Língua dos pássaros

Uma língua dos pássaros, linguagem mística, perfeita, divina, mítica ou mágica utilizada pelos pássaros para se comunicar com os iniciados, é postulada pela mitologia, literatura medieval e ocultismo.

Huginn e Muninn sobre os ombros de Odin, numa ilustração de um manuscrito islandês do século XVIII.

História

Pássaros interpretaram um importante papel na religião Indo-Europeia, usados para divinação pelos áugures, e, de acordo com uma sugestão de Walter Burkert, estes costumes podem ter sua origem no Paleolítico, quando, durante a Idade do Gelo, os primeiros humanos costumavam procurar carniça observando os pássaros.

A partir da marcia Renascença, foi a inspiração para algumas línguas a priori mágicas. Línguas assobiadas, baseadas ou construídas sobre línguas naturais articuladas usadas em algumas culturas são por vezes também citadas como, e comparadas com, a língua dos pássaros.

Mitologia

De acordo com Apolónio de Rodes, a figura de proa do Argo, o navio de Jasão, foi construída com carvalho do bosque sagrado de Dodona e podia falar a língua dos pássaros. A proficiência na língua dos pássaros na mitologia grega podia ser obtida por meios mágicos. Demócrito, Anaximandro, Apolônio de Tiana, Tirésias, Melampo e Esopo são citados como tendo o conhecimento da língua dos pássaros.

Várias sagas nórdicas e célticas (Edda e Mabinogion) relatam que o sangue de dragão dá a quem o bebe o poder de entender a língua dos pássaros. Um eco disto está na ópera Siegfried de Richard Wagner, onde o herói, após beber o sangue do dragão Fafnir, passa a entender o canto dos pássaros.

Na mitologia celta, os pássaros (principalmente os corvos) representam conhecimentos proféticos, particularmente quanto ao derramamento de sangue.

Folclore

O conceito é apresentado também em muitos contos folclóricos em Gales, Rússia, Alemanha, Estónia e Grécia), onde geralmente ao protagonista é dado o poder de compreender a língua dos pássaros, seja por alguma transformação mágica, ou como recompensa por alguma boa ação feita para o rei dos pássaros. Os pássaros, então, passam a informar ou avisar o herói sobre perigos ou tesouros ocultos.

Religião

Alquimia

Na Cabala, na alquimia e no Renascimento, a língua dos pássaros era considerada uma língua perfeita e secreta, a chave para o perfeito conhecimento, chamada algumas vezes de langue verte (ou língua verde, por Jean Julien Fulcanelli e por Heinrich Cornelius Agrippa em sua De Occulta Philosophia).

Cultura

Ciência

Ver também

Referências

Ligações externas

This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.