Krishnanda

Krishnanda é um álbum experimental único de Pedro Santos (Pedro dos Santos), também conhecido como Pedro Sorongo, lançado pela CBSem 1968 e relançado em LP pela Polysom.[1]

Krishnanda
Álbum de estúdio de Pedro dos Santos
Lançamento 1968
Gravação 1968
Gênero(s) Música experimental
Tropicália
Gravadora(s) CBS (Brasil)

Álbum

Produzido pelo próprio artista no estúdio da CBS, com arranjos de Jopa Lins (codinome de José Pacheco Lins) e o aval de Hélcio Milito (então no posto de Diretor de Produção da gravadora), Krishnanda é uma pérola da MPB e apresenta letras poéticas de perspectiva mística sob uma estrutura linguística diferenciada.

A diversidade sonora do álbum é muito grande, há muitos tipos de instrumentos percussivos, arranjos de metais entre o samba e ritmos quase que latinos e orientais ao mesmo tempo, sons de animais e da ambiência de uma floresta, um órgão psicodélico, uma guitarra com um timbre similar a uma cítara, xilofones e instrumentos criados e construídos pelo próprio Pedro Sorongo.

Apesar da inventividade de seu som percussivo e da influência que teve em músicos da época, não teve grande repercussão e caiu em esquecimento. -

Redescoberta

O álbum foi redescoberto quando nos anos 2000 quando começou a circular pela internet em MP3 e no mercado europeu em edições piratas, dando reconhecimento a Pedro Sorongo e para sua obra prima, Krishnanda. Criador de instrumentos como o berimboca (o berimbau de boca) e a tamba (bateria com bambu criada com Milito e origem do nome do Tamba Trio), Santos apresentou em Krishnanda temas autorais como Ritual Negro, Água Viva, Advertência, Flor de Lótus, Dual, Dentro da Selva, Savana e Desengano da Visita. As letras são de cunho muito poético e transcendental e o álbum se destaca entre seus contemporâneos por ser um álbum conceitual que apresenta continuidade entre as faixas e pela sua diversidade sonora. As faixas trazem elementos folclóricos e apresentam influência e similaridade com samba e a cultura afro-brasileira, como os Os Afro-sambas (1966) tanto na construção melódica quanto na temática das letras, que no Krishnanda são mais voltadas para temas existenciais e transcendentais como moral, percepção, existência e ego.

Em 2012 a Revista Trip # 216 dedicou uma extensa reportagem sobre Pedro "Sorongo" Santos, destacando a importância "do disco que uniu a MPB à macrobiótica, filosofia indiana, climas selvagens e sons da natureza e, 42 anos depois de lançado, ressurge como cult".

Faixas

  1. Ritual Negro (2:08)
  2. Água Viva (2:02)
  3. Um Só (2:07)
  4. Sem Sombra (3:09)
  5. Savana (2:49)
  6. Advertência (2:50)
  7. Quem Sou Eu? (2:29)
  8. Flor de Lótus (3:13)
  9. Dentro da Selva (2:10)
  10. Desengano da Vista (2:43)
  11. Dual (2:34)
  12. Aranbindu (1:59)

Referências

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