Insculturas da Lajeira

A Estação de Arte Rupestre da Lajeira (insculturas da Lajeira) é constituída por uma rocha de xisto insculturada, com cerca de 12 metros quadrados a cerca de 830 metros de altitude, com motivos pertencendo na sua generalidade à mesma fase de gravação, e cuja cronologia aponta para o período entre o Neolítico Final e a Idade do Bronze. Localiza-se cerca da estrada Relvas-Perna do Galego, na freguesia da Ermida, concelho da Sertã.

Obtidas por picotagem, as gravuras são de tipo geométrico-simbólico, destacando-se no conjunto as formas em espiral, as composições cir- culares e as linhas meândricas, algumas combinadas em associações complexas, representam espirais percutidas, meandriformes e serpentiformes, com vagas figuras antropomorfas. Estas características, bem como a implantação da rocha, em posição dominante a meia encosta, numa aparente demarcação territo- rial, permite considerá-la uma das estações mais meridionais do nosso território dentro do círculo da arte galaico-portuguesa, possivelmente combinada com a influência da arte rupestre do Vale do Tejo.

Para além das características particulares e da homogeneidade da sua gramática figurativa, a importância da Estação da Lajeira está ainda relacionada com a sua localização numa região com poucos exemplares conhecidos de gravuras rupestres, constituindo um testemunho importante da arte rupestre da nossa pré-história recente.


Estas insculturas têm sido comparadas com os vestígios encontrados no vale do Tejo, em particular no Fratel.[1][2][3] Foram inicialmente identificadas e descritas pelos arqueólogos Filomena Gaspar e Carlos Batata.

A Estação de Arte Rupestre da Lajeira encontra-se classificada como sítio de interesse público, conforme Portaria n.o 654/2014, publicada no Diário da República, 2.a série, n.o 152, de 8 de agosto.

Referências

  1. BATATA, Carlos e Filomena GASPAR (1995), Levantamento arqueológico do concelho da Sertã.
  2. BATATA, Carlos (1998a), A Sertã na transição entre a pré-história recente e a proto-história, Revista de Estudos Pré-Históricos, 4, Centro de Estudos Pré-Históricos da Beira Alta, Viseu.
  3. BATATA, Carlos (1998b) Carta Arqueológica do Concelho da Sertã, Câmara Municipal da Sertã.
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