Horacina Corrêa

Horacina Corrêa de Lima (Porto Alegre, 11 de outubro de 1913-?)[1] é uma ex-cantora brasileira[2][3].

Nascida na Colônia Africana, foi solista do bloco de carnaval Os Turunas[4]. O sucesso a levou às rádios porto-alegrenses. Em 1935, cantava num horário fixo na Rádio Correio do Povo, apresentando sambas, marchas, tangos e foxtrotes[5].

Ainda na década de 1930, integrou a orquestra Jazz Cruzeiro, fundado pelo baixista Flávio Corrêa e seu irmão, o baterista Oscar Corrêa[6]. Oscar e Horacina se casaram em 1936, numa cerimônia realizada no estúdio da Rádio Farroupilha e transmitida ao vivo, um evento inédito[7].

Considerada uma das cantoras mais populares do Rio Grande do Sul na época[8][9], apresentou-se também em Buenos Aires, São Paulo e no Rio de Janeiro, onde, na década de 1940, integrou o elenco da Rádio Nacional e a orquestra do maestro Fon Fon. Atuou em chanchadas de Watson Macedo como Este Mundo é um Pandeiro (1947)[5] e ...E o Mundo se Diverte (1948),[10]. Atuou na primeira versão cinematográfica de O Cortiço de 1945, dirigida por Luís de Barros, no papel de Rita Baiana.

Depois de gravar dois LPs pela Musidisc, na década de 1950, foi para a Europa. Segundo artigo de Fernando Lobo de 1984, Horacina teria se casado com um músico italiano e se estabelecido na Itália.[11]

Discografia

1955 - Horacina Corrêa - Musidisc (LP)
1954 - Canções brasileiras - Horacina Corrêa com Léo Peracchi e orquestra - Musidisc (LP)
1956 - Até amanhã/Feitiço da Vila/Silêncio de um minuto/Pra que mentir - Musidisc (78rpm)
1947 - Está muito bom! - Continental (78rpm)
1945 - Eu sou o samba/Presunção - Continental (78rpm)
1945 - Sai da roda/Pato enjeitado - Continental (78rpm)[3]

Referências

Tendo se estabelecido na Europa, pesquisa na Hemeroteca Nacional revela que não existe na imprensa brasileira referência ao local e data de sua suposta morte.
Paulo Coelho, o rival de si mesmo. Sul21
Horacina Correia no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
RS negro : cartografias sobre a produção do conhecimento. Organizadores Gilberto Ferreira da Silva, José Antônio dos Santos, Luiz Carlos da Cunha Carneiro. – Dados eletrônicos – 2. ed. rev. e ampl. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2010. P. 111
ROSA, Marcus Vinicius. Quando Vargas caiu no samba : um estudo sobre os significados do carnaval e as relações sociais estabelecidas entre os poderes públicos, a imprensa e os grupos de foliões em Porto Alegre durante as décadas de 1930 e 1940. Dissertação de Mestrado em História. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. P. 133
da belle époque à era dos Jazz (fim). Sul21, 29 de novembro de 2011
WERNER, Kenia Simone. Entre cabarés, noites líricas e rádios porto-alegrenses: a trajetória do músico Roberto Eggers (1889-1984). Dissertação de Mestrado em Música. Universidade Federal de Minas Gerais, 2012. P. 136
BOHRER, Felipe Rodrigues. A música na cadência da história : raça, classe e cultura em Porto Alegre no pós-abolição. Dissertação de Mestrado em História. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014. P. 11
SILVA, Cidinha da. A Colônia Africana de Porto Alegre em quatro cenas. Afro-Hispanic Review Vol. 29, No. 2, The African Diaspora In Brazil (FALL 2010), pp. 283-288
...E o mundo se diverte. Cinemateca Brasileira
"Veio para rádio Tupi e quando o maestro Fon-Fom (Otaviano Romero) resolveu fazer a Europa, por conta e riscos próprios, ela foi como sua cantora. E anos e anos se soube apenas de seus êxitos até que o maestro – alagoano de nascimento – morria em Atenas [em 1951] dando os últimos acordes do seu choro “Murmurando”. Nunca mais se ouviu de Horacina, que parece ter casado com um músico italiano e por lá ter fincado a sua vida, no anonimato que tirou ambos das nossas citações enciclopédicas, no que se refere à MPB." Fernando Lobo, "A marca tatuada do esquecimento em muitos dos nossos astros e estrelas", Revista Nacional n^o 289 (pág. 20) do Jornal do Commercio de 10 de junho de 1984.

Ligações externas

De Porto Alegre para o mundo: o samba de Horacina Correa

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[1] Tendo se estabelecido na Europa, pesquisa na Hemeroteca Nacional revela que não existe na imprensa brasileira referência ao local e data de sua suposta morte.

[Sul-2] Paulo Coelho, o rival de si mesmo. Sul21

[CA"-3] Horacina Correia no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

[4] RS negro : cartografias sobre a produção do conhecimento. Organizadores Gilberto Ferreira da Silva, José Antônio dos Santos, Luiz Carlos da Cunha Carneiro. – Dados eletrônicos – 2. ed. rev. e ampl. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2010. P. 111

[Rosa-5] ROSA, Marcus Vinicius. Quando Vargas caiu no samba : um estudo sobre os significados do carnaval e as relações sociais estabelecidas entre os poderes públicos, a imprensa e os grupos de foliões em Porto Alegre durante as décadas de 1930 e 1940. Dissertação de Mestrado em História. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. P. 133

[6] époque à era dos Jazz (fim). Sul21, 29 de novembro de 2011

[7] WERNER, Kenia Simone. Entre cabarés, noites líricas e rádios porto-alegrenses: a trajetória do músico Roberto Eggers (1889-1984). Dissertação de Mestrado em Música. Universidade Federal de Minas Gerais, 2012. P. 136

[8] BOHRER, Felipe Rodrigues. A música na cadência da história : raça, classe e cultura em Porto Alegre no pós-abolição. Dissertação de Mestrado em História. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014. P. 11

[9] SILVA, Cidinha da. A Colônia Africana de Porto Alegre em quatro cenas. Afro-Hispanic Review Vol. 29, No. 2, The African Diaspora In Brazil (FALL 2010), pp. 283-288

[10] ...E o mundo se diverte. Cinemateca Brasileira

[11] "Veio para rádio Tupi e quando o maestro Fon-Fom (Otaviano Romero) resolveu fazer a Europa, por conta e riscos próprios, ela foi como sua cantora. E anos e anos se soube apenas de seus êxitos até que o maestro – alagoano de nascimento – morria em Atenas [em 1951] dando os últimos acordes do seu choro “Murmurando”. Nunca mais se ouviu de Horacina, que parece ter casado com um músico italiano e por lá ter fincado a sua vida, no anonimato que tirou ambos das nossas citações enciclopédicas, no que se refere à MPB." Fernando Lobo, "A marca tatuada do esquecimento em muitos dos nossos astros e estrelas", Revista Nacional n^o 289 (pág. 20) do Jornal do Commercio de 10 de junho de 1984.