Jacintho José Nunes Leite

Jacintho José Nunes Leite, foi um empresário, comendador, Maçom, industrial, Coronel e dono de terras. Filho de comerciantes Portugueses, nasceu em Oliveira de Azeméis, Aveiro, em 18 de janeiro de 1840.[1]

Jacintho José Nunes Leite
Jacintho José Nunes Leite
Nome completo Jacintho José Nunes Leite
Conhecido(a) por Jacintho Nunes Leite
Nascimento 18 de Janeiro de 1840
Oliveira de Azeméis, Aveiro, Portugal
Morte 14 de Maio de 1914
Maceió, Alagoas, Brasil
Residência Solar Nunes Leite, Bebedouro, Maceió
Ocupação Comerciante, Empresário

No ano de 1861 se casou com, Maria Thereza de Jesus, em seguida veio para o Brasil com sua esposa e irmãos se estabelecendo em Maceió como negociante de Secos & Molhados.

O Comendador Jacintho Nunes Leite era irmão de, Francisco Nunes Leite, do Tenente Coronel Domingos Nunes Leite e do Coronel João Nunes Leite.[2]

Se destacou durante seus primeiros anos em Maceió, participando em 7 de Setembro de 1866 da criação da Associação Comercial de Maceió. Em 1867 tinha uma firma chamada, Jacintho Leite & Cia, e era proprietário de uma loja de ferragens e de uma refinaria de açucar.[3][4][1][5]

Associação Comercial de Maceió, RELU, 2016

Em 1857 participa da fundação da Sociedade Anônima Companhia União Mercantil, e em 1863 foi inaugurada pela Sociedade Anônima Companhia União Mercantil, uma fábrica de tecer algodão em fernão velho, hoje em dia conhecida como Fabrica de Tecidos Carmen, que tinha como sócios, José Antônio de Mendonça: o Barão de Jaraguá e Tibúrcio Alves de Carvalho, e entre os acionistas estava Jacintho José Nunes Leite, que foi aumentando a sua participação até se tornar um dos diretores da fábrica em 1870, e foi responsável pela construção ligando Bebedouro e Fernão Velho.

Em 1882 o Liceu Provincial de Alagoas realizou os exames preparatórios de julho com a ajuda financeira de, Jacintho José Nunes Leite, Dr. Joaquim Pontes de Miranda e de Candido Venancio, no valor de 700.000 réis, Candido Venancio era o único que tinha filhos no Liceu Provincial.[2] Ainda no ano de 1882, foi criada a firma, Lima, Leite & Cia, composta pelo engenheiro mecânico Eduardo Lima e por Jacintho José Nunes Leite. Em 1883 foi inaugurada pela firma, a fundição Alagoana, a primeira da região.[6][7] Após o falecimento do engenheiro Eduardo Lima em 1884, os seus direitos na fundição seriam comprados de sua esposa por Jacintho José Nunes Leite.

Antiga Fundição Alagoana, rua Sá e Albuquerque, RELU, 2016

Em 1883 cria a empresa Água Potável Maceioense juntamente com, Manoel José de Pinho.[8]

Jacintho José Nunes Leite foi um dos acionistas e diretores da primeira companhia de tranportes de bondes de Maceió, a Companhia Alagoana de Trilhos Urbanos - CATU, no começo os bondes eram movidos por tração animal.[9] Foi responsável pelo serviço de abastecimento de água potável em Maceió e pela construção de um hospital. Construiu um porto em Maceió, que mais tarde seria vendido por ele, para o estado por um baixo preço, também construiu um novo cemitério para a cidade, os portões do cemitério foram feitos em sua fundição e realizou a construção da Paróquia de Santo Antônio de Pádua entre 1870 e 1873, substituindo a capela anterior construída em 1816 pelo português Antônio Maria de Aguiar, o sino da paróquia foi feito na sua fundição e os azulejos foram importados diretamente de Portugal por ele. Também era abolicionista, realizava a compra de escravos e logo em seguida os alforriava.

