellenike, Hetaireia Slavikon Meleton (1999). Thessaloniki, Magna Moravia: proceedings of the International conference, Thessaloniki, 16-19 october 1997. Atenas: Hellenic Association for Slavic Studies
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). «#23721 Kocel». Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.