Kaíque

Luiz Henrique Medina (São Paulo, 4 de junho de 1951, mais conhecido como Kaíke ou Kaíque, ou Caíque, é um mesa-tenista paralímpico brasileiro. Entre outras premiações, Kaíke conquistou quatro medalhas em Jogos Parapan-Americanos, uma de ouro, uma de prata e duas de bronze.

Luiz Henrique Medina
Informações pessoais
Apelido Kaíke
Modalidade tênis de mesa paralímpico
Nascimento 4 de junho de 1951 (72 anos)
São Paulo, (SP)
Nacionalidade brasileiro
Compleição Peso: 44kg • Altura: 1,67m [1]
Nível profissional
Período em atividade 2000 até à atualidade
Medalhas
[2]
OuroCopa Paralímpica da Costa RicaCosta Rica 2016
Equipes
BronzeCopa Paralímpica da Costa RicaCosta Rica 2016
Individual
OuroCopa Chile ParalímpicaChile 2015
Equipes
OuroJogos Parapan-AmericanosCosta Rica 2013
Equipes
BronzeJogos Parapan-AmericanosIlha de Margarita 2009
Individual
PrataJogos Parapan-AmericanosRio de Janeiro 2007
Equipes
BronzeJogos Parapan-AmericanosRio de Janeiro 2007
Individual
BronzeCampeonato Parapan-Americano de Tênis de MesaMar del Plata 2005
Individual
PrataCampeonato Parapan-Americano de Tênis de MesaMar del Plata 2005
Equipes

Infância e vida pessoal

Kaíke nasceu sem os dois antebraços, uma perna, o maxilar e a língua. Abandonado pelos pais, foi acolhido pelo Lar Escola São Francisco aos três anos de idade, tendo sido criado e realizado todos os tratamentos cirúrgicos e reabilitação naquela instituição, extinta em 2012, quando foi incorporada pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Durante o processo de reabilitação, foi submetido a mais de quarenta cirurgias por todo o corpo, durante os mais de vinte anos em que foi cuidado pela instituição. O seu apelido tem origem no pé de sua perna mecânica, que tinha o formato de um caiaque.[1][3]

Depois de se formar em Biologia pela Universidade de São Paulo (USP), prestou concurso público para especialização em Citologia no Instituto Brasileiro Contra o Câncer (IBCC), sendo o primeiro colocado. Foi analista de câncer ginecológico na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo durante trinta anos.[4]

Em 2011, lançou o livro Meu Lar, Minha Escola, Minha Vida, que narra sua passagem pelo Lar Escola São Francisco e como conseguiu superar as suas limitações.[5] Kaíke é uma das quatro pessoas que se conhece no mundo, que conseguem falar sem possuir a língua.[3] Tem um filho, Igor, nascido em 1990, que teve de criar sozinho, desde pequeno.[4]

Início no esporte e conquistas

Começou a praticar tênis de mesa em 2000, quando se aposentou do IBCC, tornando-se profissional nesta modalidade. Para conseguir jogar, Kaíke prende a raquete ao seu antebraço.[6] Em sua carreira no esporte profissional, conheceu doze países.[4][7]

Em 2001, em Buenos Aires, na Argentina, conquistou, no Campeonato Paralímpico Sul-americano, uma medalha de ouro na modalidade por equipes e uma de prata na modalidade individual. Na Copa Tango I, também em Buenos Aires em 2001, ganhou uma medalha de prata no individual e bronze por equipes.[8][9]

Em 2004, conquistou medalha de prata por equipes e bronze no individual, na Copa Tango II, em Buenos Aires;[10] em 2005, conquistou uma medalha de prata por equipes e uma medalha de bronze individual no Campeonato Parapanamericano de Tênis de Mesa em Mar del Plata, na Argentina.[11][12] No mesmo ano, pela Copa Tango III, ganhou medalha de ouro por equipes e bronze no individual.[13]

Nos Jogos Parapan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, conquistou a medalha de bronze na competição individual e a de prata por equipes.[14] No mesmo ano, foi ouro por equipes no Torneio Aberto Paralímpico da Romênia.[15] Ainda em 2007, conquistou duas medalhas de bronze (por equipes e individual), na Copa Tango V, em Buenos Aires.[16], e duas medalhas de bronze no individual, na Atlantic Cup, realizada em Mar del Plata.[17] Também em 2007, conquistou uma medalha de prata na modalidade individual, no US Open Paralímpico de Chicago.[18]

Nos Jogos Parapan-Americanos de Tênis de Mesa, em Ilha de Margarita, na Venezuela em 2009, conquistou uma medalha de bronze no individual.[12][19] No ano seguinte, Medina estava na primeira posição no ranking nacional em atletismo paralímpico e na 26.ª posição no ranking mundial.[5]

No Torneio Aberto do Brasil Paralímpico, em 2011 no Rio de Janeiro, conquistou uma medalha de ouro por equipe e uma de prata no individual. Na Copa Brasil Sul-Sudeste III, disputada na cidade de Praia Grande. Também em 2011, conquistou duas medalhas de ouro.[12] No mesmo ano, foi ouro na modalidade individual, na Copa Costa Rica,[20] e também uma medalha de ouro por equipes e prata no individual, no Brasil Open Paralímpico.[21] Participou dos Jogos Parapan-Americanos de 2011, no México, em que esteve perto de conquistar uma medalha individual, perdendo para um competidor argentino, quase quarenta anos mais novo.[4] No ano seguinte, foi prata no individual e bronze por equipes, na Copa Tango X, em Buenos Aires.[22][23]

Nos Jogos Parapan-Americanos de 2013, na Costa Rica, conquistou a medalha de ouro na competição por equipes.[24] No mesmo ano, conquistou uma medalha de bronze por equipes na Copa Tango XI, em Buenos Aires,[25][26] e foi também bronze individual no Campeonato Paralímpico Mike Dempsey Memorial, em San Diego.[27][28]

Na Copa Costa Rica de 2014, conquistou bronze no individual,[29] e em 2015 perdeu as duas partidas que disputou pelos Jogos Parapan-Americanos, no Canadá.[30] No mesmo ano, conquistou o ouro por equipes, na Copa Chile Paralímpica de Tênis de Mesa.[31] Também em 2015, recebeu a Medalha do Mérito Esportivo do Governo do Estado de S.Paulo.[32]

Em 2016, na XIV Copa Tango realizada em Buenos Aires, foi bronze no individual e prata por equipes.[33] No mesmo ano, na Copa Paralímpica da Costa Rica, conquistou uma medalha de bronze no individual e de ouro por equipes.[34] Ainda em 2016, foi campeão na Copa Brasil de Tênis Paralímpico realizada em Piracicaba.[35]

Medina dedica-se também a palestras e participação em eventos.[36][37]

Referências

This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.