Antiga Praça da Matriz de Bebedouro, atual Praça Coronel Lucena Maranhão e Paróquia de Santo Antônio de Pádua, RELU, 2016

Jacintho José Nunes Leite passou a ser chamado nos jornais pelo título de Comendador em 1889. Tendo recebido o título em algum momento do período.[5]

Em 1894 Jacintho Nunes Leite era um dos acionistas da Companhia Progresso Alagoano.

Solar Nunes Leite na praça Coronel Lucena Maranhão, Maceió , em 2016

Morou no Solar Nunes Leite, propiedade localizada no antigo sítio da capelinha do bebedouro, hoje localizada na praça Coronel Lucena Maranhão,[10] quando o antigo sítio da capelinha foi comprado pelo Jacintho Nunes Leite, ele possuía uma pequena casa que foi substituída pelo atual Solar Nunes Leite,[11] e uma pequena capela construida em 1816 pelo português Antônio Maria de Aguiar, que foi demolida, e em seu lugar foi construida a Paróquia de Santo Antônio de Pádua entre 1870 e 1873. Também construiu um coreto, que foi demolido entre os anos de 1997 e 1998. O Solar era o local de eventos organizados pelo Jacintho Nunes leite, chegando a ter a participação de Floriano Peixoto, que assinou documentos na propiedade.[12] Atualmente a propiedade fica localizada no bairro de Bebedouro, e foi tombada como patrimônio histórico. Jacintho Nunes Leite faleceu no dia 14 de maio de 1914.[13] Está sepultado em seu jazigo localizado no cemitério que construiu.

Cronologia

  • 1840 - Nascimento em Oliveira de Azeméis, Aveiro, Portugal
  • 1857 - Participa da criação da Sociedade Anônima Companhia União Mercantil
  • 1861 - Se casou com Maria Thereza de jesus
  • 1861 - Veio para o Brasil
  • 1863 - Participa da construção da Fábrica de Tecidos Carmen
  • 1866 - Participou da criação da Associação Comercial de Maceió
  • 1867 - Criou a firma Jacintho Leite & Cia, dono de uma loja de ferragens e uma refinaria de açucar
  • 1870 - Se torna diretor da Fábrica de Tecidos Carmen
  • 1873 - Construiu a Paróquia de Santo Antônio de Pádua
  • 1882 - Ajuda financeiramente o Lyceu Provincial de Alagoas
  • 1882 - Cria a firma Lima, Leite & Cia
  • 1883 - Construiu a Fundição Alagoana
  • 1883- Cria a empresa Água Potável Maceioense
  • 1884 - Compra os direitos da Fundição Alagoana da viúva de Eduardo Lima
  • 1889 - Se tornou Comendador
  • 1914 - Faleceu em Maceió, Alagoas, Brasil

Descendência

Jacintho José Nunes Leite teve 11 filhos com a sua esposa Maria Thereza de Jesus: João Nunes Leite Sobrinho,[14] engenheiro Jacintho Nunes Leite Filho, Maria Nunes Leite, Emilia Nunes Leite, Rosa Nunes Leite, Anna Nunes Leite, Francisco Nunes Leite Sobrinho, José Nunes Leite, Dr. Antônio Nunes Leite e Luiz Nunes Leite.[1]

Se destacando:

Engenheiro Jacintho Nunes Leite Filho, se formou em todos os cursos de engenharia da época na europa.[15] Participou da Cooperadora Alagoana.[16] E construiu uma fábrica de vidros em Alagoas juntamente com seu irmão, o Dr. Antônio Nunes Leite, vindo a ser inaugurada em 1920. Cerca de 3 meses após a abertura da fábrica, Jacintho Nunes Leite Filho veio a falecer após um acidente, Devido a uma contaminação com terra no maquinario, de causa desconhecida.

