Joaquim Pereira Botto

Joaquim Maria Pereira Botto OSE (Alhandra, 13 de Março de 1851 - Lisboa, 23 de Janeiro de 1907) foi um religioso português. Ficou conhecido pela sua carreira como investigador e arqueólogo, tendo sido responsável pela fundação do Museu municipal de Faro.[1]

Joaquim Pereira Botto
Biografia
Nascimento
13 de Março de 1851
Alhandra
Morte
23 de Janeiro de 1907
Lisboa
Nome nativo
Joaquim Maria Pereira Botto
Cidadania
Portuguesa
Atividade
Arqueólogo

Biografia

Nascimento e formação

Nasceu em Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, filho de João Maria Pereira Botto e de Maria Cecilia Ferreira Botto.[1] Teve três irmãos, o comendador Francisco Maria Pereira Botto, o farmacêutico Ferreira Botto, e Filomena Bouto e Sousa.[1] Fez os primeiros estudos no Seminário de Santarém, e frequentou depois o liceu daquela cidade.[2] Concluiu o curso de teologia com distinção,[1] e em 19 de Setembro de 1875 recebeu as ordens de presbítero.[2] Em 19 de Novembro de 1877 foi promovido no ensino nas cadeiras de Teologia.[2]

Carreira

Trabalhou como reitor do seminário Rachol, na Índia, a convite do patriarca D. Aires de Ornelas e Vasconcelos,[2] mas ao fim de pouco tempo regressou à Europa por motivos de saúde.[1] Em 1882 empregou-se no Seminário de Faro como professor de ciências eclesiásticas, tendo chegado ao posto de vice-reitor.[1] Contribuiu para o desenvolvimento deste estabelecimento de ensino, através da reorganização e da melhoria dos estudos, além da administração financeira e da higiene.[2] Em 1884 recebeu o canonicato na Sé Catedral de Faro, tendo sido distinguido como monsenhor e camareiro do Papa Leão XIII, devido aos seus serviços.[1] Na década de 1900, era um dos responsáveis pelo tesouro da Sé Patriarcal de Lisboa,[3] onde exercia como cónego,[1] tendo representado o cabido durante as obras de restauro daquele monumento.[1]

Além de uma destacada carreira eclesiástica, também ficou conhecido como investigador, tendo sido responsável pela fundação e organização do posto metereológico D. Francisco Gomes, em Faro,[1] motivo pelo qual recebeu um louvor da Junta Geral do Distrito.[2] Também impulsionou a criação do Museu Arqueológico Infante D. Henrique, em Faro, onde colaborou como conservador, tendo escrito vários artigos sobre o espólio do museu, que foram compilados na obra Glosario dos principaes monumentos do Museu Archeologico Infante D. Henrique.[2] Em 1901 foi nomeado pelo governo como responsável por estudar as formas de organização dos trabalhos arqueológicos no Reino Unido e na França.[2] Foi membro da Academia Real das Ciências, da Real Academia de História de Madrid, do Instituto de Coimbra, da Sociedade Artístico-Arqueológica de Barcelona, da Real Academia de Belas Artes de Sevilha, do Instituto 19 de Setembro de Lisboa, do Instituto Arqueológico do Algarve, da Sociedade Literária Almeida Garrett,[1] e da Sociedade Martins Sarmento.[2] Também ocupou as funções de vice-presidente na Real Associação dos Arqueólogos Civis e Arqueólogos Portugueses, e de vogal nas comissões dos Monumentos Nacionais e do Museu da Figueira da Foz.[1] Colaborou igualmente como colunista nos periódicos regionais Districto de Faro e Progresso do Algarve.[1]

Falecimento e homenagens

Faleceu na cidade de Lisboa, em 13 de Março de 1851, vítima de uma angina de peito.[1] Ao seu funeral compareceram várias grandes figuras do catolicismo nacional, como o Cardeal-patriarca, o Arcebispo de Mitilene, e o arcebispo bispo do Algarve.[1]

Recebeu um grande número de condecorações pelos seus serviços, tanto religiosos como científicos.[2] Em 1895[2] ou 1905, foi distinguido com o oficialato da Ordem de Santiago,[1] e em 1898 com uma Carta de Conselho.[2]

Obras publicadas

Referências

  1. «Conselheiro monsenhor-conego Joaquim Maria Pereira Botto» (PDF). O Districto de Faro. Faro. 31 de Janeiro de 1907. p. 1. Consultado em 5 de Outubro de 2021 via Hemeroteca Digital do Algarve
  2. «Necrologia: Conselheiro Monsenhor Conego Joaquim Maria Pereira Botto» (PDF). Occidente. Lisboa. 10 de Fevereiro de 1907. p. 31-32. Consultado em 5 de Outubro de 2021 via Hemeroteca Digital de Lisboa
  3. «O Thesouro da Sé Patriarchal» (PDF). Illustração Portuguesa (87). Lisboa: Empreza do jornal O Seculo. 3 de Julho de 1905. p. 548. Consultado em 6 de Outubro de 2021 via Hemeroteca Digital de Lisboa


Ligações externas

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