Influenzavirus A subtipo H1N1
Influenza A subtipo H1N1, também conhecido como A (H1N1), é um subtipo de Influenzavirus A e a causa mais comum da influenza (gripe) em humanos. A letra H refere-se à proteína hemaglutinina e a letra N à proteína neuraminidase. Este subtipo deu origem, por mutação, a várias estirpes, incluindo a da gripe espanhola (atualmente extinta), estirpes moderadas de gripe humana, estirpes endémicas em aves.
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Pandemia de 2009 (Pandemrix) • Intranasal • Marcas de vacinas sazonais contra a gripe |
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Tratamento Amantidina • Baloxavir marboxil • Laninamivir • Oseltamivir • Peramivir • Rimantadina • Umifenovir • Zanamivir |
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Gripe suína (1976, EUA) • H5N1 (2006, Índia) • Gripe equina (2007, Austrália) • H5N1 (2007, Fazendas da Bernard Matthews, Inglaterra) • H5N1 (2008, Bengala Ocidental, Índia) • H5N2 (2015, EUA) |
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Veja também Gripe sazonal • Evolução da gripe • Cronologia da gripe • Pesquisa de gripe • Síndrome gripal • Reformulações anuais da vacina contra a gripe |
Variantes de H1N1 de baixa patogenicidade existem em estado selvagem, causando cerca de metade de todas as infecções por gripe em 2006.[1]
Em Abril de 2009, um surto de H1N1 matou mais de 100 pessoas no México, e pensava-se existirem mais de 1500 indivíduos infectados em todo o mundo em 26 de Abril de 2009. O Centers for Disease Control and Prevention nos Estados Unidos avisou que era possível que este surto desse origem a uma pandemia.[2] No balanço oficial da OMS divulgado no começo da manhã de 8 de maio de 2009, que não inclui o aumento de casos na Europa, América do Norte, América Central e América do Sul, o número de contaminados era de 2384, com 42 mortes.[3]
Gripe espanhola
A gripe espanhola, também conhecida como gripe pneumónica, foi uma estirpe de gripe aviária atipicamente severa e letal, que matou entre 50 a 60 milhões de pessoas em todo o mundo ao longo dos anos de 1918 e 1919. Pensa-se que tenha sido a mais mortífera das pandemias da história da Humanidade. Foi causada pelo subtipo H1N1 do Influenzavirus A.
A elevada taxa de mortalidade da gripe espanhola é atribuída ao facto de o subtipo H1N1 causar uma tempestade de citocinas no organismo. O vírus infectava células dos pulmões, levando à sobrestimulação do sistema imunitário por meio da libertação de citocina no tecido pulmonar. Isto provoca a migração generalizada de leucócitos para os pulmões, causando destruição de tecido pulmonar e secreção de líquido para o pulmão, tornando a respiração difícil. Devido à natureza da infecção, pessoas com sistemas imunitários saudáveis eram mais suscetíveis à doença, como era o caso de adultos jovens, comparativamente a crianças jovens e idosos.
Gripe de Nova Jérsei
A gripe de Nova Jérsei foi reportada em 1976 após da morte de um soldado de Fort Dix. O vírus que causou a doença é referenciado como A/New Jersey/76, um vírus do tipo Influenza A, subtipo H1N1.[4] Apelidada na época de "gripe suína", gerou especulações sobre a iminência de uma nova pandemia semelhante à gripe espanhola. O presidente dos Estados Unidos da América em 1976, Gerald R. Ford, lançou um grande programa de vacinação com custos de quase 140 milhões de dólares: cerca de 40 milhões de pessoas foram vacinadas. O programa, contudo, teve um fim inesperado: apenas uma morte foi causada pela gripe, enquanto que ao menos 25 pessoas morreram por reações à vacina, que em pouquíssimas pessoas desencadeava a síndrome de Guillain-Barré.[5][6]
Gripe russa
A pandemia de gripe russa de 1889-1890 matou cerca de 1 milhão de pessoas em todo o mundo.[7] A gripe russa de 1977 mais recente foi uma pandemia de gripe ocorrida em 1977-1979 causada pela estirpe Influenza A/USSR/90/77 (H1N1).[8][9] Tudo começou no norte da China e na União Soviética em 1977.[8][10] Utilizando-se uma técnica atualmente obsoleta de mapeamento de oligonucleotídeos, verificou-se que o vírus H1N1 dessa epidemia era muito semelhante a uma variedade isolada em 1950.[11][12] Infectou sobretudo crianças e adultos jovens com menos de 26 anos de idade porque uma estirpe similar era prevalente entre 1947 e 1957, fazendo com que a maioria dos adultos fosse imune.[13][14] A pandemia matou cerca de 700.000 pessoas[15] em todo o mundo e geralmente acredita-se que o vírus foi liberado para o público em geral em um acidente de laboratório.[14][16] O vírus foi incluído na vacina contra a gripe de 1978-1979.[17][18][19][20]
