Imunossenescência

A imunossenescência[1] é o processo de deterioração gradual do sistema imunológico decorrente do envelhecimento natural do organismo.[2][3] Passa pela perda da capacidade do corpo em responder a infecções e deterioração da memória imunológica, especialmente da vacinação.[4]. É considerado um fator de mortalidade entre os idosos.[5][6][7][8][9][10][11]

Esta deterioração do sistema imunológico relacionada à idade afeta principalmente os linfócitos T, que são as células responsáveis pela resposta celular às infecções, devido à involução do timo. O timo, órgão responsável pela produção e maturação dessas células, sofre alterações durante o processo de involução, onde passa a substituir a sua constituição de tecido linfoide por tecido adiposo, diminuindo assim a sua capacidade de produção de linfócitos T [12]. Dá-se também o declínio da proporção de células T virgens, em comparação com as células T de memória, onde as células T virgens remanescentes se apresentam defeituosas, produzindo menos citocinas (proteínas reguladoras) [13].

Tal redução na produção de linfócitos T e citocinas gera empecilhos para a ocorrência de uma resposta imunitária eficaz para os antígenos vacinais ou contra patógenos invasores. Outros fatores relatados na população idosa que contribuem para a baixa capacidade protetora das vacinas ou ao aumento da suscetibilidade a doenças infecciosas são a redução da capacidade fagocítica de neutrófilos e macrófagos, a diminuição do número de células de Langerhans na epiderme e a alta produção de auto-anticorpos, os quais agem contra antígenos próprios, associada a perda gradual da capacidade de diferenciação de antígenos estranhos [13] [14].

Ver também

Referências

  1. Infopédia. «imunossenescência | Definição ou significado de imunossenescência no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 3 de novembro de 2021
  2. Ginaldi, L.; M.F. Loreto, M.P. Corsi, M. Modesti, and M. de Martinis (2001). «Immunosenescence and infectious diseases». Microbes and Infection. 3 (10): 851–857. PMID 11580980. doi:10.1016/S1286-4579(01)01443-5
  3. Franceschi, C.; M. Bonafè and S. Valensin (2000). «Human immunosenescence: the prevailing of innate immunity, the failing of clonotypic immunity, and the filling of immunological space». Vaccine. 18 (16): 1717–1720. PMID 10689155. doi:10.1016/S0264-410X(99)00513-7
  4. Muszkat, M; E. Greenbaum, A. Ben-Yehuda, M. Oster, E. Yeu'l, S. Heimann, R. Levy, G. Friedman, and Z. Zakay-Rones (2003). «Local and systemic immune response in nursing-home elderly following intranasal or intramuscular immunization with inactivated influenza vaccine». Vaccine. 21 (11–12): 1180–1186. PMID 12559796. doi:10.1016/S0264-410X(02)00481-4
  5. Franceschi, C.; S. Valensin, F. Fagnoni, C. Barbi and M. Bonafe (1999). «Biomarkers of immunosenescence within an evolutionary perspective: the challenge of heterogeneity and the role of antigenic load». Experimental Gerontology. 34 (8): 911–921. doi:10.1016/S0531-5565(99)00068-6
  6. Ito, K; A. Hirao, F. Arai, S. Matsuoka, K. Takubo, I. Hamaguchi, K. Nomiyama, K. Hosokawa, K. Sakurada, N. Nakagata, Y. Ikeda, T. W. Mak, and T. Suda. (2004). «Regulation of oxidative stress by ATM is required for self-renewal of haematopoietic stem cells». Nature. 431 (7011): 997–1002. PMID 15496926. doi:10.1038/nature02989
  7. Lord, J.M.; S. Butcher, V. Killampali, D. Lascelles, and M. Salmon (2001). «Neutrophil ageing and immunesenescence». Mech Ageing Dev. 122 (14): 1521–1535. PMID 11511394. doi:10.1016/S0047-6374(01)00285-8
  8. Strout, R.D.; J. Suttles. (2005). «Immunosenescence and macrophage functional plasticity: dysregulation of macrophage function by age-associated microenvironmental changes». Immunol Rev. 205: 60–71. PMC 1201508Acessível livremente. PMID 15882345. doi:10.1111/j.0105-2896.2005.00260.x
  9. Bruunsgaard, H.; A. N. Pedersen, M. Schroll, P. Skinhoj, and B. K. Pedersen. (2001). «Decreased natural killer cell activity is associated with atherosclerosis in elderly humans». Exp Gerontol. 37 (1): 127–136. PMID 11738153. doi:10.1016/S0531-5565(01)00162-0
  10. Mocchegiani, E; M. Malavolta (2004). «NK and NKT cell functions in immunosenescence». Aging Cell. 3 (4): 177–184. PMID 15268751. doi:10.1111/j.1474-9728.2004.00107.x
  11. Uyemura, K.; S. C. Castle, and T. Makinodan (2002). «The frail elderly: role of dendritic cells in the susceptibility of infection». Mech Ageing Dev. 123 (8): 955–962. PMID 12044944. doi:10.1016/S0047-6374(02)00033-7
  12. Tonet, Audrey (2008). «Imunossenescência: a relação entre leucócitos, citocinas e doenças crônicas». Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Consultado em 23 de abril de 2020
  13. Malafaia, Gulherme (2008). «Implicações da imunossenescência na vacinação de idosos». Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Consultado em 23 de abril de 2020
  14. Esquenazi, Danuza (2008). «Imunossenescência: as alterações do sistema imunológico provocadas pelo envelhecimento». Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Consultado em 23 de abril de 2020
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.