Grande Colunata de Palmira

Grande Colunata de Palmira é a principal rua da antiga cidade de Palmira, atualmente um importante sítio arqueológico no centro da Síria classificado com Património Mundial pela UNESCO. A colunata foi construída em várias fases durante os séculos II e III d.C. e estende-se por aproximadamente 1 200 metros. Ligava o Templo de Bel, o principal centro religioso da cidade, situado no extremo sudeste, à Porta Ocidental e ao Templo Funerário, na parte noroeste da cidade. Em julho de 2015, a área encontrava-se sob o controlo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Vista panorâmica das ruínasde Palmira com a Grande Colunata em primeiro plano

Decrição

O Grande Tetrápilo, que liga as secções ocidental e central da colunata; parcialmente destruída em 2017, supostamente pelo Estado Islâmico.

A colunata é constituída por três secções que foram construídas separadamente. A secção ocidental é a mais antiga e começava na Porta Ocidental, junto ao Templo Funerário.[1] A secção oriental estendia-se desde o Arco Monumental, no centro da cidade, até à entrada do Templo de Bel.[2] A secção do meio foi a última a ser construída, ligando as outras duas colunatas até então separadas. Juntava-se à secção ocidental no Grande Tetrápilo e à secção oriental no Arco Monumental.[3]

Secção ocidental

Foi a primeira parte a ser construída, antes de 158 d.C., segundo se deduz por inscrições encontradas em algumas das colunas.[1] A rua corria a direito na direcção noroeste-sudeste por mais de 500 metros, o que faz do tramo ocidental o maior dos três.[4] A largura da Grande Colunata era 11,7 m, e 7 metros para os passeios.[5] O extremo ocidental, a Porta Ocidental, foi construída no final do século II. Esta parte da rua cruzava-se em ângulo reto com a Colunata Transversal,[3] que ia até à Porta de Damasco, na parte sul da cidade.[6]

Secção oriental
O Arco Monumental, que liga as secções oriental e central

Esta parte da rua começava ia desde o Arco Monumental até ao propileu do Templo de Bel, seguindo uma direção noroeste-sudeste. As obras desta parte da colunata começaram depois da conclusão do propileu em 175 d.C. e continuaram até ao início do século III.[2] É a secção mais larga da Grande Colunata, tendo uma largura uniforme de 22,7 m na avenida principal e 6,7 m nos passeios.[5] Uma das esquinas do temenos do Templo de Nabu foi demolido para que a colunata pudesse seguir a direito e a ligação com a secção que conduz ao Templo de Bel fosse mais larga. Mais atrde foi construído um ninfeu na secção oriental, entre os templos de Bel e de Nabu.[2]

Secção central
Secção central

Esta parte da colunata está orientada de leste para oeste e foi construída para ligar as duas colunatas anteriores. As obras começaram junto ao Arco Monumental, onde terminava a colunata oriental, em data incerta no início do século III. A secção ia até ao Grande Tetrápilo, onde ligava com a colunata ocidental numa praça oval. Esta secção central da colunata foi também incorporada no pórtico das termas. Esta secção tornou-se a mais importante devido aos edifícios públicos que se concentraram junto a ela, como o cesareu (templo do culto imperial romano), o teatro, as termas e o Templo de Nabu.[3] A larhura da rua principal varia entre os 14 metros na parte mais larga, perto do tetrápilo, e os 10 metros junto ao Arco Monumental. A largura dos passeios também varia entre os 6,3–7 m no passeio norte e 6,8–8,95 m no passeio sul.[5]

Arquitetura e significado histórico

Suporte para estátua numa das colunas

As colunas mais antigas da colunata, especialmente na secção ocidental, foram construídas usando a técnica clássica opus emplectum. As colunas são constituídas por seis a oito pequenas secções.[1] Esta técnica foi gradualmente substituída, a partir da década de 220 pelo que o historiador Marek Barański chamou opus Palmyrenum.[5] Esta nova técnica, usada nas secções central e oriental da colunata, usava três segmentos mais compridos em vez dos anteriores curtos[1] e permitia que a construção fosse significativamente mais rápida.[5]

Nas colunas coríntias havia suportes decorativos que tinham inscrições[7] ou estátuas de bronze de personalidades importantes.[4] Em colunas erguidas em frente ao teatros foram descobertas inscrições com dedicatórias à rainha Zenóbia (r. 267–272) e ao seu marido Odenato (r. 252–267).[3]

Notas e referências

  1. Barański, Marek (1995), «The Great Colonade of Palmyra Reconsidered», ARAM Society for Syro-Mesopotamian Studies, ARAM Periodical, 7 (1): 39, doi:10.2143/ARAM.7.1.2002216
  2. Barański 1995, p. 43.
  3. Barański 1995, p. 45.
  4. Butcher, Kevin (2003), Roman Syria: And the Near East, ISBN 9780892367153, Getty Publications, p. 246
  5. Barański 1995, p. 41.
  6. Butcher 2003, p. 245.
  7. Barański 1995, p. 37.
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