Manuel Augusto Martins

Manuel Augusto Martins (Funchal, 10 de Abril de 1867 - Funchal, 4 de Abril de 1936) foi um político português. Foi governador civil do Distrito do Funchal, sendo o primeiro governador civil daquele distrito após a Instauração da República em Portugal.

Manuel Augusto Martins
Manuel Augusto Martins
Nascimento 10 de abril de 1867
Santa Maria Maior
Morte 4 de abril de 1936
Funchal
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação político

Nasceu a 10 de Abril de 1867 na freguesia de Santa Maria Maior, no Funchal, filho de José Martins, padeiro e natural da Camacha, e de Leopoldina Fernandes, natural da .[1] Iniciou a sua vida profissional como ajudante no colégio do republicano Júlio da Silva Carvalho, entre 1880 e 1892, passando depois para Coimbra, onde se licenciou em Direito. Em 1898 entrou para o escritório de Afonso Costa e Teixeira de Abreu, regressando ao Funchal em 1900, onde presidiu ao Centro Manuel de Arriaga a partir de 1906.[2] Em inícios de 1907 fundou o jornal O Povo, que dirigiu até 1910, e mais tarde de 1915 a 1917.[3]

Na madrugada de 6 de Outubro de 1910 foi avisado por telegrama do Ministério do Interior sobre a sua nomeação para o cargo de governador civil do Distrito do Funchal,[4] sendo o primeiro após a Implantação da República, tendo recolhido o absoluto consenso para esta nomeação, por ser republicano com provas dadas no combate político local, várias vezes candidato a deputado pelo Partido Republicano da Madeira, director do semanário O Povo e presidente da Comissão Republicana do concelho do Funchal.[2][5][6]

No primeiro aniversário da Implantação da República, a 5 de Outubro de 1911, inaugurou a rede telefónica do Funchal, estabelecendo a primeira comunicação telefónica entre a Estação Central, onde se encontrava, e a sede do Diário de Notícias.[7]

Ostracizado pelos elementos mais novos, acabou pedindo a demissão em 1912,[2] sendo exonerado do cargo a 17 de Fevereiro desse ano.[8] Continuou a militância política, sendo eleito senador pela Madeira em 1916, e voltando a ser governador civil em 1919, e deputado pelo círculo de Évora. Afastou-se progressivamente da política, mantendo-se, no entanto, como referência de dignidade e coerência aos ideais da República na Madeira.[2][5][6]

Por 1926 havia deixado completamente a actividade política, continuando a trabalhar como advogado.[3]

Morreu repentinamente durante a noite a 4 de Abril de 1936, na sua residência da Estrada Conde de Carvalhal, no Funchal, sendo enterrado no Cemitério das Angústias.[3]

Referências

  1. Livro de registo de baptismos de Santa Maria Maior do ano de 1868, fº 25, Arquivo e Biblioteca da Madeira
  2. Carita, Rui. «Manuel Augusto Martins». www.arquipelagos.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2019
  3. «Dr. Manuel Augusto Martins» (PDF). Diário de Notícias. 5 de abril de 1936
  4. «república». Aprender Madeira. 11 de abril de 2018. Consultado em 18 de fevereiro de 2019
  5. Janes, Emanuel (Verão de 1989). «A Implantação da República na Madeira». Revista Atlântico, revista de Temas Culturais (18): 100
  6. «Arquipélagos». www.arquipelagos.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2019
  7. «Rede telephonica do Funchal» (PDF). Diário de Notícias. 5 de outubro de 1913
  8. «Exonerado do cargo de governador civil do distrito do Funchal, Manuel Augusto Martins - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2019
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