Referências
- «CDC»
- «CDC Press Briefing Transcripts April 24, 2009». Cdc.gov. 23 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de abril de 2009
- «Casos dobram e EUA passam México em vítimas de gripe suína». OMS. 8 de maio de 2009. Consultado em 8 de maio de 2009
- (em inglês)«Key Facts about H1N1 Flu (Swine Flu)». CDC. 24 de abril de 2009. Consultado em 1 de maio de 2009
- «EUA viveram surto de gripe suína em 1976; vacina gerou mortes». 29 de abril de 2009. Consultado em 1 de maio de 2009
- (em inglês)Paul Mickle (18 de janeiro de 2008). «1976: Fear of a great plague». Consultado em 1 de maio de 2009
- Shally-Jensen, Michael (22 de dezembro de 2010). Encyclopedia of Contemporary American Social Issues [4 volumes] (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO
- «Influenza Pandemic Plan. The Role of WHO and Guidelines for National and Regional Planning» (PDF). World Health Organization. Abril 1999. pp. 38, 41. Arquivado do original (PDF) em 3 de dezembro de 2020
- Mermel LA (junho 2009). «Swine-origin influenza virus in young age groups». Lancet (em inglês). 373 (9681): 2108–9. PMID 19541030. doi:10.1016/S0140-6736(09)61145-4
- Kung HC, Jen KF, Yuan WC, Tien SF, Chu CM (1978). «Influenza in China in 1977: recurrence of influenzavirus A subtype H1N1». Bulletin of the World Health Organization. 56 (6): 913–8. PMC 2395678
. PMID 310732 - (em inglês)«Origin of current influenza H1N1 virus». 2 de março de 2009. Consultado em 1 de maio de 2009
- (em inglês)Katsuhisa Nakajima, Ulrich Desselberger†, Peter Palese (27 de julho de 1978). «Recent human influenza A (H1N1) viruses are closely related genetically to strains isolated in 1950» (PDF). Nature. 274. pp. 334–339. doi:10.1038/274334a0
- «Influenza Pandemic Plan. The Role of WHO and Guidelines for National and Regional Planning» (PDF). World Health Organization. Abril 1999. pp. 38, 41. Arquivado do original (PDF) em 3 de dezembro de 2020
- Rozo M, Gronvall GK (agosto 2015). «The Reemergent 1977 H1N1 Strain and the Gain-of-Function Debate». mBio. 6 (4). PMC 4542197
. PMID 26286690. doi:10.1128/mBio.01013-15 - Michaelis M, Doerr HW, Cinatl J (agosto 2009). «Novel swine-origin influenza A virus in humans: another pandemic knocking at the door». Medical Microbiology and Immunology. 198 (3): 175–83. PMID 19543913. doi:10.1007/s00430-009-0118-5
- Wertheim JO (junho 2010). «The re-emergence of H1N1 influenza virus in 1977: a cautionary tale for estimating divergence times using biologically unrealistic sampling dates». PLOS ONE. 5 (6): e11184. PMC 2887442
. PMID 20567599. doi:10.1371/journal.pone.0011184 - CNN interactive health timeline box 1977: Russian flu scare
- Time magazine article Invasion from the Steppes published February 20, 1978
- Global Security article Pandemic Influenza subsection Recent Pandemic Flu Scares
- State of Alaska Epidemiology Bulletin Bulletin No. 9 - April 21, 1978 - Russian flu confirmed in Alaska
Leitura adicional
Não técnica
- Why Revive a Deadly Flu Virus? By Jamie Shreeve - January 2006 New York Times - Six-page human-interest story on the recreation of the deadly 1918 H1N1 flu virus
- BBC News - 1918 flu virus's secrets revealed Results from analyzing a recreated strain.
- Publicly available data
- Oral history by 1918 pandemic survivor
Técnica
- Recent influenza A (H1N1) infections of pigs and turkeys in northern Europe
- Epidemiologic Notes and Reports Influenza A(H1N1) Associated With Mild Illness in a Nursing Home -- Maine
- Swine Influenza Vaccine, H1N1 & H3N2, Killed Virus
- Influenza Virus Infections of Pigs
- H1N1-influenza as Lazarus: Genomic resurrection from the tomb of an unknown
- Emedix: Gripe Suína
- Portal da Saúde: Ministério da Saúde: INFLUENZA A (H1N1)