Dr. Antônio Nunes Leite, se formou em direito ainda jovem,[7] foi um Procurador Federal e fundador do jornal, o Alagoas em 1912. Se casou com Astrogilda Alves Ether, filha do Irlandês, Tenente Coronel Olympio Dias Ferreira Ether e de Ursulina Alves Ether. Era irmã de Agripino Alves Ether, um dos fundadores da Academia Alagoana de Letras.

Anna Nunes Leite, se casou com Cecil George Brotherhood, filho de Josephina Dubeux Brotherhood e de Ernesto Brotherhood era um guarda livros da usina Leão.[17]

Emilia Nunes Leite, se casou com Caetano de Albuquerque Silva Costa, irmão do coronel Seraphim Costa.[18]

Francisco Nunes Leite Sobrinho, faleceu aos 13 anos de idade, de febre beliosa.[19]

Referências

  1. Ticianeli (19 de março de 2020). «Estrada de Bebedouro, um dos primeiros caminhos para Maceió». História de Alagoas. Consultado em 17 de abril de 2024
  2. «Evolucionista : Jornal da Tarde (AL) - 1905 a 1906 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 18 de abril de 2024
  3. Lima, Weldja Marques da Silva (25 de maio de 2020). «Do conflito à re-volta: O deslocamento campo-cidade-campo entre camponeses em Alagoas». Consultado em 2 de maio de 2024
  4. «Alagoanos comemoram centenário do português Jacintho Nunes Leite». Cadaminuto. Consultado em 2 de maio de 2024
  5. «Almanak da Provincia das Alagoas (AL) - 1873 a 1880 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 17 de abril de 2024
  6. Ticianeli (28 de outubro de 2016). «Fundição Alagoana de Jacintho Leite». História de Alagoas. Consultado em 17 de abril de 2024
  7. «O Orbe (AL) - 1879 a 1900 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 17 de abril de 2024
  8. Maciel, Osvaldo Batista Acioly (31 de janeiro de 2011). «A perseverança dos caixeiros : o mutualismo dos trabalhadores do comércio em Maceió (1879 1917)». repositorio.ufpe.br. Consultado em 2 de maio de 2024
  9. «Evolucionista : Jornal da Tarde (AL) - 1905 a 1906 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 17 de abril de 2024
  10. «Solar Nunes Leite · Praça Cel. Lucena Maranhão - Bebedouro, Maceió - AL, 57057, Brasil». Solar Nunes Leite · Praça Cel. Lucena Maranhão - Bebedouro, Maceió - AL, 57057, Brasil. Consultado em 26 de abril de 2024
  11. Lima, Weldja Marques da Silva (25 de maio de 2020). «Do conflito à re-volta: O deslocamento campo-cidade-campo entre camponeses em Alagoas». Consultado em 2 de maio de 2024
  12. Bairro de Bebedouro Parte 1, consultado em 25 de abril de 2024
  13. «Alagoanos comemoram centenário do português Jacintho Nunes Leite». Cadaminuto. Consultado em 17 de abril de 2024
  14. «Evolucionista : Jornal da Tarde (AL) - 1905 a 1906 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 17 de abril de 2024
  15. «Gutenberg : Orgão da Associação Typographica Alagoana de Socorros Mutuos (AL) - 1881 a 1911 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 17 de abril de 2024
  16. «Gutenberg : Orgão da Associação Typographica Alagoana de Socorros Mutuos (AL) - 1881 a 1911 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 19 de abril de 2024
  17. «Gutenberg : Orgão da Associação Typographica Alagoana de Socorros Mutuos (AL) - 1881 a 1911 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 18 de abril de 2024
  18. «Gutenberg : Orgão da Associação Typographica Alagoana de Socorros Mutuos (AL) - 1881 a 1911 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 18 de abril de 2024
  19. «Gutenberg : Orgão da Associação Typographica Alagoana de Socorros Mutuos (AL) - 1881 a 1911 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 18 de abril de 2024
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