Látex

O látex, ou látice, é o suco leitoso esbranquiçado expelido por algumas plantas,[1] uma emulsão de micropartículas poliméricas em meio aquoso, que pode ser natural obtido através do extrativismo vegetal ou produzido sintéticamente.[2]

Extração do látex da seringueira
Fórmula estrutural do látex

Composição

O látex é uma dispersão coloidal estável de uma substância polimérica em um meio aquoso; formado aproximadamente por 37,5% de borracha e 60% de água.[1]

Na natureza é produzido por algumas plantas: como a papoula, a seringueira, o mamoeiro e o Caucho (castilloa). É obtido através da secreção nas plantas, estas quando feridas no caule, reagem produzindo o látex, que tem a função de, consolidado por oxidação/coagulado espontâneamente,[3] provocar a cicatrização do tecido vegetal cortado no caule.

Na composição dele ocorre, em média, 35% de hidrocarbonetos, destacando-se o 2-metil-1,3-butadieno 1,3 (C5H8) comercialmente conhecido como isopreno, o monômero da borracha. A emulsão é praticamente neutra com pH de 7,0 à 7,2, mas quando exposto ao ar por um período de 12 a 24 horas: o pH cai para 5,0 (ponto ísoelétrico); viscosidade aumenta; desprendimento de anhídrido carbônico; sofrendo asism a coagulação espontânea,[4] formando o polímero que é a borracha, representada por (C5H8)n , onde n é da ordem de 10 000 e apresenta massa molecular média de 600 000 a 950 000 g/mol.

Observação: o látex tem muitas substâncias tóxicas, plantas que o contem representam risco tóxico sério para a saúde, portanto não deve ser consumido, especialmente quando crua (in natura). Um exemplo é a mandioca-brava, que contém ácido cianídrico, precursor do cianureto, paralisante do sistema respiratório.

Uso

Largamente utilizado pela indústria para a confecção de preservativos, pneus,[1] luvas e, drenos cirúrgicos. Mas é um material que pode causar processos alérgicos (dermatite de contato) de intensidade variável.

Além da borracha em si, o látex serve para a confecção de diversos artefatos produzidos por comunidades tradicionais, tais como sacos encauchados e encauchados de vegetais da Amazônia. Aqueles precisam ser defumados e são aplicações do látex sobre tecidos industrializados. Estes são uma evolução; trata-se apenas de látex com fibras vegetais, originando massa que pode ser moldada na forma de mantas e outros artefatos.

Coagulação espontânea

O fenômeno da coagulação do latéx de modo espontâneo possui uma complexidade a ponto de ainda não ser totalmente esclarecido, existindo assim três teorias:[4]

  • Teoria enzimática, endossada por tratadistas como George Stafford Whitby (1887–1972), Alain Campbell (1880-1951), Philip Barrowcliff, Paul Stamberger, coagulação por enzimas proteolíticas que atacam e decompõem as proteirias que envolvem as míscelas da borracha (colóides protetores), ocorrendo a floculação do látex, pois a coagulação inicia antes do processo de fermentação;[4]
  • Teoria bacteriana, endossada por tratadistas como EA TON, BELGRAVE, DE VRIES, GRANTHAM, coagulação por ácidos formados pela fermentação bacteríana, pois o látex possui duas bactérias: anaeróbias (transformam açúcares em ácidos) e aeróbias (atacam as proteínas hidrolisando-as em produtos alcalinos) que contrabalaceiam a formação de ácidos com a formação de produtos alcalinos;[4]
  • Teoria físico-química, a mais recente teorizada em 1947 por G. E. VAN GILS, de Buitenzorg, coagulação por concentração de ions cálcio (Ca++) e mágnésio (Mg++), pois o látex contém glicéridos e fostolípídíos, quando extensivamente hídrolísados/dialisados (ou por ação química ou por ação de lípases), liberam ions de ácidos graxos, que combinam-se com os ions Ca++ e Mg++ formando sabões calcícos e magnésícos.[4]

Referências

  1. «Borracha, latex, vulcanização, matérias-primas». Tipógrafos. Consultado em 28 de julho de 2023
  2. «Látex». Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em 8 de março de 2023
  3. S.A, Priberam Informática. «Cauchu». Dicionário Priberam. Consultado em 28 de julho de 2023
  4. Wisniewski, Alfonso (1953). «Coagulação espontânea do latex de seringueira.» (PDF). Belém do Pará. Boletim Técnico (26): 5-41. Consultado em 28 de julho de 2023. Resumo divulgativo
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