Ken (arquitetura)

ken (?), na arquitetura japonesa, refere-se a uma unidade clássica de medida que define os intercolúnios de uma edificação. Esta unidade foi empregue de acordo com o sistema de proporções para a construção, denominado kiwari (木割?). Ainda que no início fosse apenas utilizado para desenhar a separação entre duas colunas, e não apresentasse uma dimensão fixa, logo foi normalizado para ser aplicado na arquitetura residencial.[1] O ken passou a ser entendido como um instrumento de normalização das partes da edificação, tendo evoluído até se tornar um módulo que regia toda a estrutura, materiais e espaços da arquitetura japonesa. Uma técnica que permite relacionar as medidas de projeto com as medidas modulares por meio de um retículo espacial de referência (módulo-função[nt 1]).[1][2]

Um butsuden Zen é constituído por 5 ken. 3 × 3 ken no espaço central (Moya) o qual está rodeado por um conjunto de 1 ken que compõe o corredor exterior, Hisashi.

Com a trama modular do ken, instauraram-se dois métodos de projeto. No primeiro, o método inaka-ma, a trama do ken (que passou a ser 6 shaku) determinava a separação entre os eixos das colunas. Por consequência, o tradicional tatami (3 x 6 shaku ou ½ x 1 ken) variava ligeiramente , tendo em conta o diâmetro da coluna. No método kýo-ma, o tatami apresentava dimensões constantes (3,15 x 6,30 shaku) e o intercolúnio (módulo ken) oscilava entre 6,4 e 6,7 shaku.[1] O tatami, por ser usado em todos os locais internos da casa japonesa, levou à necessidade de os espaços serem dimensionados de forma a poder receber, no piso, um número inteiro de tatamis, dando à modulação um carácter prático-funcional. Com isto, as medidas de uma habitação eram expressas pelo número de tatamis utilizados.[1]

No exemplo da casa japonesa, a malha estruturadora baseia-se num sistema reticulado de quadrados de arestas correspondentes a ½ ken, cuja combinação de módulos rectangulares de 1 x ½ ken (tamanho padrão do tatami japonês) define toda a organização espacial da casa japonesa.[3] O módulo e a malha estão intimamente ligados, uma vez que o módulo define praticamente toda malha, permitindo o máximo de composições possíveis entre eles, numa plena experimentação de coordenação modular.[3]

Ver também

Notas

  1. Mede o espaço unitário alocado a uma actividade[2]

    Referências

    1. «Modularidade» (PDF). arq.ufsc.br. Consultado em 13 de janeiro de 2014
    2. (Bregatto 2006, p. 226)
    3. «Coordenação modular» (PDF). em.ufop.br. Consultado em 13 de janeiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 16 de janeiro de 2014

    Bibliografia

    • Bregatto, Paulo Ricardo; Ferreira, Mario dos Santos; Kother, Maria Beatriz Medeir (2006). Arquitetura & urbanismo. Edição de textos comemorativa aos 10 anos da FAUPUCRS, 1996-2006 (em inglês). [S.l.]: EdiPUCRS. 390 páginas. ISBN 8574305855
    • Unwin, Simon (2013). Analysing Architecture (em inglês). [S.l.]: Routledge. 336 páginas. ISBN 1317810953. Consultado em 13 de janeiro de 2014
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