João Sapateiro

João Silva Franco (Riachuelo, 20 de junho de 1918Laranjeiras, 9 de outubro de 2008) conhecido por João Sapateiro foi um sapateiro e poeta brasileiro.

João Sapateiro
João Sapateiro
Nome completo João Silva Franco
Nascimento 20 de junho de 1918 (105 anos)
Riachuelo
Morte 9 de outubro de 2008 (90 anos)
Laranjeiras
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Marcelina dos Santos
Pai: Francolino Bernardo dos Santos
Ocupação sapateiro e poeta

Biografia

Primeiros anos

Nasceu em 20 de junho de 1918 na cidade de Riachuelo, e em 1935, aos dezessete anos, sua família mudou-se para Aracaju em busca de melhores condições, onde permaneceu por pouco tempo. Na sua difícil infância trabalhou em engenho de cana de açúcar e na sua passagem pela capital em vários serviços para sobreviver, sendo um deles, engraxate de sapatos.[1]

João Sapateiro

Em 1938, aos vinte anos, mudou-se em definitivo para Laranjeiras onde permaneceu a vida toda. Afro-sergipano com quase dois metros de altura,[2] profissionalizou-se como sapateiro através dos ensinamentos de seu pai. E nas proximidades do mercado municipal montou sua oficina de trabalho, que era conhecida como a "tenda do João Sapateiro".[3]

Em Laranjeiras João Sapateiro apenas sabia escrever o seu nome em letra de forma e passou a fazer assinaturas de livros e revistas. Apesar de não possuir nenhum diploma escolar com muito esforço aprendeu a ler e escrever corretamente. O poeta autodidata passou a escrever trovas e poesias em folhas de papel e cartolinas em letras de forma, e costumava fixar suas obras nas paredes de sua oficina para apreciação dos frequentadores.[4]

Em 1950 tem pela primeira vez um desses trabalhos publicado no jornal Correio de Propriá, sua poesia Cântico aos Laranjeirenses. Apesar do seu gênero lírico que expressa sentimentos e emoções em seus poemas, muitas vezes suas trovas pautadas nas injustiças sociais e na realidade cotidiana mostrava o seu lado critico social.[5] Homem sereno, de boa e mansa conversa, inspirava confiança e não se utilizava de agressividade. Foi por muito tempo um auxiliar de juízes e autoridades da cidade. Era uma espécie de comissário, avaliador judicial, quando necessário saía a busca do suposto infrator e o trazia perante as autoridades constituídas apenas através do poder de convencimento.[6]

Apesar de um enorme acervo cultural o poeta publicou apenas seis livros e parou de escrever em 2002 quando perdeu a visão vítima de um glaucoma.[7] Antes e após sua morte João Sapateiro inspirou ensinamentos através de sua obra e vida sendo referência cultural de jovens e adultos.[8] Seu legado perpetua no cotidiano do povo sergipense através de feiras, exposições, festas populares, concursos e outros.[9][10]

Morte

O poeta faleceu em 9 de outubro de 2008 com noventa anos, para se tornar figura imortal em Laranjeiras e no estado de Sergipe.[7]

Homenagens

O poeta recebeu inúmeras homenagens em vida pelo seu trabalho e pela sua simplicidade. Pessoas e turistas não deixavam de visitar sua oficina,[11] e em 1997 o programa Brasil Legal também homenageou o poeta com a visita de Regina Casé.[12] Várias outras homenagens o poeta recebeu em vida e dentre elas a do cordelista sergipano Gilmar Santana, que em janeiro de 2008 lançou a literatura de cordel, Poeta João Sapateiro – Orgulho do meu lugar, na famosa Feira de Sergipe em Aracaju.[13]

post mortem

O documentário

Em fevereiro de 2009 a TV Aperipê produziu um documentário que contou passagens da vida e obra do poeta sergipano.[14]

Prêmio João Sapateiro

Desde 2009 a Secretaria de Cultura de Laranjeiras institui o Prêmio de Poesia Popular João Sapateiro, o concurso tornou-se referência no Estado de Sergipe.[15]

O monumento

Em novembro de 2012 o município homenageou o poeta imortal com uma estátua em praça pública, no Largo da Prefeitura de Laranjeiras, em frente ao Paço Municipal.[16]

Talhado em madeira

Em 2015, o poeta foi lembrado através de uma escultura talhada em madeira pelo artista Ademar Lima conhecido por mestre Demar. A obra de arte retrata o poeta exercendo o ofício de sapateiro.[4]

O centenário

Em 20 de julho de 2018, data em que completaria cem anos se estivesse vivo, a Assembleia Legislativa de Sergipe prestou homenagem ao poeta entregando uma placa comemorativa aos seus familiares.[17]

Referências

Ligações externas

This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.