Losango

Losango (◊) é um quadrilátero equilátero, ou seja, é um polígono formado por quatro lados de igual comprimento. Um losango é também um paralelogramo. Alguns autores exigem ainda que nenhum dos ângulos do quadrilátero seja reto para que ele seja considerado um losango.[1]

 Nota: Para a empresa de soluções financeiras, veja Losango (empresa).
 Nota: Para carga heráldica, veja Losango (heráldica).
Um losango é uma figura formada por quatro lados de igual comprimento.

Todo losango é um paralelogramo, e um losango com ângulos retos é um quadrado.[2][3]

Uma superfície cujos limites são um losango, ou semelhantes a um losango, designa-se por superfície rômbica.

Em Engenharia e em Física, a designação "rombo" é mais comum.

Etimologia

O losango também é chamado de rombo e vem do grego "ῥόμβος" (rhombos), ou seja, algo que gira que deriva do verbo "ρέμβω" (rhembō) que significa voltas e voltas. Já a palavra losango vem do latim arcaico lausa, que designa uma pedra achatada e também derivou na palavra lousa.

Propriedades geométricas

A seguir temos algumas propriedades dos losangos e em seguida suas respectivas demonstrações.

  1. Ângulos opostos têm medidas iguais.
  2. As suas diagonais são bissetrizes.
  3. As suas diagonais são retas perpendiculares.
  4. Todo losango tem um círculo inscrito.

1° Propriedade

Essa propriedade é intuitiva e ela parte do fato de que um losango é um caso especial de um paralelogramo. Como todo paralelogramo possui ângulos opostos congruentes, então todo losango também possui ângulos opostos congruentes.

2° Propriedade

Para demonstrar essa propriedade vamos, inicialmente, escrevê-la em notação matemática.

Por definição temos que todos os lados são congruentes. Assim cada uma das diagonais divide o losango em dois triângulos isósceles.

Visto que todo losango é um paralelogramo, temos também que suas diagonais se interceptam em seus pontos médios. Assim, sendo o ponto de intersecção das diagonais, temos:

Unindo essas duas implicações temos:

Visto que todos esses triângulos são congruentes, temos:

Logo, as diagonais de um losango são bissetrizes de seus respectivos ângulos internos.

3° Propriedade

Essa propriedade será demonstrada em duas partes (a 'ida' e a 'volta' do teorema).

Todo losango tem diagonais perpendiculares

Vamos demonstrar que se um quadrilátero é um losango, então ele é tem as diagonais perpendiculares.

Como todo losango é um paralelogramo (por possuir lados opostos congruentes), temos que suas diagonais se interceptam em seus respectivos pontos médios. Ou seja, sendo e as diagonais temos:

Agora tomamos os seguintes triângulos: , , e .

Pelo caso de congruência , temos as congruências:

.

Assim verificamos que os ângulos de vértices são congruentes e suplementares, ou seja:

Todo paralelogramo que possui diagonais perpendiculares é losango

Vamos demonstrar se um paralelogramo possui diagonais perpendiculares, então ele é um losango.

Como é paralelogramo, temos que seus lados opostos são congruentes, ou seja:

e .

Também, por ser paralelogramo temos que as diagonais interceptam-se em seus respectivos pontos médios, ou seja:

Como diagonais são perpendiculares, temo que :

.

Dessas relações, através do caso de congruência , temos:

.

Logo, é um losango.[4]

Ângulos

O único losango que não possui dois ângulos agudos (menores que 90°) e dois ângulos obtusos (maiores que 90°) é o quadrado. O quadrado possui quatro ângulos iguais a 90°.

Área

A altura h é a distância perpendicular entre dois lados quaisquer não-adjacentes, ou o diâmetro do circulo inscrito (h=2r).

Existem varias formas de se visualizar a fórmula da área. A mais usual é partindo do que se conhece sobre a fórmula da área do paralelogramo. A área A de um paralelogramo é o produto da sua base pela sua altura (h na ilustração). No losango qualquer lado, todos de comprimento a, se presta a fazer o papel de base:

Outra forma usual de visualizar a área do losango, é percebendo que o traçado de suas diagonais permite dividi-lo em quatro triângulos retângulos simétricos e de mesma área:

onde K é a área de um dos triângulos, p e q as diagonais do losango.[5] A correspondência com a área da primeira abordagem é demonstrada na análise do incentro.

Uma terceira forma, se baseia na primeira, mas expressando h como projeção de um lado a, ou seja, como cateto oposto do ângulo , portando expressando através do seno,

onde é lembrado que o seno de qualquer ângulo do losango é o mesmo (num paralelogramo os ângulos são suplementares entre si).

Incentro

Visualizando o losango como quadra triângulos-retângulo simétricos (de área K), dados pelas diagonais (p e q).

Para calcular o raio do incentro de um losango, basta usar a seguinte fórmula considerando p e q como diagonais dele.

observando o triângulo-retângulo de hipotenusa a e catetos p/2 e q/2, concluímos que a área K de cada triângulo ilustrado é:

Também pode ser aplicada a seguinte fórmula para o cálculo da área de um losango:

Área=D*d/2

D representa o comprimento de sua diagonal maior e d representa o comprimento de sua diagonal menor.

Ou seja, a área de um losango é a metade do produto de suas diagonais.

Referências

  1. Campos (1735), p. 6.
  2. Nota: a definição original de Euclides e de alguns dicionários de língua inglesa excluem os quadrados, mas os matemáticos modernos preferem a definição inclusiva.
  3. Weisstein, Eric W. «Square» (em inglês). MathWorld uso inclusivo
  4. Dolce, Osvaldo (2013). Fundamentos de Matemática Elementar 9: Geometria plana. São Paulo: Atual
  5. Campos, Manoel de (1735). Elementos de geometria plana e solida segundo a ordem de Euclides. [S.l.]: Officina Rita-Cassiana
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